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Resposta to "Cascavel TORC"

Destino posted:

Boa tarde a todos,

Uma dúvida surgiu. Seria possível equipar o Abrams com um outro motor que não sua turbina? Um motor diesel de grande força e para o qual existam linhas de produção e peças de reposição? Não seria economicamente mais viável essa adaptação ou não existe como fazê-la sem degradar significativamente a performance do M1A1?

Outra questão. Fala-se muito em reequipar o EB com o Leo 2A4 mas estas unidades não existem mais. As demais versões (A5, etc.) também não existem ? Pergunto pois um tempo atrás li que os alemães encostaram uma quantidade considerável de Leos por questões orçamentárias. Alguém sabe informar se procede?

A questão do peso para deslocamento rodoviário destes blindados não é mais um problema?

Abraço a todos. 

Oi, vou responder com base no que andei lendo em fóruns especializados.

Abrams, turbina x motor diesel - existe até uma empresa que faz esta conversão. A GDLS (General Dynamics Land Systems) propôs o Abrams Dieselization Project. No entanto, esta questão não foi em frente, nem nos EUA, nem nos países que adquiriram o M1A1 e fizeram o upgrade, como por exemplo o Marrocos. Pelo que li, o custo da transformação é alto e há a questão dos custos de manutenção, que também seriam altos e não haveria empresa capaz de faze-los aqui. No caso da turbina, o que li é que se trata de um conjunto, um módulo completo que sai e é colocado outro no lugar. 

Leos 2 usados: atualmente há poucos disponíveis no mercado, seja 2A4, 2A5 ou outro. A crescente ameaça causada pela Rússia, que parece ter voltado aos tempos da guerra fria, deixou quem está por aquelas bandas de cabelos em pé, então quem tem não vende. O exército alemão parece que disponha de uma certa quantidade, mas vão transforma-los em outros tipos de veículos de apoio. 

Por fim: não há quantidades disponíveis suficientes em um único lote. Quem tem oferece 50/60 CC, e o EB precisaria de algo entre 150 e 200, pelo menos. Falam em 300. Aí seria necessário pegar um pouco aqui, mais um pouco lá, para ver se juntando dá a quantidade necessária. O problema é que são lotes de produção diferentes, com diferenças significativas entre si, então o pessoal da área de manutenção diz que seria um pesadelo logístico.

Aí vem a questão: quem tem tantos tanques usados assim disponíveis, de um só lote? Só os americanos. Chegaram a aventar a possibilidade dos israelenses e seus Merkavas, mas ninguém sabe informar quantos eles têm disponíveis e em que estado estão. Além disso pesa a questão do pagamento; no caso dos tanques americanos, há um mecanismo de financiamento que o Brasil já usou antes, o FMS - Foreign Military Sales, tipo um BNDES americano para facilitar a venda de seus armamentos. Itens de outras fontes provavelmente teriam que ser pagos sem estes financiamentos e aí, não haveria grana.

Ainda sobre a aquisição de usados: oficiais do exército brasileiro chegaram a visitar a Itália e a Suíça, para ver os Leo 1A5 que estes países possuem estocados (ver aqui), mas os relatos são de que estão em péssimo estado e não servem sequer como fonte de peças.

Deslocamento rodoviário – não temos condição de comprar tanques novos, ou poderíamos ir atrás de tanques mais leves como o Type 10 japonês. Tanto Leos 2 como Abrams tem um peso que exigirão a aquisição de veículos de transporte para eles, como os M1070.

 

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