Os exercícios militares russo-bielorrussos poderiam resultar na tentativa de ofensiva em direção à região de Kaliningrado para ocupação de territórios da Polônia e Letônia, declarou o porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas, Vyacheslav Voloshin, ao EspressoTV.
De acordo com ele, realizar uma operação do tipo nesse corredor seria bastante fácil, "segundo mostram os eventos na Crimeia e em Donbass".
Em sua opinião, uma parte do contingente militar russo poderá ficar instalada na Bielorrússia, mesmo depois da conclusão dos exercícios militares.
"A Rússia declarou que deslocou 3.000 militares para a Bielorrússia. No entanto, ninguém sabe quantos [militares] na verdade entraram, [a Rússia] poderá retirar 3.000. Três mil entraram, três saíram, mas quantos [militares] na verdade ela pode deixar instalados lá?", frisou.
Os exercícios conjuntos russo-bielorrussos vão decorrer entre 14 e 20 de setembro em território bielorrusso.
Vários países da OTAN expressaram preocupações devido às manobras. No entanto, os exercícios vão contar com a presença de observadores de sete países e de diversas entidades internacionais.Ao comentar essa inquietação em relação aos exercícios, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que a quantidade de efetivos e equipamentos das manobras Zapad 2017 não atinge o nível sujeito à observação obrigatória prevista no Documento de Viena da OSCE de 2011.
A mídia polonesa está repleta de notícias alarmantes ligadas à presença temporária do contingente militar russo no território da República da Bielorrússia. As Forças Armadas da Polônia decidiram fechar a partir de meados de setembro o espaço aéreo do país ao longo de suas fronteiras orientais.
As limitações aos voos de aviões comerciais abrangerão não só a fronteira da Polônia com a Bielorrússia, mas também com a região russa de Kaliningrado. As restrições compreenderão a aviação civil, paraquedistas e drones. Já os voos regulares, VIP, de policiamento e militares continuarão ocorrendo como de costume.