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Resposta to "Omaha"

Tópico 12

Pandemônio e tragédia logo se abateram sobre as duas companhias mal-afortunadas.  A lancha transportando a primeira seção da Companhia F sob o comando do Tenente Aaron Dennstedt Jr. ficou presa em um obstáculo a umas 30 jardas (27 metros) da praia e o timoneiro não conseguia soltar a embarcação.  Balas de metralhadoras começaram a atingir tanto as laterais quanto a rampa.  Se sentindo como alvos fáceis, os homens berraram para que a tripulação baixasse a rampa e logo foram atendidos.  Assim que a rampa baixou e os soldados começaram a entrar na mar com água no queixo, uma onda mortal de rajadas de metralhadoras vindo da esquerda (provavelmente do WN-61) varreu tanto o lado quanto a frente do LCVP.  Dois soldados foram atingidos ainda na rampa e caíram.  Outros foram atingidos na água e desapareceram por debaixo das ondas.  Os sobreviventes desesperadamente se debatiam e nadavam em direção à praia, uma tarefa árdua devido ao peso de tanto equipamento e, para muitos, prejudicados pelo forte enjôo.  O Tenente Dennstedt, um jovem universitário matriculado na UCLA, era novato em combate.  Ainda na Inglaterra durante os treinamentos, ele ganhou a  reputação entre os sargentos de ser, para um oficial, extremamente humilde e de fala mansa.  O Sargento Andrew Nesevitch, um líder de pelotão com experiência de combate, o descreveu:  "Ele diria: 'Você sabe o que fazer, eu vou ficar só olhando e caso precise de alguma coisa, eu te ajudo'.".  Nesevitch acabou por se afeiçoar ao Tenente e gostava do fato de que "ele nunca se impunha pela patente".  Os homens carinhosamente o chamavam de Denny ou Tenente Denny.

Em meio a tiros e rajadas precisas, Nesevitch e o Tenente instintivamente avançaram pelas águas o mais rápido que podiam até a orla onde eles se jogaram exaustos e passaram a olhar para o banco de cascalhos.  A praia era, obviamente, um emaranhado de obstáculos alguns dos quais com minas no topo.  Enquanto os soldados permaneciam lá e pensavam em o que fazer, o Sargento Nesevitch sugeriu para o Tenente que este deveria enveredar pela direita enquanto que ele iria pela esquerda.  "Os homens vão dispersar e vamos chegar até aquele banco" disse Nesevitch.  O Tenente Dennstedt concordou.  Assim que levantaram, a metralhadora alemã começou a ressoar de novo.  Dennstedt se virou para exortar os homens para avançarem.  Uma bala atravessou o seu capacete e o atingiu bem no meio dos olhos.  "Ele caiu com as costas para cima" lembrou Nesevitch "e com a cabeça abaixada."  Ele imediatamente tombou vergando-se em uma posição anti-natural com a cabeça encostada entre os joelhos.  Sangue escorria pelo lado do capacete destroçado.  Nesevitch correu até ele mas logo percebeu que o Tenente morreu instantaneamente.  "Esse já era", sussurrou calmamente o jovem sargento para si mesmo.

Um Sargento do pelotão, Sargento Técnico Edward Zukowski, tinha sido o último homem a sair do LCVP, certificando-se de que todos tinham abandonado a lancha.  Ele atravessou pela água e chegou ao lado de Nesevitch.  Este apontou para o corpo do Tenente.  "Zuk", disse ele, "é melhor você assumir porque Dennstedt levou uma no meio dos olhos.".  Zukowski tentou organizar um pequeno grupo e liderá-los praia acima em direção ao arame farpado perto de uma das Saídas.  "Eu acabei acionando uma das minas antipessoal e ela explodiu mesmo" lembrou Zukowski.  "Ambos meus braços e pernas quase foram arrancados.  Minha perna esquerda sofreu fratura exposta.  A direita estava cheia de estilhaços.".  Mais fragmentos rasgaram um dos seus braços e o quebraram.  Seu rifle estava despedaçado.  Ele estava imóvel, sangrando e na esperança de que algum médico o alcançasse embora estivesse bem no meio do campo de tiro.  Apenas 14 de 32 soldados da lancha de Dennstedt conseguiram chegar até os cascalhos.  O resto foi morto na água, se afogou ou estava ferido na orla.

C O N T I N U A

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