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Especialista revela: capacitaÇão insuficiente dos argentinos para compartilhar fabricaÇão dos jatos e pressão dos EUA ameaÇam reequipamento da FAA

 

Roberto Lopes

 

 

O discurso hostil dos argentinos acerca da presenÇa britânica nas Ilhas Malvinas associado ao desgaste da ligaÇão bilateral Argentina-EUA e ao desprestÍgio do governo Cristina Kirchner no mercado internacional, meteram o governo de Buenos Aires – e os seus militares – em um estreito beco sem saÍda.

Ou por outra, num beco de apenas uma saÍda: a que serviu de entrada e foi deixada para trÁs – e que, agora, sÓ É possÍvel alcanÇar voltando sobre os prÓprios passos, fazendo o caminho inverso. Recuando da crÍtica exacerbada à decisão dos britânicos de não negociar a soberania das Falklands (que É como Londres chama o arquipÉlago em disputa).

O interesse da Fuerza AÉrea Argentina (FAA) por aeronaves Kfir modernizadas na versão C-12 (semelhante ao modelo entregue à ForÇa AÉrea Colombiana) ou num patamar tecnolÓgico mais elevado – rebatizado pelo marketing da empresa israelense Lahav como Block 60 –, É sÓ mais um capÍtulo do esforÇo portenho em tentar identificar uma forma de arrancar do atraso tecnolÓgico a linha de produÇão militar da FÁbrica Argentina de Aviones Brigadier San MartÍn, sediada na provÍncia de CÓrdoba, sua principal indústria aeronÁutica.

Alguns se esquecem, mas entre 2012 e 2013, as autoridades da FAA jÁ haviam feito contato com dirigentes do Pakistan Aeronautical Complex (Complexo AeronÁutico PaquistanÊs), fabricante associado à Chengdu Aircraft Industries Corporation, da China, na fabricaÇão do caÇa JF-17, um modelo mais sofisticado dos chamados “caÇas de 3ª geraÇão”.

Buenos Aires foi atraÍda para o avião sino-paquistanÊs pelo fato de os seus colegas do Paquistão o terem definido como substituto à atura de duas versÕes do famoso Mirage – aeronave que os argentinos tambÉm operaram à exaustão.

Mas aÍ os sul-americanos introduziram o assunto de fabricarem o modelo em seu paÍs, e comeÇaram a surgir os problemas: demandas financeiras (supostamente feitas pelo parceiro chinÊs), exigÊncias tÉcnicas que à companhia de CÓrdoba seria impossÍvel atender, imposiÇÕes sobre aquisiÇão de material (a fornecedores asiÁticos) e comprometimento com um exigente cronograma de investimentos (inclusive para capacitaÇão de pessoal). Em face dessa enxurrada de dificuldades, os contatos de parte a parte foram escasseando atÉ serem completamente suspensos.

Entre algumas autoridades argentinas ficou a impressão de que, nos bastidores, uma voz sabotadora influÍa no sentido de desestabilizar aqueles entendimentos. E a verdade É que as ligaÇÕes histÓricas da Grã-Bretanha com a República Islâmica do Paquistão – paÍs-membro daCommonwealth of Nations (antiga Comunidade Britânica de NaÇÕes) – são fartamente conhecidas.

O Kfir Block 60, com o qual os ingleses tanto se preocupam (porque poderiam vigiar e ameaÇar o acesso marÍtimo às Malvinas), É apenas mais um capÍtulo dessa busca pela autosuficiÊncia industrial-militar.

Israelenses e argentinos concordaram, a princÍpio, em trabalhar sobre a ideia do fornecimento direto e imediato (em 2015), da Lahav à FAA, de seis aeronaves. Outras 12 sairiam, a partir de 2017 (ou 2018), das instalaÇÕes da FÁbrica San MartÍn, depois de terem sido fabricadas (montadas) com a assistÊncia de tÉcnicos israelenses.

Mas tanto Yossef Melamed, gerente-geral da Lahav, quanto seu colaborador Oren Aviram, manager de desenvolvimento de negÓcios da companhia, possuem relatÓrios pouco entusiasmados com a capacitaÇão da indústria cordobesa.

Um desses documentos lembra que a FÁbrica San MartÍn jÁ protagonizou uma cooperaÇão frustrada com a americana Lockheed Martin, entre 1995 e 2009, e agora estÁ presa a um contrato com a FAA, de fabricaÇão do Pampa II, versão melhorada do jato de combate leve franco-alemão Alpha Jet – desenhado nos anos finais da dÉcada de 60 (!). E mesmo com esse desafio relativamente modesto do ponto de vista tecnolÓgico, seu desempenho no atendimento dessa encomenda É sofrÍvel.

Por causa do bloqueio à venda de equipamentos militares imposto pelos ingleses à República Argentina – embargo observado com certa atenÇão pelos sÓcios da Inglaterra na Otan (OrganizaÇão do Tratado do Atlântico Norte) – a indústria aeronÁutica argentina enfrenta muitas dificuldades para adquirir componentes fabricados no estrangeiro. Por exemplo: nesse momento, os argentinos estão tendo que considerar a possibilidade de importar assentos ejetÁveis russos para os jatos Pampa que lhes resta entregar, e tambÉm para a versão III do mesmo Pampa, alardeada com grande orgulho pela FÁbrica San MartÍn...

Analistas apressados sugeriram que inviabilizar a transferÊncia de jatos Kfir da Lahav para a Argentina seria tarefa relativamente simples para o governo do PremiÊ David Cameron, jÁ que essas aeronaves empregam turbinas J-79, de desenho americano da General Electric, e, portanto, o governo dos Estados Unidos precisa autorizar a venda do Kfir aos argentinos. Como os ingleses são os principais parceiros dos americanos no planeta, o problema estaria, aparentemente, resolvido.

Na vida real, contudo, os raciocÍnios lineares, fÁceis, nem sempre produzem os resultados esperados.

Fontes da indústria aeronÁutica israelense na AmÉrica Latina admitem que Londres possa ter recorrido a esse estratagema – solicitar o veto americano como forma de impedir que os Kfirs sejam usados contra os ingleses nos mares austrais – ainda no último bimestre de 2013, mas, segundo eles, vetar a transferÊncia dos caÇas seria, por parte dos Estados Unidos, um ato grave e destinado a produzir conseqÜÊncias por muito tempo.

Atento à reduÇão de sua influÊncia polÍtica no lado oriental da AmÉrica do Sul – e atÉ ao crescimento do interesse chinÊs pelo Atlântico Sul – Washington tem evitado atritos desnecessÁrios com Buenos Aires.

Em 2011, quando os argentinos apreenderam de forma truculenta uma carga de equipamentos militares americanos (que serviriam ao treinamento da PolÍcia argentina!) no Aeroporto de Ezeiza, o Departamento de Estado chegou a considerar a cassaÇão da condiÇão de Aliado Preferencial Extra-Otan dos Estados Unidos, que o governo Clinton outorgou aos argentinos na dÉcada de 1990. Mas recuou dessa decisão no último momento, apesar de recomendar que o relacionamento militar com a República do extremo sul do continente americano fosse mantido em nÍvel baixo.

AlÉm disso, apesar de todo o seu discurso anti-americano dos últimos anos, oito meses atrÁs, a presidenta Cristina Kirchner autorizou que seu MinistÉrio do Exterior organizasse uma cerimÔnia de despedida dentro dos preceitos do protocolo diplomÁtico para a então embaixadora americana em Buenos Aires, Vilma MartÍnez, que deixava o cargo – cuidado que a presidenta Dilma Roussef não teve, quando, no fim de 2013, o então embaixador dos EUA em BrasÍlia, Thomas Shannon, foi chamado de volta a Washington.

De qualquer forma, É certo que Israel não poderÁ resistir, caso Washington decida, efetivamente, proibir a venda de caÇas Kfir – um negÓcio estimado em meio bilhão de dÓlares – para a Argentina.

Precisamente nesse momento, o mesmo Melamed, que trata do imbrÓglio Kfir/Argentina, supervisiona o inÍcio do fornecimento, pela Lahav, das asas do caÇa americano F-35 – um negÓcio que pode se estender por 15 anos e alcanÇar US 2,5 bilhÕes.

Estarão os israelenses dispostos a arriscar essa receita, para receber um quinto desse valor da ForÇa AÉrea Argentina?

 

http://www.defesanet.com.br/al...80%93-Roberto-Lopes/

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Não sei o quê está faltando para os chineses, ou até mesmo os russos, fazerem uma oferta irresistivel de venda de prateleria de um lote de J-10 ou MIGs...

Talves isso possa acontecer logo após a confirmação desse embargo.

Disse tudo o Correa... os argentinos não tem dinheiro nem crédito! O que os israelenses devem estar fazendo é uma engenharia financeira incrivel para viabilizar a compra dos argentinos, resumindo: devem estar tentando uma forma de garantir receber o dinheiro, coisa dificil com os argentinos.

 

O Brasil passou por isso, fizemos algumas parcerias com os argentinos... uma para a construção do Parana/Vector, não precisa dizer que os argentinos simplesmente deixaram de fazer a parte deles... outra foi o fornecimento de peças para os A-4 da marinha, novamente os argentinos deixaram furo... aliais parceria comercial com os argentinos é como criar cobra venenosa em casa e solta!

 

Um detalhe, o Pampa II é o IAR-63, um avião bem menos capaz que o Alpha Jet... é monomotor, pouca coisa melhor que os antigos Xavantes, claro que com uma eletrônica mais atualizada não faz tão feio.

A própria Argentina se sabotou, e não tem crédito algum na praça, após tantos calotes. Tem que achar alguém que aceite produto em espécie, tipo troque avião por carne, como fizemos com os Meteors.

Originally Posted by Felipe C. Miranda:

Não sei o quê está faltando para os chineses, ou até mesmo os russos, fazerem uma oferta irresistivel de venda de prateleria de um lote de J-10 ou MIGs...

Talves isso possa acontecer logo após a confirmação desse embargo.

Concordo, apesar da situação financeira deles (terrível) se ocorrer embargo, os chineses podem oferecer o JF-17 ou os russos alguns Migs (família Fulcrum) opções existem...só não compra se não quiser....

 Sem dinheiro...sem acordo!

  A FMA está devendo a seus fornecedores! Embaixadas desses países foram encarregadas de cobrar do Governo essas dívidas.As aeronaves de treinamento alemâs(compra recente) que compraram,também meteram o calote,a ponto de o resto da entrega ser suspensa pela empresa alemã!

 Estão discutindo assentos ejetáveis russos,pois nâo pagaram os assentos ejetáveis até então em uso.

 Essa mesma FMA esteve envolvida em escândalo financeiro,com mal uso de suas verbas...e assim a vida segue na Argentina!

 Os caras tem que pensar mais simples. Vão passar o pires no Ministério da Fazenda e se conseguirem grana,pagem no "cash" !

Originally Posted by A.Bell:

 Sem dinheiro...sem acordo!

  A FMA está devendo a seus fornecedores! Embaixadas desses países foram encarregadas de cobrar do Governo essas dívidas.As aeronaves de treinamento alemâs(compra recente) que compraram,também meteram o calote,a ponto de o resto da entrega ser suspensa pela empresa alemã!

 Estão discutindo assentos ejetáveis russos,pois nâo pagaram os assentos ejetáveis até então em uso.

 Essa mesma FMA esteve envolvida em escândalo financeiro,com mal uso de suas verbas...e assim a vida segue na Argentina!

 Os caras tem que pensar mais simples. Vão passar o pires no Ministério da Fazenda e se conseguirem grana,pagem no "cash" !

que aeronaves alemas?

É  coisa de argentino mesmo...

Malvinas nunca foi e nunca será argentina. nem por obrigação e muito menos por direito..

O pior  é o Brasil apoiar tal despautério.

 

Maldita colonização Espanhola e Portuguesa...

Originally Posted by Ric Ardo:

Não sei se as negociaçoes com a IAI emperraram, mas o Min. Def. argentino agora estuda os F-5E Suiços que vão ser desativados... Santo Embromation Batman...

  Caraca? Agora o assunto é F-5?

Originally Posted by A.Bell:
Originally Posted by Ric Ardo:

Não sei se as negociaçoes com a IAI emperraram, mas o Min. Def. argentino agora estuda os F-5E Suiços que vão ser desativados... Santo Embromation Batman...

  Caraca? Agora o assunto é F-5?

O assunto é qq caça jato que voe e que aceitem vender, mesmo sabendo que correm o sério risco de não receber... 

Na situação em que se encontram, alguns MiG-29/35 daria uma certa "mística" na sua capacidade de ataque/defesa, além de abrir os olhos dos americanos para a possível perda desse "alinhado" (seria muito chamá-lo de aliado).

 

Mikoyan MiG-35 (Nome de código da OTAN Fulcrum-F) é um caça desenvolvido a partir do caça de elevado custo de manutenção MIG 29M/M21 . A Rússia revelou oficialmente MiG-35 no Aero India 2007 Airshow em BangaloreFoi relatado que o MiG-35 fez o seu caminho de Moscou para Bangalore, em menos de três horas, assistido de um reabastecimento em voo no caminho e voando a velocidades supersônicas.

 

Last edited by FІЯЭFФЖ
Originally Posted by MÁRCIO PINHO:

A Argentina é caso perdido.....

 

MÁRCIO,

 

Um país pode-se recuperar de uma política desastrada, desde que entre um novo governo. 

 

No momento as coisas não estão nada bem,  pois por lá impera uma visão política populista e estatizante.  Entretanto sempre há a possibilidade de pelo menos 51% da população deixar de apoiar esta política atrasada e eleger um governo* que mude o rumo das coisas.

 

 

PS. Claro que para isso precisa aparecer um candidato liberal. Quem sabe um dia.

 

.

 

 

Last edited by Halder

Jane’s confirma interesse argentino pelo Kfir

Kfir C12 a

A Força Aérea Argentina (FAA) está interessada em comprar 14 caças Israel Aircraft Industries (IAI) Kfir C.10 que possuem aproximadamente 40 anos de serviço, mas seriam atualizados com tecnologia moderna e um preço entre US$ 200 a 280 milhoes, informaram fontes do Ministério da Defesa ao IHS Jane’s.

 

O Ministério deverá decidir nos próximos meses se comprará estas aeronaves ou continuará a buscar outras opções no mercado, uma vez que o ministro da Defesa, Agustin Rossi, está analisando os preços de outros países.

 

No entanto, o país está trabalhando contra o tempo, uma vez que poderia ficar sem um avião de caça a partir de dezembro de 2015, quando seu último Dassault Mirage III e V deverão ser aposentados.

 

FONTE: IHS Jane’s

Originally Posted by Cesar de Aquino:
Paulo Francis deve estar rindo no túmulo! !!! Alguem imaginar que o problema da Argentina tem a ver com ideologia.

 

Certamente tem a ver com a política econômica desastrada adotada pelo governo. 

 

No caso temos a aplicação de uma política econômica estatizante, com alta interferência do governo na economia.

 

 

.

Originally Posted by Halder:

Outra coisa que me parece bem tola na política argentina atual é a insistência em  querer  as ilhas Malvinas, e com isto ficar irritando a Inglaterra. 

 

 

.

  Eles precisam disso!

Quando a coisa aperta,taca o governicho abordando o assunto.

Originally Posted by Bruno Ferlin:

Maldita colonização Espanhola e Portuguesa...

 

Bobagem sua, na época os dois eram o que são os EUA hoje. O mundo dá voltas só isso.

 

No mais lamento a situação dos portenhos, queria ir lá esta semana, mas vou ficar numa praia aqui mesmo, dado que a instabilidade não me atrai.

Originally Posted by Halder:
Originally Posted by MÁRCIO PINHO:

A Argentina é caso perdido.....

 

MÁRCIO,

 

Um país pode-se recuperar de uma política desastrada, desde que entre um novo governo. 

 

No momento as coisas não estão nada bem,  pois por lá impera uma visão política populista e estatizante.  Entretanto sempre há a possibilidade de pelo menos 51% da população deixar de apoiar esta política atrasada e eleger um governo* que mude o rumo das coisas.

 

 

PS. Claro que para isso precisa aparecer um candidato liberal. Quem sabe um dia.

 

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Tipo este aqui:

 

MÁRCIO,

 

Um país pode-se recuperar de uma política desastrada, desde que entre um novo governo. 

 

Concordo contigo Halder, se esse país fosse um país normal, mas É a Argentina que fica na América latrina.......Aliás é uma pena, a Argentina é um belo país e Buenos Aires é uma bela cidade europeia, com um povo bom e raçudo que não merecia tanto desgoverno....

Last edited by MÁRCIO PINHO
Originally Posted by A.Bell:
Originally Posted by Halder:

Outra coisa que me parece bem tola na política argentina atual é a insistência em  querer  as ilhas Malvinas, e com isto ficar irritando a Inglaterra. 

 

 

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  Eles precisam disso!

Quando a coisa aperta,taca o governicho abordando o assunto.

 

 

Fica parecendo que é uma forma de desviar as atenções dos problemas internos...

 

 

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Originally Posted by Halder:
Originally Posted by A.Bell:
Originally Posted by Halder:

Outra coisa que me parece bem tola na política argentina atual é a insistência em  querer  as ilhas Malvinas, e com isto ficar irritando a Inglaterra. 

 

 

.

  Eles precisam disso!

Quando a coisa aperta,taca o governicho abordando o assunto.

 

 

Fica parecendo que é uma forma de desviar as atenções dos problemas internos...

 

 

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 Exatamente isso!

Neste tópico fica bem claro como o mercado está carente de um caça barato para países sem condições de comprar os novos e caros caças que estão no mercado. Assim pensou a Northrop com o F-5, e acertou em cheio !

Claro que seria até um pouco mais caro do que os chineses, mas teria a qualidade, e o alinhamento político, americano/europeu. 

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