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16 de Agosto, 2013 - 09:55 ( Brasília )



Por Sérgio Lamucci | De Washington

A presidente da Boeing Brasil, Donna Hrinak, disse ontem acreditar que o resultado da licitação dos 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) será definido "por seus próprios méritos", avaliando que as denúncias de que os EUA espionaram e-mails e telefonemas de brasileiros não deverão influenciar a decisão do governo brasileiro. A Boeing é uma das finalistas do processo que se arrasta há anos, ao lado francesa Dassault e da sueca Saab, num negócio que envolve mais de US$ 4 bilhões. Para Donna, fatores como a qualidade do produto, o pacote de transferência de tecnologia e as necessidades do Brasil nas áreas de defesa, inovação e competitividade é que serão decisivos para a escolha final.

Embaixadora no Brasil entre 2002 e 2004, Donna disse que o caso envolvendo a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) é muito sério para o Brasil, e também para muito cidadãos americanos. "Mas acho que o governo brasileiro deixou claro que essa é uma relação complexa, com interesses diferentes, e que se deve separar esse assunto do resto da relação, para que se faça progressos em outras áreas enquanto se resolve isso".

Para ela, isso é sinal de maturidade na relação. Donna lembrou que, quando era embaixadora no Brasil e Rubens Barbosa era o embaixador em Washington, os dois conversavam sobre a importância de não transformar toda questão comercial num grande problema da relação bilateral. "Acho que nós chegamos ao ponto em que vamos abordar as alegações sobre a NSA sem que isso afete a relação ou coloque obstáculos a ela."

Questionada sobre se a decisão poderia ser anunciada durante a visita de Estado da presidente Dilma Rousseff aos EUA, em outubro, Donna limitou-se a dizer que isso depende da presidente brasileira. "Ela vai tomar a decisão quando for certo para o Brasil." Na quarta-feira, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse na Comissão de Relações Exteriores do Senado que a decisão deve sair no curto prazo. No fim do ano, os caças Mirage 2000 serão retirados de uso.

No governo Lula, os franceses eram os grandes favoritos. Há informações, contudo, de que o jogo teria mudado no governo Dilma, e os aviões da Boeing tenderiam a ser os escolhidos. Um dos trunfos da Boeing são as parcerias com a Embraer. A empresa brasileira venceu neste ano uma licitação para vender 20 Super Tucanos para a força aérea americana, num contrato de US$ 427 milhões, que pode chegar a quase US$ 1 bilhão. A colaboração entre a Embraer e a Boeing na área de sistema de armas é um dos fatores que pode ter pesado na decisão dos EUA.

Donna disse ver potencial de crescimento no mercado brasileiro de aviação, apesar dos desafios enfrentados pelas empresas do setor. Segundo ela, no Brasil, os gastos com combustível representam cerca de 40% dos custos operacionais das companhias aéreas, acima da média de um terço nos outros países, devido ao peso dos impostos. A Boeing estima que a América Latina deverá precisar de 2,5 mil aviões comerciais nos próximos 20 anos, dos quais 40% no Brasil. Donna disse que deverá inaugurar o seu Centro de Pesquisa e Tecnologia, em São José dos Campos, em novembro ou dezembro.

A executiva disse que continua otimista quanto às perspectivas do país, mesmo num cenário de crescimento mais fraco. "Eu digo que sou otimista em relação ao Brasil desde quando isso não era chique", brincou ela, para quem a euforia de alguns anos atrás era exagerada, assim como é exagerado o pessimismo que marca algumas análises atuais sobre a economia brasileira. Donna observou que o país continua a receber volume expressivo de investimentos estrangeiros diretos, ainda que mais concentrado em alguns setores.

As manifestações que ocorreram em várias cidades brasileiras a partir de junho não mudam os planos da Boeing no Brasil, disse ela. "A Boeing não vai alterar os seus projetos no Brasil por causa dos protestos, e acho que a maior parte das empresas com um histórico no Brasil também não."

http://www.defesanet.com.br/fx...ao-dos-cacas-da-FAB/
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FRANÇA APOSTA EM DUAS EXPORTAÇÕES DE RAFALE ATÉ 2019

03 de Agosto, 2013 - 10:42 ( Brasília )



O governo francês anunciou ontem (02/08) que deve comprar 26 aviões de caça Rafale de 2014 a 2019, ao invés dos 60 que estavam previstos com a companhia Dassault Aviation. A França, entretanto, aposta no fechamento de pelo menos dois contratos de exportação dos aviões durante este período: com a Índia e, eventualmente, com o Brasil.

O projeto de lei de programação militar francês foi apresentado nesta sexta-feira ao conselho de ministros. O ministério da Defesa, que não sofre cortes orçamentários como outras pastas, vai aproveitar para renovar equipamentos antigos do Exército, cujo número de funcionários será reduzido.

A França havia encomendado 180 unidades do avião de caça - um dos mais sofisticados do mercado, porém jamais exportado. Destes, 120 já foram entregues e os 60 restantes o seriam até 2019. Entretanto, na expectativa de finalmente fechar contratos internacionais, o governo e a construtora acertaram reduzir o ritmo de entrega dos aviões, para não prejudicar o ritmo de entrega das futuras encomendas estrangeiras. A Dassault fabrica 11 unidades por ano, e avalia que uma produção mais acelerada seria inviável.

A maior esperança de vendas é com a Índia, onde o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, esteve na semana passada. A negociação do contrato com o país já dura dois anos e deve resultar na compra de 126 Rafales pelos indianos. O valor da compra é estimado em 15 bilhões de dólares.

As negociações também seguem com o Brasil, os Emirados Árabes Unidos, o Catar e a Malásia. “Não há preocupações sobre a empresa Dassault”, assegurou o ministro. “Estou muito confiante na capacidade de exportação do Rafale nos próximos meses.”

Devido à crise internacional, a presidente Dilma Rousseff paralisou as negociações para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira. O antecessor dela, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a anunciar que o vencedor da concorrência - entre os Rafale, os Boeing americanos e os Grippen suecos - seriam os franceses, antes de voltar atrás na decisão;

http://www.defesanet.com.br/fx...-de-Rafale-ate-2019/

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