Como os EUA capturaram um submarino da URSS, sem que os soviéticos soubessem
No auge da guerra fria, a CIA literalmente “pescou” um submarino nuclear russo com a ajuda de ninguém menos que o Milionário Howard Hughes!
Em 1968 a Frota do Pacífico da Marinha da União Soviética estava de alerta, uma grande operação de busca estava acontecendo e despertou a curiosidade americana.
Analisando o tamanho da busca, os equipamentos utilizados e o local, o escritório de inteligência naval da marinha americana logo deduziu que se tratava da busca de um submarino da Classe Golf II, que apesar de ser movido à diesel, carregava 3 misseis nucleares além de 2 torpedos com ogivas nucleares.
Apesar do tamanho da busca, após semanas de busca, os soviéticos não conseguiram encontrar seu submarino perdido.
Os soviéticos não deveriam ter desistido da busca! Eles não sabiam mais os americanos possuíam um projeto secreto chamado SOSUS, uma rede de microfones submarinos espalhados pelos oceanos, que permitiam que a marinha americana tivesse meios de triangular as assinaturas sonoras dos submarinos russos, e no caso do provável afundamento do submarino, tudo que eles necessitaram foi procurar em suas gravações por uma assinatura sonora de uma implosão submarina, e não foi em vão, a marinha encontrou a assinatura sonora do submarino K-129 seguida de uma característica implosão, porém com dois pequenos detalhes: a área a ser vasculhada era de 3100 km² e estava a 5 km de profundidade! 
Nada disso! O Submarino americano USS Halibut (abaixo) havia sido convertido a algum tempo em uma plataforma de espionagem submarina, já tendo sido utilizada para grampear cabos submarinos, e em 3 semanas, utilizando Robôs de busca subaquáticos , eles conseguiram encontrar e tirar mais de 20.000 fotografias em close do submarino.
De posse das fotos, o Secretário de defesa Melvin Laird e Henry Kissinger, propuseram uma operação clandestina para que os americanos pudessem estudar a tecnologia dos misseis nucleares soviéticos,bem como possivelmente recuperar materiais criptográficos. A proposta foi aceita por Richard Nixon e a CIA foi encarregada da recuperação do submarino.
A empresa Global Marine era uma pioneira em operações de perfuração submarina e foi contratada para projetar, construir e operar o “Hughes Glomar Explorer“, um gigantesco navio, que possuía um único objetivo, içar o submarino do fundo do mar.
A CIA se aproximou de Howard Hughes por bons motivos: Suas empresas já eram responsáveis por diversos contratos secretos de desenvolvimento de armamento para os militares americanos.
Um navio deste porte chamaria grande atenção, principalmente dos soviéticos, então a desculpa dada por Howard Hughes era que o navio seria uma plataforma para minerar nódulos de manganês do fundo do mar: A desculpa foi tão convincente que diversas outras empresas começaram estudos sobre este tipo de extração mineral.
O navio só ficou pronto em 1974, custou mais de US$ 350 milhões (daquela época, hoje em dia daria mais de US$ 1,68 bilhões), possuía uma gigantesca garra em sua “barriga” que abria e pescava o submarino, duas torres que pareciam torres de extração de petróleo e um grande guindaste.
Projeto Azorian
O submarino estava a mais de 4800 metros de profundidade e a mais de 2500 km de distância do Havaí, durante a operação de recuperação do submarino de mais de 1750 toneladas, eram adicionadas sessões de tubos de aço de 18 metros, uma a uma, até alcançar o submarino, e em seguida a gigantesca garra poderia descer e ser posicionada prendendo o mesmo.
Durante a árdua e lenta operação que durou um mês, desastre! Uma falha da garra fez com que o submarino quebrasse e dois terços dele voltassem para o fundo do oceano. Os mísseis e grande parte do material estavam na parte que afundou, porém ainda foram recuperados os torpedos com ogivas nucleares e alguns equipamentos de criptografia.
Entre os destroços recuperados estavam os corpos de 6 marinheiros soviéticos, esses marinheiros receberam um funeral militar com enterro no mar. Como gesto de boa vontade, em 1992 o Diretor da CIA Robert Gates apresentou o vídeo da cerimonia ao presidente Russo Boris Yeltsin em 1992.
Assim que chegaram ao porto, uma missão para recuperar a parte que afundou já começou a ser planejada, porém um novo infortúnio: Em uma estranha e bizarra coincidência, em junho de 1974, enquanto o Hughes Glomar Explorer saia para a sua missão, os escritórios da Summa Corporation foram roubados e no meio dos documentos, existia um documento secreto que ligava a CIA, Howard Hughes e o projeto Glomar. Desesperada, a CIA contatou o FBI, que em sucessão contatou a polícia de Los Angeles – a busca chamou tanta atenção que os jornais começaram a escutar rumores de algo sensacional.
A CIA conseguiu segurar a história até 1975, porem o Los Angeles Times publicou uma história que ligava o Assalto, Hughes, a CIA, o Glomar Explorer e o Submarino, depois disso um repórter lançou uma matéria em rede nacional dizendo que a operação não tinha recuperado nada e era apenas um grande desperdício de dinheiro público.
Jornalistas correram para o porto de Long Beach bem quando o Glomar Explorer preparava sua segunda missão para recuperar o resto do submarino, destruindo seu disfarce, enquanto a União Soviética enviou Navios para proteger a região em que o Glomar operava, impedindo novas operações.
Fonte: cia.gov
