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A aÇão da Guarda Republicana do Iraque em Kerbala contra os Apaches.

 

 

Este aÇão mudou o modo de operaÇão destas aeronaves,  Antes, os AH-64 e suas tripulaÇÕes executavam as mesmas tÁticas empregadas na 1ª Guerra do Golfo, ou seja:


- aproximaÇão da Área inimiga,
- observaÇão pairada para procura dos alvos,
- identificaÇão dos mesmos,
- seleÇão da arma Á ser utilizada e o disparo da mesma

- observaÇão, ainda pairado, sobre o alvo visualizando o resultado final do ataque.

 

Os iraquianos, perceberam esta tÁtica, anotaram tudo isso "na sua caderneta" e prepararam-se com uma armadilha noturna.

Na 2ª Guerra do Golfo eles Á colocaram "em prÁtica":

 

Primeiro a Guarda Republicana preparou a cidade para receber os Apaches e o que fizeram? Cortaram toda a energia da cidade, inclusive passando de casa em casa confiscando toda e qualquer fonte possÍvel de iluminaÇão como lanternas, candeeiros, lampiÕes, etc… e confiscaram todas as chaves dos carros tambÉm, pois muitos deles foram usados como iscas.

 

Depois montaram uma “barreira” de holofotes apontados para as direÇÕes mais provÁveis da qual viria o ataque. E nisso digamos que eles contaram com o fator “sorte”, pois eles conseguiram cobrir apenas 3/5 dos setores demarcados.

 

A seguir, deixaram de prontidão as armas mais pesadas aproximadamente no centro de dada um desses setores para que fossem rapidamente movidas para o setor onde estivesse a aÇão.

 

Os AH.64 vieram e, jÁ durante a aproximaÇão deu-se inÍcio a confusão, com perguntas como: – "Onde estÁ a cidade?" "JÁ deverÍamos estar enxergando suas luzes", etc.  Como ficaram confusos, os pilotos comeÇaram a fazer novo cheque da navegaÇão, do GPS, etc…Nesse meio tempo, a concentraÇão e a ordem de batalha jÁ tinha ido para o espaÇo. Na sequencia, os americanos perceberam a silhueta sombria da cidade: – Sem movimento, sem luzes, sem carros… nada.

 

Ainda não percebendo que eles tinham caÍdo numa armadilha, os pilotos resolveram aproximar-se mais, muito alÉm do que seria seguro em outra situaÇão. Eles aproximam-se devagar, uns tateando o terreno com os sensores, outros pairados mesmo. Quando chagam ao alcance das arma inimigas a Guarda Republicana deu a ordem: A energia de toda a cidade É ligada, inclusive das residÊncias.

 

Os pilotos comeÇaram a perguntar: "O que estÁ acontecendo???", "Que É isso??", etc. Eles trocam informaÇÕes pelos rÁdios mas, na sequencia, são alvo de vÁrios holofotes e, segundos depois, dos certeiros disparos das armas iraquianas…o resultado foi um pandemÔnio, NVGs encandeados, tripulaÇÕes descoordenadas, alvos mÓveis (as iscas), etc…

 

O resultado dessa aÇão acabou saindo muito cara para os americanos pois as tropas iraquianas conseguiram anular completamente as capacidades tecnolÓgicas dos “Apache”.  

 

Dos 31 AH.64 inicialmente envolvidos, um caiu perto da base ainda no comeÇo da missão, por desorientaÇão do piloto, com perda total. Das 30 aeronaves restante que entraram em aÇão, uma foi abatida com a captura de seus 2 tripulantes e todos os demais 29 helicÓpteros acabaram avariados. Em mÉdia, cada Apache tinha de 15 a 20 buracos de projÉteis, sendo que um deles tinha 29. Dezesseis pÁs de rotores principais, seis lâminas de cauda, cinco eixos de transmissão e seis motores sofreram danos severos e tiveram que serem substituÍdos. Em um esquadrão, apenas um único helicÓptero foi considerado apto Á voar.  

 

Os mecânicos americanos comeÇaram a trabalhar arduamente mas sÓ conseguiram colocar, 48 horas depois,  em condiÇÕes de voo, 4 helicÓpteros, mas todos eles com severas restriÇÕes operacionais. Mais da metade das aeronaves sÓ puderam voar na semana seguinte e pelo menos 5 deles tiveram que ser levados de volta aos EUA para serem reparados.

 

Demorou mais de um mÊs para que o 11° Regimento da 3ª Divisão de Infantaria estivesse apto para lutar novamente. Thomas E. White, na Época secretÁrio do ExÉrcito Norte-Americano, comentou: "NÓs demos muita sorte de não termos perdido mais aeronaves nessa missão".  

 

Do lado iraquiano, as perdas foram de 12 tanques e 6 canhÕes AZP S-60 anti-aÉreos.  

 

As baixas sofridas pelos Apaches acabaram acarretando uma mudanÇa na doutrina operacional tÁtica pelo ExÉrcito americano. A partir deste episÓdio, os helicÓpteros de ataque passaram a serem utilizados não mais para atacar diretamente as tropas inimigas, mas sim para revela-las e estas serem alvo de ataques de artilharia e/ou ataques aÉreos de precisão.

 

Fonte;

- US Army.

- BBC News.

- CNN,

- AH-64 Apache Units of Operations Enduring Freedom and Iraqi Freedom - Bernstein, Jonathan (2005),  Osprey Publishing.

In the Company of Soldiers - Atkinson, Rick (2008)

 

Last edited by Milan
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Não conhecia isso, mas não é exatamente uma invenção nova.

 

Parece uma variante da estréia do 'Wilde Sau' do Hajo Hermman num dos bombardeios de Colônia ou Berlin em 1943, quando a iluminação da cidade foi ligada de surpresa para silhuetar os bombardeiros ingleses contra o céu e permitir que os caças, que estavam à espreita, atacassem.

 

Grato por compartilhar.

Last edited by vonpaulus
Originally Posted by Milan:

Dos 31 AH.64 inicialmente envolvidos, um caiu perto da base ainda no começo da missão, por desorientação do piloto, com perda total. Das 30 aeronaves restante que entraram em ação, uma foi abatida com a captura de seus 2 tripulantes e todos os demais 29 helicópteros acabaram avariados. Em média, cada Apache tinha de 15 a 20 buracos de projéteis, sendo que um deles tinha 29. Dezesseis pás de rotores principais, seis lâminas de cauda, cinco eixos de transmissão e seis motores sofreram danos severos e tiveram que serem substituídos. Em um esquadrão, apenas um único helicóptero foi considerado apto á voar.  

 

 

 

 

Um grande sucesso tático, mas esse parágrafo mostra como o Apache é duro na queda, já que mesmo levando esse monte de tiros, ainda conseguiram voltar para a base.

 

Num daqueles livros sobre o Apache tinha essa foto, mostrando o dano causado em uma pá, depois de ser atingida por um projétil de 23mm, durante testes.

Foi considerado que ela ainda poderia aguentar mais 5 horas.

 

 

Realmente, na guerra, como em qualquer situação confrontacional, a falta de variação tática pode ser explorada e ser fatal...

 

Contudo, embora tenham obtido uma vitória em termos e sobrevivido mais tempo para lutar, as perdas de Apaches foram baixíssimas e mostram a versatilidade  e a capacidade de sobrevivência dessa aeronave...

 

Falar em sucesso, no entanto, tendo perdido aquela quantidade de tanques e de Anti-aéreas em comparação com as "perdas" de Apaches e querer exagerar uma tática bem pensada e empregada em uma "vitória"...

 

Te garanto que depois dessa, a coisa ficou MUITO preta para os Iraquianos nos próximos engajamentos...

 

Edilson 

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