Ainda sonhando com o Mirage 2000-5 francês como ‘caça-tampão’ para a FAB?
Então peça para ser acordado em 2020 – até lá, o Mirage 2000-5 servirá de ‘caça-tampão’ para a própria França, ajudando a compor uma dotação de aeronaves de combate reduzida de 225 para 215 caças, devido à diminuição prevista do ritmo de entregas do Rafale à Marinha e à Força Aérea do país.
No início deste mês de agosto o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, apresentou o Projeto de Lei da Programação Militar para o período 2014-2019. Na ocasião, foi divulgado um dossiê (clique aqui para acessar original, em francês) resumindo os principais pontos da proposta.
No que se refere às aeronaves de combate e especialmente em relação à família Mirage 2000, está prevista uma extensão da vida útil não só dos mais novos Mirage 2000D (versão especializada em ataque ar-solo, cuja possível modernização já havia sido aventada) como dos Mirage 2000-5, dedicados a missões de Defesa Aérea e equipados com mísseis MICA. Eles deverão permanecer em serviço no mínimo até 2020, compensando a diminuição nas entregas de novos caças Rafale que o Ministério pretende implementar, para cortar gastos (veja links ao final).
Vale dizer que os Mirage 2000-5 franceses, apesar de serem equipado com radares, sistemas e armas entre os mais modernos dessa família de caças, não são aviões exatamente novos: são modernizações de jatos produzidos originariamente na década de 1980 como Mirage 2000 C.
Portanto, se mesmo após o comandante da Aeronáutica Juniti Saito dizer que a baixa iminente dos atuais Mirage 2000 C/B (F-2000) da Força Aérea Brasileira será coberta pelos F-5M, você continua sendo um dos que “sonham” com uma aquisição de caças Mirage 2000-5 da França para servirem como “caças-tampão”, cobrindo os atrasos do F-X2, é melhor acordar para a realidade. Ou continuar dormindo e pedir para ser acordado somente em 2020.
Na verdade, os caças Mirage 2000-5, versão que surgiu em meados da década de 1990 tanto para atender a oportunidades de exportação da Dassault como para ser uma solução “tampão” na França (modernizando parte da frota de Mirage para um padrão ar-ar próximo ao do Rafale, para que a Força Aérea Francesa ganhasse um fôlego antes da introdução deste) continuarão sendo exatamente isso: “caças-tampão” para os franceses. Para saber mais sobre o Mirage 2000-5 que opera na França, clique nos links ao final da matéria.
Quanto aos demais dados revelados pelo dossiê francês, relacionados à aviação de combate francesa, uma informação importante é que o número de caças que se espera ter em serviço por volta de 2020 foi reduzido (comparado ao Livro Branco publicado mais cedo neste ano) de 225 aeronaves para 210. Isso se refere à soma de caças da Força Aérea e da Marinha daquele país.
Os caças Rafale deverão compor a linha de frente em caso de conflitos de maior importância. Os Mirage 2000-5 e Mirage 2000-D vão manter sua importância principalmente para a proteção territorial e gestão de crises. Apenas com a retomada do ritmo de entregas de jatos Rafale, por volta de 2020, é que se espera atingir o quantitativo de 225 caças preconizado no Livro Branco, com as aeronaves da família Mirage 2000 tendo sua vida útil estendida para também garantir a dotação desejada.
FONTES: Força Aérea Francesa, OTAN e Ministério da Defesa da França
http://www.aereo.jor.br/2013/0...a-tampao-para-a-fab/
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