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Resposta to "Omaha"

Tópico 16

Era difícil para os alemães errarem os alvos e ninguém percebeu isso mais do que o Soldado Primeira Classe Hein Severloh que despejava implacáveis rajadas letais de sua metralhadora a partir de sua posição de concreto no meio do WN-62 a uns 75 pés (23 metros) acima da praia.  Os campos de tiro eram quase que perfeitos.  Apesar das nuvens de fumaça que se espalhavam pela Easy Red formadas pelas explosões, pólvora e do fogo na grama, ele não tinha problema algum em localizar os americanos desesperados.  "Eu podia ver os espirros de água das balas da minha metralhadora e quando esses pequenos chafarizes se aproximavam dos G.I. eles se jogavam ao chão.".  Severloh tinha apenas 21 anos e estava mais interessado em ser fazendeiro do que soldado.  Ele não guardava nenhum rancor em particular contra os norte-americanos embora soubesse que isso agora não importava.  Gostasse ou não ele estava no meio de uma luta até a morte e seu maior desejo era de sair vivo daquela situação infernal.  "Eu não queria estar nesta guerra.  Eu não queria atirar contra rapazes da mesma idade que a minha.  Mas lá estávamos nós.  Eu era um soldado… que estava sendo atacado e, como tal, precisava se defender.  O que eu poderia fazer?  Era eu ou eles - isso era o que eu pensava."  Sua técnica era de, com sua metralhadora, pulverizar os grupos de soldados americanos e então, enquanto estivessem imóveis, pegar o seu rifle e matá-los um a um.  "Eu atirava em qualquer coisa que se movia fosse na água ou na areia".  Em certa hora, seus olhos focaram em um soldado em particular que cambaleava pela água.  Severloh pegou o seu rifle e mirou.  "Ele estava procurando por algum lugar para se esconder.  Eu atirei na cabeça dele.  Eu vi o seu capacete de aço cair na água.  Então ele caiu.  Eu sabia que ele estava morto.  Depois de alguns segundos o pânico se instaurou em meio aos americanos.  Todos se deitaram naquela água rasa e fria, muitos tentando chegar nos obstáculos mais próximos à praia para encontrar algum tipo de abrigo."

Severloh estava completamente fascinado pela imensa força e pelo barulho da sua metralhadora MG-42.  Ele olhava com uma admiração mórbida enquanto, a uns trezentos metros,  corpos rolavam e balançavam com o contínuo avançar da maré.  Perto dos corpos, ele viu várias outras figuras escuras se movendo levemente, se arrastando para fora do mar.  Com o ombro, ele segurava a metralhadora que ia para frente e para trás, para frente e para trás, espalhando neles rajadas controladas.  "Tinha sangue por todos os lados, gritos, mortos e moribundos.  Os feridos se espalhavam naquela lama ensaguentada, a maioria rastejando, tentando avançar praia adentro para se proteger atrás da barragem que tinha um metro e meio de altura (o banco de cascalhos)."  O canhão de 75mm e outras armas pesadas estavam dando uma surra nas lanchas de desembarque vulneráveis.  "Nós colocamos (as lanchas) sob fogo direto do nosso canhão e podíamos ver exatamente quando eram atingidas" lembrou o Cabo Han Selbach, operador de um dos canhões de 75mm.  "Foi terrível."

Outros alemães do WN-62 também estavam igualmente fascinados e horrorizados com a carnificina.  O Tenente Frerking não conseguia deixar de sentir uma compaixão pelos seus inimigos.  "Pobres desgraçados" sussurrou ele perplexo.  O Cabo Franz Gockel mal podia acreditar no que seus olhos viam embora ele tivesse pouco tempo para refletir sobre o massacre que se descortinava à sua frente.  "Meu principal pensamento… era de que eu precisava lutar para sobreviver.  Eu queria voltar para casa, para os meus 6 irmãos e irmãs."  Ele sentiu uma certa satisfação em ser capaz de retaliar contra aqueles que tinham bombardeado sua cidade natal, mas por outro lado não guardava rancor contra aqueles que morriam na praia.  "Eles tinham um longo caminho para avançar pela areia e praticamente nenhum abrigo.  Quando a maré subia, você podia ver alguns se mexendo, se arrastando praia acima para sair da água."  Ele atirava rajadas curtas com medo de que sua metralhadora emperrasse; ele se concentrava primeiramente nas rampas das lanchas de desembarque e depois nos próprios soldados estivessem eles rastejando, andando ou correndo.  Diferentemente de Severloh, ele estava recebendo o fogo inimigo com uma certa intensidade que levantava poeria e sujeira para todos os lados, porém ele estava ileso.  Gockel estava plenamente ciente dos tiros provenientes de pontos localizados no entorno do WN-62.  A algumas jardas abaixo e para a esquerda, o Cabo Kuska atirava com o seu canhão anti-tanque de 50mm (possivelmente a arma que matou o Tenente Pearre).  À sua esquerda, os Cabos Faust e Kwiatkowsky atiravam constantes rajadas com suas MG-42.  Gockel presumiu que os outros soldados para além do seu campo de visão estavam fazendo o mesmo e ele estava certo.  A maioria deles orientava os seus tiros para a sua direita (leste) em direção às sofridas Companhias E e F cujas lanchas haviam desembarcado as seções perto ou em frente à Saída.

C O N T I N U A

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