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Quem me conhece faz tempo sabe que todo ano eu relembro o fato histÓrico da trÉgua de Natal, pois quando desejo a todos  um Feliz Natal espero sempre que  o Natal e o ano  que  estarÁ vindouro, seja  repleto de esperanÇas.

 

Sempre faÇo isto, pois para mim este fato histÓrico É o maior exemplo de que a paz entre os povos É possÍvel, mesmo diante das piores situaÇÕes, adversidades, cercados de inimigos e no pior lugar possÍvel.

 

Este ano a famosa trÉgua de Natal faz 100 anos e alem de ser freqÜente em minhas mensagens de Natal decidi este ano marcar com mais destaque a minha mensagem de Natal.

 

Assim, solicitei a excelente artista Paola Brunelli (descriÇão da artista ao final) para que  fizesse um cartão de Natal com traÇos  leves e infantis para amenizar o local do evento e lembrar da data,  nesta imagem iria este texto  no verso, entretanto diante da  demora natural na confecÇão do cartão e  da lentidão dos correios  e mais um outro retardo, decidi enviar a mesma por  meio eletrÔnico mesmo, por este motivo vou me estender um pouco mais no texto alem da mensagem usual anual.

 

A TrÉgua de Natal (em inglÊs, Christmas truce; em alemão, Weihnachtsfrieden) – Foi o termo usado para descrever o armistÍcio informal ocorrido ao longo da Frente Ocidental no Natal de 1914, durante a Primeira Guerra Mundial. Não hÁ a menor dúvida de que realmente aconteceu – a trÉgua de Natal não oficial de 1914 – mas atÉ hoje, muitas pessoas não estão totalmente a par dos detalhes e extensão deste notÁvel hiato na guerra, que ocorreu durante aquelas poucas horas do quinto mÊs do primeiro ano de conflito.

 

Para a maioria das pessoas, a trÉgua foi observada pelos britânicos e alemães na parte mais ao sul do saliente de Ypres, na BÉlgica. Entretanto, ela ocorreu em vÁrios outros pontos do Fronte Oeste e por outros combatentes, notadamente os franceses e belgas, embora o fato que os alemães estavam situados em territÓrio francÊs ou belga inibiu qualquer grande demonstraÇão de boa vontade para com os openentes alemães.

 

Durante a semana que antecedeu o Natal, soldados alemães e britânicos trocaram saudaÇÕes festivas e canÇÕes entre suas trincheiras; na ocasião, a tensão foi reduzida a ponto dos indivÍduos entregarem presentes a seus inimigos. Na vÉspera de Natal e no Dia de Natal, muitos soldados de ambos os lados - bem como, unidades francesas ainda que em menor número - se aventuraram na "terra de ninguÉm", onde se encontraram, trocaram alimentos e presentes, e entoaram cantos natalinos ao longo de diversos encontros. As tropas de ambos os lados tambÉm foram amigÁveis o suficiente para jogarem partidas de futebol

A trÉgua É vista como um momento simbÓlico de paz e de humanidade meio a um dos eventos mais violentos da histÓria moderna, mas não foi universal: em algumas frentes de combate a luta continuou durante todo o dia, enquanto em outras foi feito apenas o trabalho de recolher os corpos.

Embora existam muitas histÓrias individuais acerca de como o Natal não oficial foi iniciado em vÁrios setores, para a maior parte ele foi iniciado pelas tropas alemãs estacionadas defronte às forÇas britânicas onde uma distância relativamente curta separava as trincheiras ao longo da Terra de NinguÉm.

 

Muitos soldados alemães tinham como era seu costume na vÉspera de Natal, comeÇado a montar Árvores de Natal, adornadas com velas acesas – com a exceÇão que, desta vez, foram posicionadas ao longo das trincheiras do Fronte Oeste.

 

Inicialmente surpresos e, então, desconfiados, os observadores britânicos reportaram a existÊncia delas para os oficiais superiores. A ordem recebida foi que eles não deveriam atirar mas, em vez disso, observar cuidadosamente as aÇÕes dos alemães.

 

A seguir foram ouvidos cânticos de Natal, cantados em alemão. Os ingleses responderam, em alguns lugares, com seus prÓprios cânticos. Aqueles soldados alemães que falavam inglÊs então gritaram votos de Feliz Natal para “Tommy” (o nome popular dos alemães para o soldado britânico); saudaÇÕes similares foram retribuÍdas da mesma maneira para "Fritz".

 

Em algumas Áreas, soldados alemães convidaram “Tommy” para avanÇar pela “Terra de NinguÉm” e visitar os mesmos oponentes alemães que eles estavam tão absortos em matar poucas horas antes. Edward Hulse, um tenente dos Scots Guards, com 25 anos de idade, escreveu no diÁrio de guerra do seu batalhão: "NÓs iniciamos conversaÇÕes com os alemães, que estavam ansiosos para conseguir um armistÍcio durante o Natal. Um batedor chamado F. Murker foi ao encontro de uma patrulha alemã e recebeu uma garrafa de uÍsque e alguns cigarros e uma mensagem foi enviada por ele, dizendo que se nÓs não atirÁssemos neles, eles não atirariam em nÓs”. ConseqÜentemente, as armas daquele setor ficaram silenciosas aquela noite.

EstÓrias comeÇaram a se espalhar sobre visitas trocadas entre as forÇas aliadas (incluindo algumas francesas e belgas) e os inimigos alemães. Tais visitas não estavam restritas aos soldados rasos somente: em algumas ocasiÕes, o contato inicial foi feito entre oficiais, que definiram em conjunto os termos da trÉgua, acrescentando somente o quanto seus homens poderiam avanÇar em direÇão às linhas inimigas.

 

Estes termos normalmente permitiam o enterro das tropas de cada lado que jaziam ao longo da “Terra de NinguÉm”, alguns mortos hÁ apenas uns dias, enquanto outros haviam esperado meses pela dignidade de um funeral – todos, porÉm, tiveram que ser deixados onde haviam caÍdo, pois metralhadoras cobriam o local onde eles jaziam na desolaÇão entre as trincheiras opostas.

 

Naturalmente, homens das equipes encarregadas dos funerais entraram em contato com os membros das equipes similares do inimigo quando, então, conversas foram entabuladas e cigarros trocados. Cartas foram encaminhadas para serem entregues para famÍlias ou amigos vivendo em cidades ou vilarejos beligerantes.

 

O mais notÁvel de tudo foi, talvez, a histÓria da partida de futebol entre o regimento inglÊs de Bedfordshire e as tropas alemãs (alegadamente vencido por 3-2 pelos últimos). O jogo foi interrompido quando a bola foi murchada apÓs atingir um emaranhado de arame farpado. Em muitos setores a trÉgua durou atÉ a meia-noite de Natal; enquanto em outros durou atÉ o primeiro dia do ano seguinte

 

Nos primeiros meses de guerra imÓvel de trincheiras, as trÉguas não eram restritas apenas ao perÍodo de Natal, e refletiam um clima crescente de "viva e deixe viver", onde unidades de infantaria em estreita proximidade de outras evitavam um comportamento abertamente agressivo, e muitas vezes se engajavam em pequenas confraternizaÇÕes, promovendo conversas ou troca de cigarros. Em alguns setores havia cessar-fogos ocasionais, para que os soldados pudessem ir entre as linhas de combate para resgatar os companheiros feridos ou mortos, enquanto em outros vigorava um acordo tÁcito para não atirar enquanto os homens descansavam, se exercitavam, ou trabalhavam à vista do inimigo. As trÉguas de Natal foram particularmente notÁveis devido ao número de homens envolvidos e ao nÍvel de participaÇão - mesmo em setores muito pacÍficos, haver dezenas de homens que se reuniam abertamente à luz do dia era notÁvel.

Embora não houvesse nenhuma trÉgua oficial, cerca de 100 mil soldados britânicos e alemães estavam envolvidos em cessar-fogos não oficiais ao longo de toda a frente ocidental.  A trÉgua comeÇou na vÉspera de Natal, 24 de dezembro de 1914, quando as tropas alemãs decoraram o entorno de suas trincheiras na região de Ypres, BÉlgica.

 

Os alemães colocaram velas nas trincheiras e decoraram Árvores de Natal, continuando em seguida a celebraÇão ao cantar canÇÕes de Natal. Os britânicos responderam cantando as suas prÓprias canÇÕes. Os dois lados continuaram gritando saudaÇÕes de Natal um para o outro. Pouco depois, comeÇaram a se fazer travessias atravÉs da Terra de NinguÉm, onde eram trocados alguns presentes, como tabaco, alimentos, Álcool, ou recordaÇÕes como botÕes e chapÉus.  A artilharia nesta região permaneceu em silÊncio. A trÉgua tambÉm permitiu que os soldados mortos recentemente pudessem ser trazidos de volta para suas linhas para poderem ser enterrados. Foram realizados vÁrios funerais em conjunto. A confraternizaÇão teve alguns riscos; alguns soldados foram mortos pelas forÇas da oposiÇão. Em muitos setores, a trÉgua durou apenas atÉ a noite de Natal, mas em outras continuou atÉ ao Dia de Ano Novo.

Nas cartas para casa, os soldados na linha de frente foram praticamente unânimes em expressar seu espanto com os eventos do Natal de 1914.

 

Um alemão escreveu: "aquele foi um dia de paz na guerra; É uma pena que não tenha sido a paz definitiva".

 

O Cabo John Ferguson contou como a trÉgua foi conduzida no seu setor: "NÓs apertamos as mãos, desejando Feliz Natal e logo estÁvamos conversando como se nos conhecÊsse-mos hÁ vÁrios anos. NÓs estÁvamos em frente às suas cercas de arame e rodeados de alemães – Fritz e eu no centro, conversando e ele, ocasionalmente traduzindo para seus amigos o que eu estava dizendo. NÓs permanecemos dentro do cÍrculo como oradores de rua. Logo, a maioria da nossa companhia (Companhia ‘A&rsquo, ouvindo que eu e alguns outros havÍamos ido, nos seguiu... Que visão – pequenos grupos de alemães e ingleses se estendendo por quase toda a extensão de nossa frente! Tarde da noite nÓs podÍamos ouvir risadas e ver fÓsforos acesos, um alemão acendendo um cigarro para um escocÊs e vice-versa, trocando cigarros e souvenires. Quando eles não podiam falar a lÍngua, eles tentavam se fazer entender atravÉs de gestos e todos pareciam se entender muito bem. NÓs estÁvamos rindo e conversando com homens que sÓ umas poucas horas antes estÁvamos tentando matar!"

 

Bruce Bairnsfather, o autor dos famosos cartuns ‘Old Bill’, resumiu os sentimentos de muitas das tropas britânicas quando ele escreveu: "Todos estavam curiosos: ali estavam aqueles malditos comedores-de-salsicha, que tinham comeÇado aquela infernal guerra europÉia e, ao fazer isso, nos enfiaram no mesmo lamaÇal junto com eles... Não havia um Átomo de Ódio em qualquer dos lados aquele dia e ainda, no nosso lado, nem por um momento havia a vontade de guerrear e a vontade de deixÁ-los relaxados"

Bruce Bairnsfather, que serviu durante a guerra, escreveu:

“Eu não perderia aquele único e estranho dia de Natal por nada deste mundo... encontrei um oficial alemão, um tenente penso eu, e sendo um colecionador, disse a ele que havia gostado de alguns de seus botÕes. Eu trouxe meu cortador de arame, retirei um par de botÕes e coloquei-os no bolso. Então eu lhe dei dois dos meus em troca... depois reparei num dos meus artilheiros, que era cabeleireiro amador na vida civil, a cortar o cabelo bastante longo de um boche dÓcil, que estava pacientemente ajoelhado no chão, enquanto a mÁquina de corte deslizava em volta de seu pescoÇo.”

As reaÇÕes à trÉgua de Natal vindas de vÁrias fontes vieram em vÁrias formas. Os Governos aliados e o alto-comando militar reagiram com indignaÇão (principalmente entre os franceses). O Comandante-em-chefe britânico, Sir John French, possivelmente tinha previsto a suspensão das hostilidades no Natal quando emitiu uma ordem antecipada alertando suas forÇas para um provÁvel aumento da atividade alemã durante o Natal: ele, portanto, instruiu seus homens para redobrar o estado de alerta durante esta Época.

 

ApÓs a trÉgua ele escreveu severamente: "Eu emiti ordens imediatas para prevenir qualquer recorrÊncia deste tipo de conduta e convoquei os comandantes locais para prestarem contas, o que resultou em puniÇÕes severas". A igreja CatÓlica, atravÉs do Papa Benedito XV, tinha solicitado anteriormente uma interrupÇão temporÁria das hostilidades para a celebraÇão do Natal. Embora o Governo alemão tenha indicado sua concordância, os aliados rapidamente discordaram: a guerra tinha que continuar, mesmo durante o Natal.

 

O general Sir Horace Smith-Dorrien, comandante do II Corpo britânico, revoltou-se ao saber o que estava acontecendo e emitiu ordens estritas proibindo a comunicaÇão amigÁvel com as tropas adversÁrias alemãs.

 

Quase imediatamente à trÉgua, as mensagens enviadas chegaram para os familiares e amigos daqueles servindo no fronte atravÉs do mÉtodo usual: cartas para casa. Estas cartas foram rapidamente utilizadas por jornais locais e nacionais (incluindo alguns na Alemanha) e impressas regularmente.

 

O autor de Sherlock Holmes, Sir Arthur Conan Doyle, comentou em sua histÓria da guerra o “episÓdio humano em meio às atrocidades que tem manchado a memÓria da guerra”.

 

Sir Horace Smith-Dorrien, o Comandante do II Corpo britânico na Época, reagiu com uma simples instruÇão: "O Comandante do Corpo, portanto, ordena aos Comandantes de Divisão para incutirem em todos os seus comandantes subordinados a absoluta necessidade de encorajarem o espÍrito ofensivo das tropas, enquanto estiverem na defensiva, por todos os meios à sua disposiÇão. RelaÇÕes amistosas com o inimigo, armistÍcios não oficiais (i.e. ‘nÓs não atiramos se vocÊs não atirarem’, etc.) e a troca de tabaco e outros confortos, não importa os quão tentadores e ocasionalmente agradÁveis possam ser, estão absolutamente proibidos".

 

No entanto, a reaÇão foi de tal monta que precauÇÕes especiais foram tomadas durante os Natais de 1915, 1916 e 1917, usando mesmo o expediente de realmente aumentar os bombardeios de artilharia. Os eventos do final de Dezembro de 1914 nunca mais foram repetidos.

 

InvestigaÇÕes foram conduzidas para determinar se a trÉgua não oficial foi de alguma maneira organizada de antemão; o resultado da apuraÇão foi negativo. Aquilo foi um evento genuinamente espontâneo, que ocorreu em alguns setores mas não em outros.

 

Embora a histÓria dos conflitos inclua numerosos exemplos de gestos generosos entre inimigos, a trÉgua de Natal no Fronte Oeste foi talvez o mais espetacular e, certamente, o mais renomado de seu tipo. Boa vontade para todos os homens – por um perÍodo.

 

Mesmo naquele aparentemente pacÍfico dia de Natal, a guerra não foi completamente esquecida; muitos dos soldados que apertaram as mãos de Tommy ou Fritz em 25 de Dezembro de 1914, trataram de observar a estrutura das defesas do inimigo, de modo que se pudesse tirar vantagem de qualquer falha nas defesas no dia seguinte...

 

No ano seguinte, algumas unidades estavam dispostas ao cessar-fogo durante o Natal, mas a trÉgua não foi tão divulgada como em 1914, devido em parte às ordens dos altos comandos de ambos os lados que proibiram tal confraternizaÇão. Em 1916, apÓs as sangrentas batalhas de Somme e Verdun e com o inÍcio do uso generalizado de gÁs venenoso, os soldados de ambos os lados cada vez menos enxergavam seus adversÁrios como humanos, e a trÉgua de Natal não voltou a ser realizada

 

Assim, relembrando estes homens e seu gesto de boa vontade e de incrÍvel senso de que podemos sempre fazer algo de belo no meio do maior caos, venho todo ano Desejar a todos que recebem esta mensagem que a troquem entre amigos e tambÉm aqueles que possam ser tidos como inimigos troquem entre pessoas que lhes agradem e as que a desagradem, sem distinguir qualquer uma, lembrem que a PAZ pode e deve ser almejada e com certeza ela serÁ alcanÇada.

 

Fiquem todos com o meu mais profundo desejo de PAZ- SAUDE E FELICIDADES creiam que podemos fazer um amanhã melhor e que não temos inimigos, temos pessoas que podemos conversar e acertar nossas diferenÇas e juntos talvez fazer um mundo bem melhor.

 

Feliz Natal e Prospero 2015 a todos

 

João Gilberto

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