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Finalmente de volta ao batente.

Agora vou mostrar como retirar a segunda forma de aplicação do putty. Com um cotonete molhado na mesma acetona usada para diluir o putty vamos esfregando o local e retirando o excesso.








Como esta parte serviu apenas para demonstrar a técnica já que não vai ficar nada visível, não me preocupei em fazer uma segunda aplicação para corrigir as pequenas falhas. Aqui dá para ver como era antes e depois.





Nota: Esta técnica exige paciência, só para ter uma idéia eu gastei isso de cotonetes para este pequeno pedaço.



Nota 2 : Estas fendas eram um pouco grandes e talvez fosse melhor diminuí-las um pouco antes de aplicar o putty diluído, mas acho que valeu como demonstração.

Esta parte que começa agora não é bem uma voltada para iniciantes, e nem mesmo essencial para o modelo. Serviu mais para minha diversão e para mostrar mais algumas ferramentas.

No sete de photoecth vem esta peça para colocar na ponta do eixo, mas sem nenhuma instrução de como fazê-lo e nem mesmo as peças para prendê-la no lugar. Então o remédio foi improvisar.




A primeira providência foi cortar as pontas do eixo. Para isso eu utilizei serras de photetch. São serras muito delgadas, da espessura de uma peça em photetch que permitem serrar uma peça com um mínimo de perda de material.

Aqui estão dois jogos diferentes que eu tenho.





O primeiro jogo (espessura maior e dentes maiores) se destina a cortar peças mais grossas, o segundo mais fino serve tanto para corte como para fazer linhas finas em baixo relevo, como se pode fazer em aviões.

Devido a baixa espessura elas são muito frágeis e devem ser manipuladas com cuidado, Qualquer esforço a mais pode empenar e arruinar a serra.

As formas estranhas são na verdade muito úteis permitindo que se corte ou risque pecas em posição difícil sem afetar as áreas no entorno.

Usei a serra mais fina para cortar as pontas do eixo que foram coladas nas rodas. A ponta do eixo foi então lixada para uma forma boleada.







A ponta cortada não foi bem medida e ficou curta para o que eu pretendia , então coloquei uma peça para prolongar e colei a peça de photoetch usando Tekbond a técnica já mostrada aqui.



Hora então de fazer os furos no eixo para prender as rodas. Para isso marquei a posição do furo usando uma canta pilot de ponta bem fina.




Para fazer os furos o ideal é uma broca helicoidal, e neste caso em particular uma broca beeeeem fina. Para se ter um exemplo da espessura das brocas usadas nesta escala temos esta foto. A broca gigante a direita tem (acredite) 2mm de diâmetro. A menor tem 0,2. A que vou usar tem 0,40mm. E é a segunda da direita para esquerda.



Para manipular este tipo de broca o ideal é uma furadeira manual (também chamada de porta brocas manual) Existem diversos modelos por ai, mas prefira sempre as mais leves e em que o mandril (peça que pega a broca) feche a zero. Isso significa que ele pega mesmo as brocas de menor diâmetro.
A que eu uso é esta






Estas brocas são muito frágeis e quebram com facilidade, o segredo é pressionar o mínimo possível mantendo a rotação. Se a broca ficar presa no plástico nunca tente puxá-la. Vá girando no sentindo inverso fazendo uma leve tração, e ela acaba saindo. Também é importante segurar o porta brocas da maneira correta.





É possível usar estas brocas numa furadeira elétrica, para isso é preciso um adaptador já que dificilmente estas furadeiras pegam brocas tão pequenas.





No entanto eu não recomendo usar a furadeira elétrica com brocas menores que 0,5mm já que aumenta muito a chance de ela se quebre.

Feitos os furos verifiquei que o eixo era muito fino para a peça que estava na roda e coloquei então uns espaçadores que depois foram também furados.



As rodas foram então presas no eixo usando um pedaço de alfinete cortado como pino.



Finalmente no set vinha uma barra de ligação entre as rodas que francamente não me pareceu nada convincente. Sets de photoetch são bons para representar superfícies planas, mas para peças com volume, principalmente de forma cilíndrica, elas não resolvem.



Então resolvi substituí-la por um fio de cobre.



A primeira coisa é fazer o fio ficar reto, e neste caso usei uma técnica muito simples explicada pelo Dr. Serra aqui mesmo faz tempo. É simples e funciona muito bem. Basta tracionar o fio de cobre, sem exagerar muito na força, que ele fica retificado. Para isso eu usos dois alicates. Pego uma ponta do fio com cada um e dou uma leve esticada.



O resultado



Quando o fio é muito fino existe uma outra forma de fazer isto, que eu vou explicar mais para frente.

Então cortei o fio no comprimento certo, dobrei as pontas, passei pelos furos das peças que estavam coladas nas rodas e.....

Temos um conjunto de rodas móveis.



Agora você, com razão, vai perguntar: Afinal para que serviu isso tudo se é um modelo estático? Bom, fora o fato de me divertir um bocado e de poder mostrar mais algumas ferramentas não serve para nada. Ó pra você.. !!! Maneiro !!!!

Até a próxima Legal !!!
Last edited by Augusto
Duas observações:

Já são mais de 120 fotos, então 3 vivas para a fotografia digital Maneiro !!!!

Alguém deve ter percebido que o feixe de molas se quebrou durante as peripécias com o eixo da frente. Mas na última foto ele está de volta ao lugar. Maneiro !!!!
Parabéns,
estou vendo se consigo voltar ao hobby e isso esta bem acima do que fazia. Ainda mais com a facilidade de compras de ferramentas no exterior heheheh

muito bom mesmo, espero ansioso pelo restante do trabalho.
Trabalho explendido! Minucioso, preciso e muito detalhado.

Incrível!!!

Nunca imaginei que alguém pudesse ou quisesse fazer algo tão bem feito afim de ajudar os novatos e até mesmo os mais experientes.

Continue com este belo trabalho!

PARABÉNS.

Abraços!
Quanto à retifica de arames, vale a pena também mostrar aquela outra técnica que você mesmo mostrou um tempo atrás aqui com duas placas de vidro. Para arames de maior espessura acho que funciona melhor.
Sobre as serras de PE a mais fina é aquela da Hasegawa que você indicou na Luckymodels, ou aquela é a mais grossa? Fiz o pedido dela, mas já faz mais de um mês e ainda está em Available. Que saco !!!!
Augusto, o que acha de prorrogar o termino para o fim agosto, como o GB16. Assim todos podem terminar seus kits a talvez levar ao evento de Campinas.


Assim também da pra continuar tranquilamente com seu trabalho, sem se preocupar com o fim do prazo.
Last edited by Marcos Garcia
Marcos acho boa idéia, conte com meu voto.

Agora a montagem vai ser menos explicada já que estou apenas repetindo o que já foi mostrado. A idéia é acelerar para chegar na fase de pintura

O set de photoetch tinha um detalhes internos nos armários mas isso ia demandar uma enorme cirurgia no kit que foge ao escopo aqui, além disto eu pretendo colocar o modelo com o 88 no reboque e não fazia sentido abrir os armários.

Depois eu coloco umas fotos destes detalhes.

No momento ele está assim.



No
Prosseguindo a montagem vamos a mais algumas coisa que podem ser interessantes. Preferi substituir as alavancas de cambio do set de photoetch por outras feitas de fio de cobre. Para colar peças metálicas volto a usar a Tekbond, mas desta vez outro tipo.



A Tekbond 200 tem consistência de gel e é muito pratica para certos casos. Para aplicar basta encostar a peça na cola e depois posicioná-la. Como a cura é mais lenta dá tempo para pequenos acertos e a alta viscosidade mantém as peças pequenas no lugar facilitando muito o trabalho.









Vou aproveitar a cola para fazer também as bolinhas que ficam no topo da alavanca de cambio. Para isso uso uma agulha bem fina para pegar um pouco da cola e encosto na ponta do fio de cobre. A tensão interna do líquido faz com que assuma a forma esférica. Com um pouco de prática é bem fácil de fazer.











No set de photoetch vem uma peça para fazer uma alça que passa por trás dos bancos.




Mas este é o tipo de peça que não fica bom devido a forma chata ( o mesmo problema das alavancas de mudança) então o jeito é fazer outra com fio de cobre. O difícil aqui é acertar a dobra no comprimento exato. Como temos a peça já na medida vou utilizá-la com gabarito.

Coloco a peça numa superfície de madeira e com dois alfinetes marco o local da dobra.







Com os alfinetes no lugar mantenho o fio preso usando uma régua de alumínio e dobro as pontas com um estilete.



Depois é só cortar as pontas no tamanho desejado.

Esta técnica pode também ser útil para se fazer àqueles suportes de lona que tem nos caminhões. Permite que se faça todos com o mesmo tamanho e raio de curvatura.

Por hoje é isto

Ps. Se estiver ficando muito monótono, por favor, me avisem
Augusto,
Não sei o que dizer, a respeito da sua apresentação e detalhamento de cada etapa, quisera eu ter a paciência que você tem...
Com relação a montagem, sem comentário, principalmente nesta escala, pra mim a 1/35, já está complicando devido a vista, imagina 1/72 então... Maneiro !!!!
Parabéns...
Caro Augusto;

Boa didática,
Boas fotos,
Boas dicas.

E acima de tudo um grande incentivo aos novatos como os mais experientes.

Parabéns pela sua iniciativa e humildade, pois o "Conhecimento não se guarda, passa-se adiante ! "
Mais uma vez obrigado por todas as palavras gentis. Legal !!!

Estou terminando o interior

As grades da parte traseira foram substituídas pelos PE. A montagem destes PEs, da forma como vem, é muito trabalhosa e o resultado não é lá estas coisas, pelo menos com a minha capacidade de lidar com eles.

Resolvi também tirar o volante de PE e voltar com o volante original do kit. O de PE era fino demais e ficou meio estranho.






Aí Augusto

Tem um ditado que diz, "Quem sabe faz, quem não sabe ensina". Eu nunca acreditei muito nisso e voce vem mostrar que sabe fazer e sabe ensinar simplesmente porque é didático. Me passa a impressão que a mesma paciência que tem para montar e detalhar voce também tem para explicar e mostrar. Qualidade importante para nós que estamos aprendendo sem ver ao vivo.

Parabéns e continue assim,
Estou acompanhando atentamente,

"Divino Mestre" como diria um grande humorista.

Abs

Sérgio Martins
Prezado Augusto,

Só agora consegui ler esse tópico integralmente e com a calma necessária. Tudo o que podia ser dito já foi registrado pelos colegas. Excelente!!! Uma verdadeira aula, que deve ser salva para futuras referências. Parabéns!!!

Abraços,

Paulo Roberto
Fala Augusto!

Eu vi que vc usa um alicate(sprue cutter) de cabo laranja para cortar as pecas da arvore. Estou querendo comprar um parecido na Spruebrothers. O seu modelo é um desses modelos da Xuron?

Xuron 410A Ultraflush Cutting Shear


Xuron 420T Angled High Precision Shear
Esses dois modelos sao mais baratos que o da Tamyia mas nao tenho certeza se são os mais indicados. Voce poderia me indicar um modelo?

Muito Obrigado
Miguel
Eu tenho 2 alicates da Xuron, o 410A e o 440 PET, nunca encontrei nada tão bom por aqui, valem cada centavo. Na época que eu comprei, com o dolar alto, só peguei estes dois, mas com os preços de hoje compraria todos Maneiro !!!!
Aproveito mais uma vez para agradecer as mensagens de apoio, e lembro que tudo que está feito aqui não é única, e talvez, nem mesmo a melhor maneira de se fazer as coisas, é só a minha maneira.

A melhor forma de aprender é sempre arriscar um pouco. Captou ???
Last edited by Augusto
quote:
Seu gugu tá um perigo! Muito bom material didático, até para alguns modelistas mais experientes, não existe cachorro velho que não aprenda truque novo!

Parabéns Augusto!

Joker

[quote]


Faço as palavras do Joker as minhas
Augusto belo tutorial, Parabens....
Legal foram as ferramentas usadas...muito legal
+ uma vez parabéns.

[]s
Renato
Hora de lidar com as esteiras a parte mais chata de kits nesta escala. As soluções aqui podem não ser exatamente as mesmas para escalas maiores, então eu sugiro uma olhada nestes artigos.

http://www.webkits.com.br/news/templates/news.asp?articleid=81&zoneid=24

http://www.webkits.com.br/news/templates/news.asp?articleid=394&zoneid=14

As lagartas que vem no modelo, não são grande coisa e não vou utilizá-las, mas como este tipo de lagarta em forma de cinta é a solução preferida, principalmente por iniciantes, vamos ver como trabalhar com elas.



Para separar das árvores usamos o mesmo alicate de corte reto que foi mostrado aqui



Em geral este tipo de lagarta tem em geral pinos para servirem de trava (existem outros sistemas também)



O primeiro passo é passar os pinos pelos furos e inverter a posição da lagarat para que a parte interna fique virada para fora.



Assim podemos usar uma pinça para cabar de puxar os pinos para a posição correta.






Agora precisamos fixar a junta. Antes disso é recomendável retirar todos os materiais inflamáveis da bancada.



O negócio então é aquecer uma peça metálica de preferência que tenha uma superfície curva. Não é preciso aquecer muito.



Com a lagarta presa encostamos a parte curva nos pinos pressionando levemente. É importante a parte curva para garantir que o metal tocará apenas o pino sem atingir a lagarta.





Com a lagarta fechada é hora de mexer no modelo para poder ajustá-la da melhor forma. Em geral os dentes da roda tratora não encaixam na lagarat o que dá uma pe´ssima aparência. (a lagarta fica afastada da roda). Então o negócio aqui e retirar os dentes que ficarão em contato com ela.

Primeiro marco os dentes que serão retirados, observar fotos do veículo real é importantes nesta fase.



Usando mais uma vez o alicate de corte reto, retiro os dentes.



Neste caso, como em muitos outros, a esteira ficou tencionada demais.



O aspecto real deveria ser este



Existem várias formas de contornar este problema. Pode-se colara as esteiras nas rodas, ou usar pequenos calços para forçá-la para baixo. Mas neste caso eu faria isto com linhas.

Primeiro passa-se a linha por um elo da lagarta (claro que vai se usar uma linha com a cor mais parecida possível com a da lagarta, eu usei uma clara para dar contraste)



Passamos a linha por dentro das rodas



F azemos um nó em volta do eixo. Neste caso apenas tracionei a linha com os dedos já que não vou usar esta lagarta.





Colocando a linha em dois ou três pontos se consegue uma aparência bem realista.

Neste caso como a lagarta é um pouco curta a junta sofre alguma deformação. O segredo é deixar a junta na parte de baixo e usar um pouco de “lama” ou “sujeira”. Pode-se também encher a falha com cola branca. Depois de pintado vai aparecer muito pouca coisa.

Por estes problemas é que prefiro as esteiras injetadas, montadas em partes, conhecidas como Link and Length , o que significa elos e trechos contínuos. Vamos ver isso na próxima atualização.
Last edited by Augusto
quote:
Por estes problemas é que prefiro as esteiras injetadas, montadas em partes, conhecidas como Link and Length , o que significa elos e trechos contínuos. Vamos ver isso na próxima atualização.


Prezado Augusto,

Concordo 100% e já aboli definitivamente as lagartas e tb as rodas em vinil. Além da questão do aspecto que vc mencionou, tenho receio de como esse material irá se comportar ao longo do tempo, já que existem casos onde ele "derreteu".

De qualquer maneira, a sua explicação sobre o uso das lagartas de vinil é preciosa.

Abraços,

Paulo Roberto

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