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Resposta to "Omaha"

Tópico 11

Nesses barcos reinava a confusão.  Tanto quanto o 3º Batalhão, os LCVPs levando as Companhias E e F tinham perdido o senso mínimo de organização.  Seus soldados supostamente deveriam botar o pé na areia simultaneamente no meio da praia Easy Red entre as Saídas E-3 e E-1.  Ao invés disso, todos foram carregados muito para leste na direção da Fox Green, do WN-62 e no lado leste da Saída E-3.  A bordo dos LCVPs que balançavam freneticamente, os soldados enjoados e em estado deplorável lutavam para se manter em pé nos conveses cobertos pela água do mar e pelo vômito.  Seus comandantes, também enjoados e encharcados, observavam atentamente por sobre as rampas e pelos lados dos barcos Higgins vislumbrando a praia que se aproximava em meio à névoa.  Seus ouvidos eram assolados por vários sons - o rugir dos motores, o espirrar da água, o grito dos homens - mas que, pouco a pouco, começaram a prestar atenção em espirros estranhos na água, no zunido e nas explosões abafadas que indicavam a presença do fogo inimigo.  Muitos líderes nos barcos bem como seus suboficiais estavam conscientes que suas embarcações estavam fora da rota.  A bordo do barco com o Comando da Companhia E, o Primeiro Sargento Lawrence Fitzsimmons e vários outros oficiais gritaram para o timoneiro: "Você está indo para a esquerda!".  Para seu desespero, o timoneiro ignorou os avisos e continuou mantendo a direção errada.  À frente do barco, o Capitão Edward Wozenski, comandante da Companhia só conseguia balançar a cabeça em desespero.  "Eu nunca vou entender como uma pessoa, que foi devidamente instruída, conseguiu cometer tal erro" contou ele mais tarde "uma vez que a casa que marcava tão bem a Saída E-3 estava pegando fogo e sua silhueta era perfeitamente visível.".  Essa era a mesma casa que o Cabo Franz Gockel e os outros defensores do WN-62 usavam para fazer suas refeições.  Wozenski ordenou para que a tripulação do LCVP atirasse com as metralhadoras localizadas na popa do barco.  "O marinheiro em uma das metralhadoras da embarcação deu uma rajada para o céu enquanto se escondia a cabeça atrás do convés - uma performance sofrível, se é que se pode chamar de performance.  Não havia ninguém para manejar a outra metralhadora.".

Em um barco próximo, um tripulante do LCVP gritou para o oficial comandante: "Estão atirando na gente!".  O Tenente virou a cabeça e berrou: "Bem, então atire de volta!".  O Tenente John Kersey, líder de pelotão na Companhia E, estava preocupado com o fato de que a direção em ziguezague do seu LCVP pudesse terminar com a tripulação da lancha largando seus homens em alto mar e indo embora.  Ele disse para o timoneiro: "Olha, ou você vai até o final ou eu vou largar esta granada contigo".  A bordo de outra lancha da Companhia E, o timoneiro estava tão confuso que acabou perguntando para ao Sargento Calvin Ellis: "Qual o nosso objetivo?".  Ellis apontou na direção de Easy Red mas parece que a informação não tinha sido bem assimilada.  Ellen então "disse ao timoneiro que ele estava conduzindo muito para à esquerda mas o homem manteve o mesmo curso.".  O Capitão John Finke, comandante da Companhia F, também ficou preocupado ao perceber que seu barco estava sendo direcionado muito à esquerda.  Ele transmitiu instruções de correção para a popa da embarcação onde o timoneiro ficava sentado guiando o barco, mas sem sucesso.  No barco que transportava a segunda seção de assalto da Companhia, o Tenente Bernard Rush tentou fazer o mesmo: "O timoneiro se recusou a seguir as correções até que fosse tarde demais" contaram depois os sobreviventes da seção em um relatório pós-combate.  A bordo da lancha que transportava a quarta seção de ataque da Companhia, o Tenente Glendon Siefert e o timoneiro estavam ambos confusos.  O marinheiro acreditava que estavam fora da rota; Siefert pensava que eles estavam certos.  Na hora que perceberam, eles estavam a 1.100 jardas (1 km) à esquerda do ponto correto de desembarque.

De acordo com o relato dos soldados, os erros no desembarque poderiam ser creditados em grande parte pelos enganos dos timoneiros - é claro que apenas as perspectivas dos soldados é que ficaram para a posteridade e não as dos marinheiros - se bem que, por outro lado, tais problemas eram simplesmente inevitáveis dadas as circunstâncias.  De qualquer maneira, sem dúvida que a discrepância entre o plano original de desembarque e o que acontecia era um mau presságio.  As embarcações deveriam chegar juntas ao mesmo tempo e no ponto mais vulnerável da praia de modo a tirar proveito dos pontos cegos dentre os campos de tiro dos alemães e, ao mesmo tempo, oferecer ao inimigo um número de alvos maior do que sua capacidade de retaliar.  Toda esta coreografia cuidadosa foi jogada no lixo (essa metáfora também se aplica ao desembarque na praia de Omaha como um todo).  Com a exceção de uma lancha, todos desembarcaram de forma irregular com um atraso variando de 10 a 15 minutos, entre 0640 e 0645 e em uma média de 1.000 jardas (915 metros) à esquerda, ou seja na Fox Green, bem no campo de tiro entre os WN-62 e WN-61.  Mais especificamente, 3 lanchas com a Companhia F chegaram na ponta leste de Fox Green, três outra na ponta oeste no ponto de interseção com a Easy Red bem à vista do WN-62.  Cinco lanchas com a Companhia E chegaram no meio da Fox Green e à frente da Saída E-3.  Em resumo, como um todo, não tinha como eles estarem no pior lugar e na posição mais vulnerável.

C O N T I N U A

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