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Fontes ligadas à Marinha do Brasil informaram à coluna que quatro corvetas em Ótimo estado – incorporadas entre 1989 e 1994 – pertencentes à classe Inhaúma (Inhaúma, Jaceguai, Júlio de Noronha e Frontin), estão fora de operaÇão jÁ hÁ algum tempo, devido à falta de recursos da ForÇa Armada para fazer a sua manutenÇão e substituiÇão de peÇas. Essas unidades foram construÍdas no Brasil, com projeto desenvolvido pela Diretoria de Engenharia Naval com consultoria tÉcnica da empresa alemã Marine Technik atravÉs de contrato assinado em outubro de 1981.

Nessa Época a Marinha mantinha estreito relacionamento com a Alemanha que, atravÉs da empresa Ferrostal, financiava a construÇão dos submarinos da classe Tupi e tambÉm abriu financiamento para as corvetas, inclusive para a compra de equipamentos e armas, mesmo que em empresas não alemãs. Nesta mesma Época estava em andamento, em parceria com os alemães, o projeto do Submarino Nacional. Este relacionamento incluÍa o projeto do Snac I, que seria o primeiro submarino de projeto nacional e seria um modelo para o futuro Snac II, que seria com propulsão nuclear. A Marinha chegou a preparar uma equipe de cerca de 30 engenheiros para trabalhar neste projeto que mais tarde passaria se chamar SMB 10.

 

No entanto, por decisão polÍtica – o que É um direito do governo, uma vez que nada se faz em Defesa sem aprovaÇão da PresidÊncia da República – os franceses da DCNS, aliados à gigante Odebrecht, conseguiram vender um programa de 6,5 bilhÕes de euros para desenvolver e construir quatro submarinos convencionais e um casco de submarino nuclear (cujo desenvolvimento do reator depende ainda de outro programa, tambÉm vultoso). O resultado É que, com isso, não se tem recursos suficientes para colocar em operaÇão os navios que deveriam estar patrulhando nossas Águas. Não parece um contra-senso? É como se um cidadão tivesse um Santana enguiÇado na garagem, mas fizesse um financiamento para comprar um Mercedes CLC 3000…

 

HÁ diversas explicaÇÕes para este programa com os franceses, mas a que parece mais crÍvel estÁ em arranjo polÍtico do Governo Lula com o então Governo da FranÇa. O programa nuclear da Marinha ficou parado durante muitos anos não somente por falta de dinheiro, mas porque tambÉm existia uma corrente na Marinha que não concordava com os altos gastos que vinham sendo feitos, embora eles realmente tenham trazido tecnologia independente e prÓpria para o Brasil. Foi relevante a influÊncia do “comandante Othon” – Othon Pinheiro da Silva (hoje almirante reformado) e presidente da Eletronuclear desde 2005.

 

A queixa de setores da Marinha É a de que o mega-projeto de submarinos (Prosub), que era do orÇamento federal e passou ao da Marinha, suga recursos de outras Áreas – pois não pode haver atraso no pagamento aos franceses. Com isso, ocorrem anomalias, como a falta de dinheiro para manutenÇão das corvetas. Todo ano, R$ 2 bilhÕes vão para o Prosub – enfraquecendo outros setores da Marinha.

 

ConstruÍdos no Arsenal da Marinha (AMRJ) e no antigo estaleiro Verolme, em Angra dos Reis – hoje Brasfels – as corvetas são dotadas de mÍsseis Exocet e canhÕes de 144 mm, alÉm de armas anti-submarino e Área para pouso de helicÓptero orgânico. Hoje, esses navios estão ultrapassados, mas, ainda assim, foi o que o paÍs construiu ou comprou de mais moderno desde a dÉcada de 1980, à exceÇão dos navio-patrulha classe Amazona (trÊs unidades), que vieram novos da Inglaterra, e dos navios de patrulha de 500 toneladas classe MacaÉ (dois em serviÇo e cinco em construÇão no Estaleiro Eisa, do Rio), alÉm de alguns navios menores para hidrografia e lanchas patrulhas. O porta-aviÕes São Paulo É muito antigo. Era o porta-aviÕes Foch da Marinha francesa e, como as corvetas, estÁ sem uso.

 

FONTEMonitor Mercantil 

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Em quase toda grande obra (construção civil, naval, sistemas de defesa nacional, etc, etc, etc) aparece discretamente em algum canto o nome Odebrecht... estou levemente desconfiado de que quem manda no país não é exatamente um partido...

 

 

É como se um cidadão tivesse um Santana enguiçado na garagem, mas fizesse um financiamento para comprar um Mercedes CLC 3000…

 

Excelente comparação. Lembro que discutimos exatamente isto aqui na Webkits, contra a opinião de alguns entendidos, que achavam que deveríamos embarcar nesse absurdo.

 

Está aí o resultado.

 

Onde o governo do PT mete a mão só sai m****.

 

Agora vão patrulhar o litoral sentados em uma piroga.

Last edited by paulors
Originally Posted by JeanFabricio:

Em quase toda grande obra (construção civil, naval, sistemas de defesa nacional, etc, etc, etc) aparece discretamente em algum canto o nome Odebrecht... estou levemente desconfiado de que quem manda no país não é exatamente um partido...

 Bingo!

Originally Posted by A.Bell:

 Mas não é a própria Marinha do Brasil que traça esses programas megalodônicos? Subs nucleares,porta aviões,caças,e outras coisinhas.

 

Sim, eles é que traçam planos, idealizam, desejam, sonham, mas...

 

É o governante do momento, e a conhecida falta de continuidade política, quem decide com quem se deve alinhar estrategicamente, e com a ditadura esquerdalha que temos, nada mais natural que alinharmos com países onde o socialismo tenha influência forte na política.

Last edited by FІЯЭFФЖ

o problema maior sem duvida alguma é a POLITICAGEM!!!!

 

Antes de 2000, os investimentos em defesa e o proprio orçamento das FFAA eram vistos como despesa e sempre cortados/contingenciados e todo e qualquer plano de modernização/reequipamento era ignorado (o PRM ficou engavetado em toda a gestão FHC!)

 

Depois disso, virou motivo para ganhar algum dinheiro por meio dos lobbys....

 

 

o problema não é o programa nuclear da Marinha, que como bem cita o texto vai muito além do submarino, envolvendo todo o dominio do ciclo do combustivel nuclear, permitindo que em lugar de darmos a preço de banana matéria prima para comprarmos isótopos (mediciais, por exemplo!) a peso de ouro, possamos nós mesmos produzir aqui e obter grande economia! O PROBLEMA É O CONTINGENCIAMENTO CONSTANTE, associado ao sucateamento que os meios da MB e demais FFAA sofreram desde 1985 e o crescente numero de missões que se atribui a elas, ou seja, meios velhos em pequena quantidade que demandam uma manutenção cara, submetidos a um uso muito extensivo devido ao aumento de atribuições e os recursos sempre escassos.....

 

a MB vinha trazendo o Programa nuclear com investimentos próprios, dando pequenos passos pois nunca teve recursos externos mas, se fizeram isso de pegar uma fortuna em financiamento e jogar a conta para o orçamento dela com clausulas que impedem os atrasos no pagamento... com os contingenciamentos era de se esperar que cedo ou tarde os navios ficassem no cais!

 

 

Em uma revista T&D especial sobre a MB, publicada em 1999 diziam como era organizado o orçamento da força naval, (valores aproximados, mas não muito distante disso!) sendo que cerca de 70% se destinava ao custeio da força operacional; outros 25% eram destinados a construção/modernização/aquisição de meios e apenas uns 5% eram destinados a programas como o Nuclear ou de desenvolvimento de novos projetos!

 

 

até meados daquela década, a MB era das três forças a que melhor conseguia se manter em relação ás demais, pois contava com recursos dos royalties do petróleo, os quais passaram a ser contingenciados pelo governo e repassados aos cofres da União, o que fez com que a partir dali, se tornasse inviavel repor a baixa dos velhos CTs e DDs americanos (Allem M Sunner e Gearing) que estavam dando baixa! Para uma dezena de navios retirados, se conseguiu apenas adquirir as fragatas Type.22 inglesas e, depois disso, ainda deram baixa os quatro CT Pará (Ex-FF classe Garcia) e mais recentemente, os proprios Type.22 enquanto apenas a CV Barroso entrou em operação!!!!!

A questão não é só os submarinos.

 

Pensões e aposentadorias também entram na conta do orçamento das Forças Armadas, incham-no e consomem boa parte da verba que deveria ser destinada à compra de armamentos, treinamento e manutenção.

 

Não vou nem tocar no assunto de gestão do dinheiro realmente disponível, pois, se se seguir a regra dos órgãos públicos brasileiros, todos sabem o resultado.

 

O orçamento da MB para este ano é de 4 bilhões de reais.Não pesquisei, mas antes de culpar os submarinos, seria interessante saber qual o percentual disso que será destinado ao pagamento de pensões/aposentadorias.

 

 

 

 

 

 

O orçamento da MB para este ano é de 4 bilhões de reais.Não pesquisei, mas antes de culpar os submarinos, seria interessante saber qual o percentual disso que será destinado ao pagamento de pensões/aposentadorias.

 

 

Bom, isso aqui é meio antigo, mas deve dar uma idéia do negócio.

 

 

 

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