Skip to main content

Resposta to "Molho de salsicha e o desaparecer da habilidade"

Carlos Chagas posted:

Discussão engraçada, mas a preocupação do autor é irrelevante. Cada um faz seu modelo do jeito que entende e do jeito que pode.

Eu, como estou virando modelista nascido no período cretáceo, posso dizer que já usei de tudo. Quando comecei, minhas faquinhas eram navalhas usadas que peguei numa velha barbearia, uma caixa cheia. As lâminas, alemães, eram da marca Solingen, de alta qualidade. Eu mandava um amolador dar o formato que eu queria, botava um cabo novo e funcionava. Quem me ensinou o truque foi o velho Braga, da Hobbysport.

Chapa de plástico estireno vinha de caixa de manteiga CCPL. Comi tanta manteiga por causa da caixa que devo ter entupido as artérias além do normal. Como as caixas eram feitas de vacuform, e por isso de espessura irregular, para obter um tamanho razoável eu tinha que emendar pedaços selecionados de várias caixas, colados aresta com aresta uns nos noutros. Depois lixava tudo para igualar. Um troço insano.

Tinta era massa Wanda diluída e misturada no olhômetro.

 Até o carrinho de feira da minha mãe eu ia cortando aos poucos, para extrair eixos para as rodas de veículos. E um dia ela descobriu o crime, quando o carrinho se desmontou na rua durante as compras.

Depois o material ficou mais fácil de encontrar, mas mesmo assim eu fabriquei milhares de peças na mão, de lá pra cá. Muitas vezes sonhando com o dia de encontrar o que eu precisasse, já pronto para o uso. Tinha uma vida acontecendo lá fora também.

Hoje posso usar qualquer tipo de acessório, desde que bem feito, nas minhas montagens. Photo-etching, peças de resina, insumos diversos, impressão 3D. Qualquer coisa que ajude e apresse a montagem está valendo e uso na boa, sem vergonha nenhuma na cara, pois o tempo corre. O que importa é o efeito final. E viva a tecnologia.

voto com relator

×
×
×
×