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Resposta to "Omaha"

Tópico 5

Das H + 105 até H + 130 desembarcariam os destacamentos do QG, as Companhias de Artilharia, elementos de retaguarda, veículos das Companhias de Infantaria, mais meia-lagartas de apoio pertencentes ao 197º Batalhão de Artilharia Anti-Aérea, três baterias do 7º Batalhão de Artilharia de Campo além de engenheiros e médicos da Divisão.  À esta altura, já estaria em terra a maioria do 16º Regimento de Infantaria do Coronel George Taylor (frequentemente chamado de "Equipe de Combate Regimental" em razão de se caracterizar pelo uso integrado de tropas necessárias à invasão).  Sua missão era de guardar a praia, os Eixos, o terreno elevado acima da praia de Omaha e patrulhar em direção ao interior.  Além disso, os soldados do 16º deveriam dar cobertura aos desembarques subsequentes de outros dois regimentos da Divisão.

O 18º Regimento de Infantaria do Coronel George Smith (ou "Equipe de Combate Regimental") estava programado para iniciar o seu desembarque na Easy Red três horas após a Hora H.  Sua missão era de juntar-se ao 16º e, de acordo com as ordens recebidas antes da invasão, "avançar o mais rápido possível para o setor alocado, capturar os objetivos, preparar o terreno elevado a leste de Trevieres para defesa".  Isto queria dizer, basicamente, que o 18º deveria investir para o interior enquanto mantinha contato com o resto da Divisão e, gradualmente, avançar para leste de modo a estabelecer contato com a 50ª Divisão de Infantaria britânica vinda da praia Gold.  O 26º Regimento de Infantaria (e que também poderia ser chamado de "Equipe de Combate Regimental") funcionaria como reserva do V Corpo e desembarcaria na Fox Green e na Easy Red assim que os Generais Gerow e Huebner determinassem.

O planejamento era, é claro, mais detalhado, mais minucioso e mais sincronizado do que este pequeno sumário.  Havia muitas outras pequenas unidades especializadas envolvidas.  Havia instruções complexas para comunicações, para o corpo médico e para os engenheiros que vinham em seguida com a missão de organizar a praia e começar a construção das estradas ao longo dos Eixos.  Havia procedimentos de contato entre unidades, planos de desembarque ao longo do dia para as tropas do V Corpo, para a Polícia Militar, além daqueles que vinham em seguida: suprimentos, veículos e equipamento de comunicação, sem mencionar planos complexos para o desembarque e embarque de tropas, veículos e mais suprimentos.  De qualquer maneira, na sua essência esse era o modelo para o ataque à praia de Omaha embora representasse o melhor e o pior do pensamento do Exército dos EUA à época.  Seu sucesso dependia de: uma ação rápida, uma mistura letal entre poder de fogo, uma minuciosa - e quase desesperadora - multiplicidade de funções especializadas por parte das tropas de ataque e, mais do que tudo, de uma boa liderança à frente das pequenas unidades e coragem.  Tudo isso estava presente em quantidade substancial nas unidades de ataque, especialmente da 1ª Divisão.

Porém, o plano também revelava a tendência norte-americana para superestimar as competências dos bombardeiros pesados, dos navios e, em termos gerais, do poder de fogo para neutralizar a resistência inimiga.  Mais ainda, o planejamento confiava em demasia no material bélico pesado ao invés do número de soldados, algo que seria cobrado durante a missão.  Isso significava que o soldado comum iria lutar pela sua vida sobrecarregado com muito equipamento e com a mobilidade restrita pela quantidade excessiva de veículos e de material, todos alvos perfeitos para os alemães.  Para piorar, o planejamento subestimou o comprometimento dos alemães em defender Omaha na orla ao apresentá-los com uma variedade de tropas, defesas e poder de fogo de qualidade duvidosa.  Apesar disso, mesmo o plano mais perfeito não poderia preparar os soldados de forma absoluta para aquilo que estava por vir ou, mais ainda, garantir o sucesso.  Só os próprios soldados é que poderiam fazer acontecer.  "De repente e pela primeira vez, eu comecei a perceber a magnitude da invasão e de sua força implacável" escreveu deslumbrado o respeitado correspondente de guerra Don Whitehead que estava previsto para desembarcar junto com o 16º de Infantaria.  "Era como se o homem, por séculos, tivesse vivido, criado seus filhos e trabalhado especialmente para este momento que definiria a história do mundo e do futuro.  Eu me perguntei quão fácil seria e quão vermelha ficaria a areia antes do pôr-do-sol.  Eu imaginei quantos desses milhares de jovens veteranos, saudosos de seus lares, sacudindo à nossa volta nas lanchas de desembarque, conseguiriam ir para além da praia.".  Assim que as lanchas começaram a se encaminhar para os setores Fox Green e Easy Red da praia de Omaha, muitos outros pensavam a mesma coisa.  Depois de meses de preparação, deliberação e planejamento - permeados com dúvidas, camaradagem, trabalho duro, entusiasmo e ansiedade - o momento da decisão estava perto.

 

C O N T I N U A

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