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Resposta to "US$150 por um Yamato 1/700. Será que vale tudo isso?"

Existem outros detalhes subjacentes a esses preços, e muito mais importantes, mo meu ponto de vista, do que apenas lucro do fabricante.

O encolhimento dos imóveis, não apenas no mundo, mas também no brasil, coloca um obstáculo sério ao plastimodelista que realmente monta. Dois modelos em 1/350 com base ocupam muito mais espaço que dois grupos de batalha inteiros em escala 1/700.

O frete de um kit em 1/350 é muito maior que o relativo a 4-5 kits em 1/700. O mesmo para um kit de blindado com interior em 1/35 em relação a 4-5 kits em 1/48.

O estireno e o plástico já tem forte subida no mercado internacional, aumentando a pressão nos fabricantes.

Não se esqueçam da energia que está indo para as alturas e do papelão que mantém tudo junto.



Mas temos também duas outras variáveis que estão gerando toda uma anormalidade na vida das sociedade atual: tempo e paciência.

As pessoas querem tudo para ontem, porque tempo passou a ser moeda crítica nas relações sociais, mesmo que não haja apoio, suporte para tal obsessão. Os plastimodelistas preferem pagar US$50 por um kit e montá-lo em 10 dias do que comprar um kit com interior, pagar US$65 e levar 40 dias montando, pintando, montando, pintando, até terminar. Ou seja, não há também paciência sobrando. Essa busca insana de rapidez a qualquer custo cria instabilidades em quaisquer mercados e o do plastimodelismo não é exceção.

Há alguns anos, a compra de uma calça obrigava o comprador a ir à loja, experimentar o produto, pagar e voltar para casa gastando, no processo, algumas horas. Semana passada, escolhi, comprei e paguei por 3 calças em 15 minutos sentado no jardim, comendo um pedaço de torta de limão. Recebi em casa, com frete grátis e bem embaladas, 2 dias depois. Ficaram perfeitas. Mas li sobre pessoas que reclamaram dos 3 dias que seus produtos levaram para chegar às suas mãos...



Para todos os efeitos, e não apenas devido à pandemia, estamos entrando em um novo patamar de preços. É uma lógica inescapável e, no meu modo de ver, irreversível.

Assim, produtos em escalas menores, vão se tão tornar cada vez mais numerosos, com grandes detalhamentos (valor agregado) e caros, atendendo aos consumidores, aos fabricantes e a situação dos mercados envolvidos.

Temos um detalhe, porém, nessa equação, que os fabricantes devem estar de olho: o envelhecimento da população. Em especial a diminuta que compra e faz plastimodelismo e vai envelhecendo rapidamente. Pequenas escalas não são adequadas aos velhos, como eu, que passam direto pelos lançamentos diminutos. É um fato biológico e inexorável. E são os velhos, histórica e economicamente que detém um grande poder de compra.

Ir demais para as pequenas escalas, subindo na sequência os preços das escalas tradicionais, vai provocar, a médio prazo, uma quebradeira geral e um golpe muito duro no hobby,

Mas isso fica para outro tópico...

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