Os governos de Brasil e SuÉcia estão concluindo as negociaÇÕes para o financiamento da compra dos 36 novos caÇas Gripen NG pela AeronÁutica, um negÓcio de US$ 4,5 bilhÕes, cujas condiÇÕes são consideradas bastante satisfatÓrias pelas autoridades brasileiras. A expectativa da administraÇão Dilma Rousseff É que a linha de crÉdito seja feita de governo a governo, com taxa de juros de 3% ao ano, prazo de 15 anos e inÍcio de pagamento sÓ a partir da entrega de todos os aviÕes pela empresa Saab. Ou seja, carÊncia atÉ 2023 e um potencial impacto fiscal somente no longo prazo.
O modelo do financiamento deveria ser definido na visita ao paÍs da ministra da Defesa da SuÉcia, Karin EnstrÖm, prevista para esta semana. Mas a viagem foi adiada e em breve serÁ remarcada para uma nova data.
Como É responsÁvel pelas operaÇÕes de combate a um incÊndio florestal que jÁ destruiu 15 mil hectares e desalojou mil moradores, a ministra decidiu não sair da SuÉcia. Chegou a ser cogitada a possibilidade de o vice-ministro Carl von der Esch representÁ-la, mas a ideia tambÉm foi deixada de lado devido ao incÊndio. O desastre natural virou uma pauta da polÍtica local.
A empresa sueca Saab foi declarada vencedora da disputa no chamado projeto FX-2 em dezembro de 2013, batendo o Rafale da francesa Dassault e o F-18 da americana Boeing. Desde então, vÊm sendo discutidos os detalhes do contrato de aquisiÇão dos caÇas, o qual deve ser assinado atÉ o fim do ano.
O projeto FX-2 tem como objetivo a substituiÇão dos caÇas de combate F-5 e Mirage, o que engloba tambÉm logÍstica, treinamento, simuladores de voo e projetos de transferÊncia de tecnologia e cooperaÇão industrial. A Embraer jÁ assinou um memorando de entendimento com a Saab para que as duas empresas faÇam a gestão conjunta do projeto. Procurada, a companhia não quis se pronunciar.
Duas iniciativas são articuladas entre os paÍses. Uma É o desenvolvimento e a aquisiÇão dos 36 caÇas novos, os quais devem comeÇar a ser entregues em 2018.
A outra É a oferta da SuÉcia para que o Brasil receba dez Gripen na sua versão atual como soluÇão temporÁria atÉ a chegada das novas aeronaves. Esses modelos são usados hoje pela África do Sul, por exemplo, para onde a AeronÁutica enviou recentemente uma comitiva a fim de conhecer a operaÇão dos equipamentos e testÁ-los.
A FAB deve mandar militares para a SuÉcia em 2015 para treinamento, e os suecos tambÉm tÊm enviado ao Brasil representantes para que o projeto avance.
Uma comitiva da Saab, por exemplo, visitou pela primeira vez em abril a Base AÉrea de AnÁpolis, onde os novos caÇas ficarão. Dois meses antes, a agÊncia de exportaÇão de equipamentos militares do governo sueco fez o mesmo.
Em abril, durante visita à SuÉcia do ministro da Defesa, Celso Amorim, os dois paÍses assinaram acordos para viabilizar a cooperaÇão na Área de defesa e a proteÇão de informaÇÕes sigilosas.
FONTE: Valor EconÔmico