Skip to main content

Resposta to "Cascavel Modernizado"

"Chutar cachorro morto, é fácil" como diz o ditado. além disso, já é de amplo conhecimento que os repórteres locais de assuntos militares conhecem pouco do assunto.

Não sei detalhes desse "projeto" para fazer alguma avaliação mais embasada, mas do que está escrito diria o seguinte:

À época do Cascavel do EB, não havia motor diesel disponível no mercado nacional com potencia suficiente (cerca de 200 HP) à exceção do OM352, que a Engesa turbinava, daí o A no nome (OM352A) e que era padronizado com a frota de veículos do EB, quase 100% Mercedes Benz. Agora com o MTU, que é maior, tiveram que adaptar todo o "engin bay" para acomodá-lo com a nova transmissão e consequentemente embutir lá todos os sistemas complementares, como p/e o de arrefecimento, daí serem obrigados a levantar a tampa do compartimento e abrir venezianas laterais e colocar essa carenagem traseira. Isso obrigou a levantar a torre, criando esse "pescoço" ou "cinta espaçadora". Certamente não foi por causa da cabeça do motorista (aconteceu a mesma coisa com os AMX30 da Venezuela quando foram re-motorizados e, como não subiram a torre, ela não girava 360 graus). Olhando de frente, isso criou um "shot trap" vulnerabilizando essa região.

Esse sensorzão em cima do escudo do canhão também me chamou a atenção. Parece muito grande e vulnerável. O original, que também o EB não teve, era menos de um terço do tamanho desse e ia montado dentro de uma caixa blindada na mesma posição.

A filosofia do Cascavel sempre foi a simplicidade (era um forte argumento de marketing), particularmente para o EB. Por exemplo, o giro da torre sempre foi manual. Há que se atentar para o fato de que todos esses acessórios, inclusive eletrônicos, não eram disponíveis à época, e os que eram, nunca foram adquiridos pelo EB, como p/e  o telêmetro laser ou visores noturnos ou mesmo os periscópios integrados. Adicionalmente, isso tudo sobrecarrega o conjunto do veiculo, com mais demandas de espaço, peso, potencia, etc. O Cascavel nunca se pretendeu um MBT, acontece que por seu excelente desempenho, isso acabava esquecido.

Desconheço quais seriam os problemas do boomerang. Não há outro modelo disponível por qualquer fabricante, ele era patente da Engesa e funcionava melhor que uma suspensão independente. O que acontecia era simplesmente mau uso e/ou falta de manutenção e treinamento de operação. Já o sistema de freio a disco era muito bom. Seis conjuntos de pinças com quatro pistões e pastilhas em cada um. Eu mesmo testei o veiculo da Jordânia, de15t e 350HP, na estrada de descida para o Mar Morto e os caras ficaram impressionados com o desempenho dele.

O que parece é que utilizaram um veiculo dos mais antigos para o protótipo, que tem motor menos potente, cambio original mecânico e freios a tambor.

Quanto à posição do motorista há um exagero. A posição travada da torre nunca foi com o canhão alinhado com o carro, exatamente porque o motorista está no centro, e, em combate ele deveria ficar com ela fechada, sem esse risco. Alias, alguém já reparou como ficam as  torres dos T's russos ? (em desfiles ou fora de combate, a trava precisa estar funcionando em perfeitas condições. claro).

Bom, vamos torcer que essa tentativa tenha êxito, apesar de cara, e o carro fique melhor e manutenível.

Valls

Last edited by Valls
×
×
×
×