Acrescentando algo à postagem do Sidney:
Em 7 de maio de 1942, Albert Speer informoua Adolf Hitler sobre os planos de aumentar a blindagem frontal do Sturmgeschütz para 80 mm. O trabalho necessário deveria ser imediatamente realizado.
Paralelamente, foi discutido um novo aumento da blindagem para o Pz.Kpfw IV, que ainda não era foco prioritário da indústria alemã, apesar das exigências de Hitler de uma produção maior. Os grandes produtores de armamentos continuavam seguindo as orientações da Wehrmacht, e empregavam seus maiores esforços na produção do Pz. Kpfw III. Em 01 de maio de 1940, havia, entre os 3465 tanques da Wehrmacht, apenas 290 Pz.Kpfw IV.
Pouco antes, com o início da produção do Pz.Kpfw IV Ausf F, a blindagem frontal do casco e da torre foi aumentada para 50mm. Ficou claro, desde o início dos estudos, que qualquer aumento da blindagem seria feito às custas da redução de mobilidade e provocaria uma mudança do centro de gravidade do veículo.
As histórias de produção de PzKpfw IV e Sturmgeschütz correram juntas desde o início, apesar de suas diferenças conceituais e do fato de que diferentes chassis foram usados. Ambos compartilhavam a mesma arma e as mesmas funções como, conceitualmente, veículos de apoio. Interferindo em questões técnicas complexas, Hitler exigiu durante uma Führerbesprechung (palestra ao Führer) datada de 4 de junho de 1942 que a blindagem, tanto do StuG quanto do PzKpfw IV deveria ser aumentada para 80 mm, o mais rapidamente possível. Ele considerou a data proposta de meados de julho de 1942 tarde demais.
Nessa época, surge a preferência conceitual de Hitler por tanques “pesados” e “muito pesados”. Ele enfatizou repetidamente que uma velocidade reduzida causada por um aumento de blindagem poderia ser aceita.
Em 29 de junho, Hitler decretou que o PzKpfw IV deveria receber uma blindagem extra e sugeriu que uma cota mensal de 16 veículos (aproximadamente 20% da produção) passasse por esse acréscimo. Algum tempo depois, em 14 de outubro de 1942, ele mudou de atitude durante outra Führerbesprechung: “O Führer considera que, diante do constante aumento da blindagem dos tanques inimigos, uma parcela maior do PzKpfw IV deve ser equipada com Vorpanzer (blindagem adicional).”
E na reunião de 8 de novembro: “é especificado que 50% da produção será fornecida com Vorpanzer." De acordo com muitos relatórios das tropas, o Vorpanzer do PzKpfw IV provou ser excelente, apesar dos problemas de mobilidade envolvidos.
O 'Vorpanzer' consistia, basicamente, em placas de blindagem adicionais de 30 mm., que foram, inicialmente, soldadas na frente do casco e da superestrutura. Ficou comprovado, entretanto, a impossibilidade de reforçar a frente da torre. Mais tarde, placas blindadas aparafusadas também passaram a ser usadas. Quase não há nenhum sistema único, padrão reconhecível, sendo todo tipo de combinação aplicável. Dava um aspecto conceitual, improvisado, de acréscimo de campo.
Mas por que então, o Vorpanzer, não se transformou na solução da época para os problemas de vulnerabilidade da blindagem dos tanques alemães? Basicamente, porque o kit de blindagem Vorpanzer era muito pesado, colocando uma carga desigual no anel da torre, que pendia para a frente, o que também afetava o mecanismo de acionamento da torre e sua velocidade de rotação. Essas características negativas aumentaram muito mais, quando alguns veículos tiveram seus manteletes reforçados por placas blindadas curvas,
A maioria das fotos existentes mostra os veículos sendo usados pelas Ersatzund Ausbildungs-Abteilungen (unidades de treinamento e substituição).
O Vorpanzer continuou a ser adicionado até que o uso de blindagem de 80 mm na frente do casco e da superestrutura foi implementada, como padrão, em junho de 1943.