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Resposta to "Omaha"

Tópico 13

Bem ao lado da lancha com a seção de Dennstedt, a segunda seção desembarcou na praia com água pelo joelho, uma profundidade bem rasa se levarmos em conta o padrão enfrentado pela primeira leva.  Os homens saíram correndo do LCVP espirrando água para todos os lados indo em direção à areia (a localização da orla variava de acordo com a maré e os bancos de areia).  Eles foram direto ao encontro de uma tormenta de fogo de morteiros e metralhadoras.  "Ambos os soldados que operavam o BAR (BAR é o acrônimo dado ao Browning Automatic Rifle, ou Rifle Automático Browning, um rifle automático ou metralhadora leve de calibre .30 que servia como arma de apoio para cada pelotão - N. do T.) foram atingidos quase que imediatamente" relatou uma entrevista pós-combate com os sobreviventes da Companhia.  "O soldado à direita, Soldado Primeira Classe Frank DeBellis foi morto enquanto que o da esquerda, Soldado Primeira Classe George Bert perdeu a perna devido a um estilhaço de obus."  A equipe de morteiro era liderada pelo Sargento Joe Zukowski, irmão mais novo do Sargento Técnico Ed Zukowski que estava ferido.  Os irmãos eram bem próximos e seu vínculo só tinha estreitado durante os combates na batalhas no Mediterrâneo.  Ainda na Inglaterra, Joe tinha confidenciado para o seu irmão mais velho de que achava que não sobreviveria ao desembarque na praia de Omaha.  Como não poderia deixar de ser, uma chuva de granadas de morteiros engoliu Joe Zukowski e seu grupo enquanto que eles lutavam para avançar pela praia e que provavelmente provocou uma reação em cadeia com o detonar de minas antipessoais.  O mais jovem dos Zukowski caiu com o rosto para baixo e com ferimentos no peito.  Ele tentou levantar e continuar avançando.  Outro obus explodiu perto ferindo-o de novo.  Ele tentou levantar mais uma vez mas estava muito fraco.  Três dos seus homens, Soldado Primeira Classe Reuben Schatz e os Soldados Goza Fazekas e P. L. Wells estavam mortos próximos dali.  Zukowski sangrava muito em função das múltiplas feridas, a vida esvaindo do seu corpo.  "O último ato do Sargento Zukowski foi de repassar a mira do morteiro para o Sargento (George) Hammond" lembrou um sobrevivente.  Zukowski caiu e morreu.  Hammond olhou para a mira - estava em pedaços, inútil.  Ele jogou para o lado e avançou.  Cerca de vinte homens que estavam na lancha conseguiram chegar no banco de cascalhos.  Metade deles já estava ferida.  O resto estava morto ou ferido perto da orla com a água fria da maré avançando e envolvendo seus corpos, rolando-os para frente e para trás.

Perto dali, a lancha com a quarta seção da Companhia F sob o comando do Tenente Siefert desembarcou com a água quase na cabeça e sob intenso fogo de metralhadoras, fuzis e morteiros.  A tripulação do LCVP dava fogo de cobertura com as metralhadoras enquanto os soldados deixavam a lancha mas, segundo as memórias de um deles, "os tiros eram extremamente  imprecisos." O Sargento de Equipe Donald Wilson gritou para que seus homens se espalhassem e que avançassem o mais rápido possível.  A profundidade da água era tanta que ele teve que inflar sua boia salva-vidas para não correr o risco de afogar.  As boias eram infladas ao se espremer um par de tubos contendo CO2 localizado no cinto.  Pelo fato de que as tropas de assalto estavam assoberbadas com tanto material pesado, a tendência era de que essas boias fossem colocadas não na cintura, mas sim no peito, bem próximo ao queixo.  Isso não era uma boa ideia pois quanto mais alta a boia estivesse quando inflada, menos flutuabilidade ela proporcionava.  Mais ainda, ela poderia se agarrar no pescoço da pessoa; em alguns casos ela quase levou soldados à morte.  Felizmente para Wilson sua boia estava na posição correta e o projetou para o alto de modo que sua cintura ficasse acima da água.  Com sua cabeça oscilando por sobre as ondas, ele avançou da melhor maneira possível.  Balas de metralhadoras estouravam à sua volta e ele conseguia ouvir os estilhaços das explosões dos tiros de morteiros atingindo a água.  Através de sua visão periférica ele podia ver outros homens sendo atingidos e sumindo na água.  "Para reduzir a minha exposição" ele contou, "eu usei a minha faca de trincheira para furar a minha boia e, de alguma maneira, eu consegui encontrar a areia sob o meus pés.".  Ele chegou em terra firme cambaleando, se protegeu atrás de um obstáculo anti-tanques, mirou contra os alemães invisíveis nas escarpas acima da praia e deu vários tiros inúteis.  À sua volta, outros rapazes da mesma lancha enfrentavam o fogo devastador enquanto atravessavam a praia.  "Vários fuzileiros avançaram tentando correr por umas 10 jardas (9 metros), se jogar na areia para então correr por mais 10 jardas, mas as metralhadoras já estavam mirando neles na segunda tentativa.".

AP-D-DAY-ANNIVERSARY

Figura 11 - Soldados norte-americanos durante o desembarque de tropas depois do Dia D.  Repare, no soldado ao centro, a boia salva-vidas pessoal de CO2 envolta na cintura.

 

C O N T I N U A

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