Durante um combate dissimular entre dois F-15 e quatro A-4 Skyhawk, duas aeronaves se chocaram no ar, arrancando a asa do F-15 ‘#957′. (Foto: freerepublic)
No dia 1º de maio de 1983 sobre o deserto de Negev, durante um combate dissimular entre dois F-15D e quatro A-4N Skyhawk, duas aeronaves se chocaram no ar. O A-4 Skyhawk explodiu e caiu, porém o “Eagle 957” continuou voando…
A IDF/AF é reconhecidamente uma poderosa e temida força aérea, mas para chegar nesse patamar, seus exercícios de treinamento são muito próximos da realidade. Naquele dia, dois F-15s subiram aos céus para encontrar quatro extremamente manobráveis A-4N Skyhawks. No controles desses jatos estavam os melhores instrutores da IDF. O F-15D nº 957 (com 5 marcas de abates na fuselagem) foi utilizado para a conversão de um novo piloto no Esquadrão.
Durante o duelo houve o impacto. A princípio o piloto não percebeu o que havia ocorrido, imaginando que o seu caça acabara de atravessar a esteira do motor à jato de um Skyhawk. Foi então que ele notou uma grande bola de fogo ao seu lado e viu o piloto sendo ejetado para longe. O rádio começou a gritar. O F-15 começou a perder um grande fluxo de combustível, era visível a saída de combustível da asa, só então o piloto percebeu o tamanho do dano. A aeronave entrou num voo sem controle numa espiral. O piloto reconfigurou o comando elétrico para as superfícies de controle e, lentamente, assumiu o controle da aeronave até que nivelou o aparelho. No radio, o instrutor de vôo pedia para ele ejetar, porém, ficou claro que não era preciso, pois nenhuma luz de alerta estava acessa e o computador de navegação funcionando perfeitamente.
O F-15D visto anos depois num aeroporto. (Foto: planes.cz)
A asa é um tanque de combustível e o indicador de combustível mostrava 0,000. O fluxo de ar corrente sugou todo o combustível para fora dos outros tanques. O piloto diminuiu a velocidade, mas naquele momento, com apenas uma asa não foi suficiente. O Eagle entrou em uma rotação para baixo e para a direita. O piloto pensou em ejetar, mas um segundo antes, empurrou o acelerador e acendeu o pós-combustor. O caça ganhou velocidade e tornou-se manobrável novamente. Em solo uma rede de retenção foi estendida, bem como cabos de parada. O piloto baixou o gancho e tocou a pista a incríveis 260 nós, cerca de duas vezes a velocidade recomendada de pouso. O gancho foi arrancado da fuselagem por causa da alta velocidade, mas o caça parou cerca de 10 metros antes da rede. Só quando o piloto e o instrutor saíram do caça é que perceberem que não havia nenhuma asa. Ela simplesmente fora arrancada na raiz.
A McDonnell atribui o salvamento da aeronave devido a quantidade de sustentação gerada pela admissão do motor/fuselagem e a “um infernal de um bom piloto.” (Foto: phz)
A IAF (Força Aérea de Israel) contatou a McDonnell Douglas e pediu informações sobre a possibilidade de conseguir pousar um F-15 com apenas uma asa. A MD respondeu que era aerodinamicamente impossível, como foi confirmado por simulações de computador. Em seguida, eles receberam a foto…
Depois de dois meses, o F-15 recebeu uma nova asa e voltou à ação!
Diz-se que o aluno foi posteriormente rebaixado por desobedecer seu instrutor, porém, logo em seguida, foi promovido por salvar a aeronave.
A McDonnell Douglas atribui o salvamento da aeronave devido a quantidade de sustentação gerada pela admissão do motor/fuselagem e “um infernal de um bom piloto.”
“A Águia gosta de pairar nas alturas, acima do mundo, não para ver as pessoas de cima, mas para estimulá-las a olhar para cima…”