JF-17 no almoÇo e J-31 no jantar para os famintos caÇadores argentinos
ARGENTINA É VISTA COMO POTENCIAL COMPRADORA DO CAÇA SINO-PAQUISTANÊS JF-17, NUM RELACIONAMENTO QUE PODERIA LEVAR, NO FUTURO, A CAÇAS FURTIVOS CHINESES J-31 DE EXPORTAÇãO. OUTRO PAÍS INTERESSADO É A NIGÉRIA
Reportagem publicada no jornal The Diplomat nesta sexta-feira, 5 de dezembro, especula se finalmente o caÇa sino-paquistanÊs JF-17 terÁ seus primeiros clientes de exportaÇão, entre eles a Argentina e a NigÉria, e atÉ onde essas compras poderiam levar.
O caÇa monomotor JF-17, desenvolvido pela China e o Paquistão, É conceitualmente uma espÉcie de MiG-21 moderno. Dada a deterioraÇão das forÇas aÉreas de vÁrios paÍses apÓs o final da Guerra Fria, a ideia parecia boa: um caÇa de baixo custo que não apresentaria grandes dificuldades tÉcnicas, servindo como uma opÇão barata para revitalizar muitas forÇas. PorÉm, como muitos outros projetos do tipo, o “talvez bom o suficiente” caÇa JF-17 ainda precisa conquistar ministÉrios da defesa que tÊm fixaÇão em prestÍgio e tecnologia.
A mudanÇa de sorte parece surgir agora, com alguns paÍses mostrando interesse no caÇa sino-paquistanÊs. A Argentina É um exemplo. O paÍs sul-americano precisa urgentemente reequipar sua frota de caÇas, que ainda É dotada de alguns dos mesmos aviÕes que lutaram a Guerra das Falklands / Malvinas.
Infelizmente para os argentinos, o Reino Unido exerce todos os vetos que pode sobre compras na Europa. A natureza transnacional de moderna indústria aeroespacial, especialmente no setor de defesa europeu, possibilita múltiplas possibilidades de vetos em acordos de defesa.
Empresas britânicas fornecem componentes do caÇa americano F-35, dos europeus Eurofighter Typhoon e Saab Gripen, e Londres não perdeu tempo em se contrapor a potenciais compras argentinas de caÇas, aplicando pressão tambÉm sobre fabricantes dos Estados Unidos.
Isso deixa poucas opÇÕes para a Argentina, que pode se voltar para a Rússia ou a China. No momento, o Governo Argentino parece conversar com ambos.
Aparentemente, a NigÉria tambÉm expressou algum interesse no JF-17. Sua ForÇa AÉrea É uma organizaÇão pequena, com poucos aviÕes de combate dedicados, e vem se apoiando em caÇas Chengdu F-7 (clone chinÊs do MiG-21). O JF-17 foi bastante influenciado pelo F-7 em seu desenvolvimento, tendo algumas caracterÍsticas deste último, o que poderia ser ideal para a NigÉria. A publicaÇão Jane’s jÁ noticiou que os nigerianos poderiam adquirir atÉ 40 exemplares, que significariam um grande impulso para sua ForÇa AÉrea e para possibilidades futuras de exportaÇão do caÇa.
Por seu lado, os caÇas russos se posicionam um pouco acima das possibilidades de paÍses como a NigÉria ou mesmo a Argentina. Caso estes comprem a aeronave, outros paÍses como Venezuela e Egito poderiam se interessar.
Outro fator importante É que, caso a compra de caÇas JF-17 levem a um relacionamento mais sÓlido entre a China e um cliente, outro caÇa surge no horizonte, o J-31 de quinta geraÇão, desenvolvido pelos chineses para atender ao mercado externo. Uma ForÇa AÉrea Argentina satisfeita com seus JF-17 pode considerar uma compra futura de J-31, e É importante frisar que histÓrias de sucesso no mercado de armamentos surgem com relaÇÕes bem construÍdas. Assim, uma venda de JF-17 pode ser entendida como o inÍcio de um “high-low mix” de caÇas chineses.
FONTE: The Diplomat (traduÇão e ediÇão do Poder AÉreo a partir de original em inglÊs)
FOTOS (do alto e do meio): site de divulgaÇão da ForÇa AÉrea Paquistanesa
COLABOROU: Zampol
NOTA DO EDITOR: na sua opinião, qual seria o melhor “cardÁpio” para o almoÇo de hoje e o jantar de amanhã da AviaÇão de CaÇa da ForÇa AÉrea Argentina: o que É mostrado nesta matÉria (JF-17 e depois J-31), o da primeira matÉria da lista abaixo (Kfir e depois Gripen) o da segunda da lista (Pampa III hoje e pensar no jantar depois) ou vocÊ vÊ a possibilidade de algum outro “menu”? Outra pergunta É: na hora em que o garÇom trouxer a conta, qual delas seria menos salgada, sem obrigar o freguÊs a lavar pratos?