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Resposta to "Qual foi o momento mais ..."

 Em 17 de outubro de 1996 fui a um evento no Campo dos Afonsos, onde tive o prazer de conhecer pessoalmente o Brigadeiro Magalhães Motta. Minha mãe o conheceu por ser contadora de um amigo dele, o saudoso Coronel Jardim, ex-piloto de B-25 e um senhor da melhor qualidade. Na época ela contou a ele sobre minha paixão com a aviação e o militarismo, ele ficou muito feliz em saber e disse que queria me conhecer. Eu até comprei o livro da biografia dele, o ótimo "Força Aérea Brasileira como eu a vi"

Neste evento no Musal finalmente o conheci e ele me perguntou como eu tive paciência de ler todo o livro dele ? Hehehe, era muito bem humorado. Ele foi andando pela base e eu o seguindo e conversando o máximo que minha timidez e admiração permitiam. Num certo ponto ele foi a junção da grade que separava o público do P-47 que estava estacionado e havia girado o motor. Eu então parei e ele me disse "venha !", eu não acreditava que estava "do outro lado do alambrado", ele foi seguindo em direção ao gigantesco Thunderbolt e eu o seguindo. Ele não parava de falar e nós subimos na asa do bicho !!! Eu não acreditava, olhava para as asas a cauda e tentava ouvir o que o Brigadeiro dizia, pois eu já não conseguia conter minha euforia...

 

 

 

 

As vezes eu percebia que minha mãe havia me seguido e fotografado vários momentos. Minha mãe sempre foi 1.000. No meio das palavras já meio distorcidas na minha cabeça eu ouço o Brigadeiro me ensinando como se entrava num P-47. Levanta esta alça, coloca o pé neste buraco na fuselagem e passa a perna. Eu disse que entendi, e ele falou, "então vá em frente ", CA CE TA DA !!!   Não podia estar acontecendo, mas aconteceu, eu entrei no cockpit de um P-47 Thunderbolt em plenas condições de vôo !!! 

 

 

 

Aí eu não o ouvia mais, estava em transe, ouvia só coro de anjos. Me lembro que uma das coisas que fiz primeiro foi olhar para trás, para saber se era realmente tão bom assim uma capota gota, e descobri que não fazia diferença com aquela imensa chapa de blindagem atrás da cabeça. Meu transe só foi quebrado quando minha mãe, vendo o grande momento, se empolgou e subiu na asa para tirar as fotos acima. O problema foi que ela pisou naquele quadrado vermelho na raiz do flap e o Brigadeiro ficou branco. Enquanto ele, outros militares e eu a alertavamos, ela, sem entender o que acontecia, sapateava o quadrado vermelho. Que vergonha mamãe, sorte que ela sempre foi magra ...

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