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Resposta to "Omaha"

Tópico 25

A carnificina só não foi pior não fosse o apoio - muitas vezes não percebido pelos engenheiros e pela infantaria - dos tanques que conseguiram chegar na praia.  Os Generais Gerow e Huebner estavam céticos sobre a viabilidade dos tanques DD a ponto de apostarem no envio de uma companhia de tanques Shermans comuns para dar apoio à primeira leva.  Estes Shermans, próprios para atravessarem cursos profundos d'água (submergíveis) e convocados a partir da Companhia A do 741º Batalhão Blindado, eram vedados e, de modo a manter a água longe dos motores, estavam equipados com um par de armações de chapas metálicas que protegia tanto a entrada de ar quanto a saída dos escapes do motor e localizado bem atrás da torre.  Tais tanques podiam se deslocar e atirar em uma profundidade que chegasse até a torre.  Eles tiveram uma performance bem satisfatória nas três operações anfíbias na Itália de modo que ganharam a confiança dos comandantes do V Corpo e da 1ª Divisão.  No Dia D, foram levados até a orla a bordo de LCTs um dos quais acabou sendo afundado.  Assim, a primeira leva foi subtraída de dois Shermans submergíveis e um Sherman Trator (Dozer).  Às 06hs40mins 11 tanques da Companhia A (os relatórios são conflituosos quanto ao número correto) tinham desembarcado em vários pontos ao longo da Fox Green e Easy Red.  Seis deles eram submergíveis; cinco eram tratores.  Muitos chegaram a  disparar a caminho da praia.  Estes Shermans submergíveis, ao longo dos cinco outros Shermans DD que conseguiram chegar à praia fizeram com que o número de tanques disponíveis no Dia D chegasse a 16 de um total original de 56.  Embora fosse pouco em números, eles forneceram a base de apoio para o fogo de cobertura - embora bem menos do que os projetistas tinham imaginado - para as tropas em dificuldades.

A mobilidade dos tanques estava drasticamente reduzida devido aos obstáculos, à quantidade de soldados, à visibilidade limitada pela bruma e fumaça na praia e, é claro, ao fogo anti-tanque alemão.  Eles também tiveram que lidar com uma outra dificuldade, bem mais macabra, para o deslocamento.  "O funcionamento adequado era comprometido pelos corpos dos soldados mortos que se espalhavam por toda a praia" descreveu, de forma lamentável, a história do 741º Batalhão de Blindados.  "Frequentemente as tripulações tinham que puxar para fora do caminho alguns corpos e então prosseguir.".  Para um tanque em combate, mobilidade significa vida; um tanque estacionário é um alvo ideal.  Muitos dos tanques estavam puxando reboques com munição caso eles necessitassem de um reabastecimento de emergência (para os blindados, era o equivalente ao equipamento que sobrecarregava a infantaria).  Consequentemente, as tripulações logo se viram em uma luta contra a morte em um pequeno espaço para manobra.  Três tanques foram imediatamente destruídos pelo surpreendente fogo certeiro do canhão de 88mm e dos de 75mm.  Para os outros, havia pouco a fazer além de se resguardar na água enquanto que os artilheiros freneticamente procuravam por alvos através da fumaça e trocavam tiros com os alemães.  Felizmente para os tanques, os alemães estavam lidando com mais alvos - entre as lanchas de desembarque, os tanques, as Equipes de Assalto e Penetração e as tropas - do que poderiam efetivamente dar conta.  Isso deu às tripulações dos Shermans uma chance para lutarem.  "Nós nos tornamos uma seção de armas automáticas em apoio à infantaria" escreveu mais tarde o Tenente Edward Sledge um dos líderes de pelotão.  Natural da cidade de Mobile, Alabama, Sledge tinha um irmão mais novo chamado Eugene que servia com os Fuzileiros Navais no Pacífico e que ficou famoso mais tarde por escrever um dos melhores livros de memória da guerra de todos os tempos (O livro chama-se With the Old Breed e serviu como fonte inspiradora à série televisiva The Pacific - N. do T.).  O Sledge mais velho desembarcou nas proximidades da Saída E-1 e começou a atirar com o seu canhão de 75mm contra o WN-62.  Um dos tanques do seu pelotão foi atingido bem na orla e pegou fogo.  Sledge e sua tripulação focaram em usar o canhão em apoio à "infantaria que estava acuada pelo fogo das metralhadoras e dos franco-atiradores."

Ao longo da praia, à esquerda de Sledge, o Cabo e artilheiro Jack Boardman espreitava pelas pequenas aberturas das viseiras tentando achar, através da fumaça, algo em que atirar.  Seu comandante, Sargento Dick Maddock, ficava batendo no seu ombro ordenando que abrisse fogo.  "Estava completamente nebuloso" lembrou Boardman.  "Havia aquela poeira e, acho eu, um manto de fumaça por toda a praia.  Eu me perguntava em que atirar porque tudo que conseguia ver era aquele caldo." Assim que a fumaça se deslocou, Boardman localizou uma estrutura de concreto, possivelmente o WN-62, e abriu fogo.  Ele observou nuvens de poeira subirem por detrás da casamata mas não sabia dizer se tinha atingido ou matado alguém.

Sherman

Figura 19 - Foto de dois Shermans submergíveis a bordo de um LCT antes do desembarque na Normandia.  Repare as armações de chapa metálica na parte traseira dos blindados que servia para que a entrada de ar nos motores ficasse longe do nível da água.

C O N T I N U A

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