A OTAN está indignada com o desejo da Espanha de prestar apoio ao grupo naval russo que se dirige para o mar Mediterrâneo para reforçar o grupo de tropas russas na Síria, informou o jornal britânico The Telegraph.
A mídia espanhola afirmou que os oito navios russos que compõem o grupo naval do porta-aviões russo Admiral Kuznetsov deviam ser abastecidos de combustível, água doce e produtos alimentares no porto de Ceuta, um enclave espanhol na África do Norte.
Os navios russos fazem escalas frequentes neste porto. Segundo o jornal britânico, desde 2010, quando em Ceuta foi aberta uma base naval para apoio a navios estrangeiros, cerca de 60 navios de guerra russos fizeram escala no porto espanhol.
Entretanto, é do conhecimento geral que o Admiral Kuznetsov e os navios de escolta e manutenção se dirigem para o Mediterrâneo. A liderança da OTAN está preocupada com este passo da Espanha.
O secretário-geral da Aliança Jens Stoltenberg disse que qualquer país pode decidir de forma independente se abastece ou não navios de determinados países.
"Expressei-me de forma clara antes e agora repito minhas palavras de preocupação. Penso que todos os países da OTAN sabem que o grupo de combate pode ser usado para realizar ataques aéreos contra a cidade síria de Aleppo", declarou Stoltenberg.
O The Telegraph continua dizendo que o ex-primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt, também não apoiou a iniciativa da Espanha: "Na semana passada, a Espanha assinou a declaração da União Europeia sobre crimes de guerra da Rússia em Aleppo e hoje ajuda a reabastecer a frota que está a caminho de realizar mais atrocidades. Como é possível?"
Madri, que está sofrendo uma crescente pressão política, disse que irá estudar os pedidos da Rússia para o abastecimento de seus navios de forma individual e irá reconsiderar o último pedido de entrada dos navios russos em Ceuta. Foi dito que se tomará a decisão final somente depois de se saber o destino e os objetivos da viagem do grupo naval russo.
Segundo os últimos dados, a Rússia retirou o pedido feito às autoridades espanholas. O jornal El Mundo afirmou que os navios já passaram ao largo de Ceuta sem fazer escala e continuam sua viagem. A Embaixada Russa na Espanha confirmou estas informações.