FROTA ATUAL, QUE SOMA 46 CAÇAS, MENOS AS 10 AERONAVES
QUE ESTAVAM NO PAMA-SP NA SEMANA PASSADA, EM VÁRIOS
ESTÁGIOS DE SUAS REVISÕES NÍVEL PARQUE; ENTREGA DOS
PRIMEIROS ‘EX-JORDANIANOS’ MODERNIZADOS DEVERÁ AMPLIAR
A FROTA POR ALGUM TEMPO
A conta É simples, apesar de ser bastante complexo o planejamento que
envolve as revisÕes da frota que forma a espinha dorsal de nossa aviaÇão de
caÇa: 46 – 10 = 36. Ou seja, de uma frota atual de 46 jatos F-5 modernizados
(43 do modelo monoposto F-5EM e 3 do biposto F-5FM), 36 estão efetivamente alocados aos
esquadrÕes de caÇa, pois 10 aeronaves estão em diversos estÁgios de suas grandes revisÕes no
Parque de Material AeronÁutico de São Paulo – PAMA-SP. A presenÇa de 10 F-5M no PAMA-SP pÔde
ser comprovada por quem visitou a organizaÇão durante o último evento “Domingo AÉreo”,
realizado em 30 de setembro, embora jÁ soubÉssemos por outras fontes que, de um ano para cÁ, o
número de jatos em revisão no PAMA-SP estava crescendo.
Coincidentemente, 36 jatos É a quantidade de novos caÇas que a FAB pretende adquirir no seu
programa F-X2, que aguarda hÁ anos uma decisão entre trÊs concorrentes finalistas (Saab Gripen
NG, Dassault Rafale e Boeing Super Hornet) por parte da PresidÊncia da República.
É certo que se trata de mera coincidÊncia, mas que não poderÍamos deixar de destacar.
Das 10 aeronaves, porÉm, devemos salientar que uma era recÉm-chegada e outra estava de
partida: conforme nos foi dito por pessoal do PAMA-SP, o F-5EM 4837, que durante o último
“Domingo AÉreo” ficou em exposiÇão na Área externa, havia acabado de chegar ao Campo de Marte
para iniciar seu perÍodo de revisão nÍvel parque (tambÉm conhecido como IRAN – Inspection and
Repair As Necessary – inspeÇão e reparo conforme necessÁrio).
JÁ o F-5EM 4823, que podia ser visto dentro do grande “Hangar Major Santos”, o Hangar 3, onde se
realiza a desmontagem e remontagem dos caÇas em revisão, exibia uma pintura impecÁvel.
Conforme apuramos, o 4823 estava prestes a deixar o PAMA-SP rumo à BASP (Base AÉrea de São
Paulo), em Cumbica, para realizar seu primeiro voo apÓs a revisão e entrega a um esquadrão
operacional.
Não custa relembrar que o transporte dos caÇas F-5 de Cumbica ao PAMA-SP e vice-versa É feito
em carretas, devido à pista do Campo de Marte, hÁ muito cercada pela construÇão de casas e
edifÍcios, não oferecer comprimento suficiente para a realizaÇão adequada dos primeiros voos de
teste dos caÇas – condiÇão bem diferente da dÉcada de 1940, quando boa parte da atual
infraestrutura do PAMA-SP comeÇou a ser instalada.
Sejam 10 aviÕes ou 9 no total, entre entradas e saÍdas, É importante deixar claro que o número de
caÇas F-5M em revisão nÍvel parque, realizada geralmente a cada ciclo de 1.200 horas de voo,
costuma variar de ano para ano (hÁ outros ciclos de revisÕes / inspeÇÕes em intervalos menores de
horas, e que são realizadas nos prÓprios esquadrÕes onde operam os caÇas).
No ano passado, nesta mesma Época, havia seis caÇas F-5M passando por revisão, chegando para
iniciar os trabalhos ou prestes a deixar o grande “Hangar Major Santos”, o Hangar 3. Eram eles o
F-5FM 4806 e os F-5EM 4823, 4856, 4862, 4869 e 4876. Em 2011, tambÉm nessa Época, eram apenas
cinco jatos, todos do modelo monoposto (4836, 4849, 4862 e 4870, alÉm de uma cÉlula cujo
indicativo não estava pintado). Clique nos links ao final para ver outras matÉrias sobre os
trabalhos nesses caÇas, com fotos.
O fato de que menos caÇas F-5M eram vistos em revisão nos anos anteriores não significa que mais
aeronaves do tipo estavam efetivamente alocadas aos esquadrÕes. Isso porque ainda havia caÇas
em modernizaÇão nas instalaÇÕes da Embraer em Gavião Peixoto (SP) nos últimos anos, e somente
em marÇo de 2013 foi entregue o último exemplar modernizado dos 46 contratados
originariamente.
TambÉm vale lembrar que hÁ aeronaves que passam mais rapidamente pelas revisÕes do PAMA-SP,
por serem prioritÁrias, e que por isso podem não ser vistas e “contabilizadas” por quem visita
anualmente o Parque nos seus eventos de PortÕes Abertos. É o caso da versão de dois lugares, o
F-5FM, da qual atualmente hÁ apenas trÊs exemplares em operaÇão na FAB. Em 2011, cerca de um
mÊs antes do Domingo AÉreo daquele ano, o F-5FM 4807, pudemos conferir que a aeronave estava
pronta para deixar as instalaÇÕes, como mostramos em matÉria especial da ediÇão número 6 da
revista ForÇas de Defesa – “F-5FM na FAB: os poucos” .
Essa mesma prioridade nas grandes revisÕes dos caÇas F-5M bipostos pÔde ser apurada pelo Poder
AÉreo no evento de 30 de setembro deste ano. LÁ se encontrava o F-5FM 4808 (que estava em
operaÇão na Base AÉrea de Santa Cruz quando realizamos a matÉria especial da ediÇão 6 da
revista), em posiÇão prÓxima ao final da linha de montagem do Hangar 3 (foto acima).
Conforme apuramos, o caÇa chegou ao PAMA-SP logo depois de um F-5M monoposto (o F-5EM
4871) que estava duas posiÇÕes mais para trÁs na linha, mostrando que o biposto “furou” vÁrios
lugares na fila, para ser aprontado mais rÁpido. Provavelmente, segundo o pessoal do PAMA-SP, os
trabalhos na aeronave demandarão um total de pouco mais de trÊs meses, enquanto outras
comumente levam seis meses ou mais em suas grandes revisÕes.
As imagens abaixo mostram os demais caÇas F-5M (todos do modelo monoposto) que se
encontravam na mesma linha de montagem no PAMA-SP no último dia 30 de setembro, logo atrÁs
do F-5FM 4808. São eles os F-5EM 4845, 4871, 4847, 4827 e 4820.
Para a apresentaÇão do hangar ao público durante os eventos de Domingo AÉreo, frequentemente
algumas aeronaves são reposicionadas, e por isso mesmo havia um “buraco” na linha de
montagem, ocupado pelo F-5EM 4823, jÁ mostrado em foto mais acima, em sentido contrÁrio aos
demais ocupantes da linha. A foto abaixo dÁ uma noÇão geral da ocupaÇão do espaÇo, com o nariz
do 4823 aparecendo logo atrÁs da cauda da terceira aeronave da esquerda para a direita (o 4871).
Assim, devido a reposicionamentos para preparar o espaÇo ao público, havia dois F-5EM fora do
posicionamento na linha. Um deles era o 4850, cuja principal intervenÇão parecia naquele momento
ser apenas na região do canopi.
JÁ outra cÉlula que ocupava um canto do hangar era a do F-5EM 4876, desprovida de muitos itens,
como as asas, profundores, motores e equipamentos diversos. Não É a primeira vez que o 4876 É
visto nessa situaÇão. Na sexta-feira anterior à abertura do evento 2012 (que foi um “Fim de Semana
AÉreo), esta cÉlula ainda era vista na linha de montagem, prÓximo a outras de F-5 “ex-Jordânia” em
preparaÇão para envio à Embraer para modernizaÇão. No dia seguinte, porÉm, jÁ estava deslocado
para o mesmo canto que ocupava neste ano, sendo visto praticamente no mesmo estado (veja
fotos na lista de matÉrias abaixo, que inclui a ediÇão 2012 do evento).
É um caso que contrasta com a prioridade dada aos modelos bipostos e que, por vezes, É
percebido no PAMA-SP: algumas cÉlulas ficam no Parque muito mais tempo do que outras, sendo
vistas, por vezes, anos seguidos atÉ efetivamente avanÇarem para a linha de montagem.
Por exemplo, o F-5EM 4823, visto neste ano praticamente pronto para seguir rumo a seu primeiro
voo pÓs-revisão, no ano passado jÁ estava no PAMA-SP, iniciando sua desmontagem. Ao longo da
última dÉcada em que o PAMA-SP tem sido aberto anualmente para o público e imprensa,
pudemos constatar outros exemplos.
Com muitos anos de uso e milhares de horas de voo acumuladas, É certo que cada cÉlula de F-5 da
FAB tem sua histÓria, e algumas podem necessitar de mais atenÇão do que outras.
SerÁ que o F-5EM 4876 voltarÁ a operar num esquadrão em breve? Esperamos vÊ-lo, numa futura
ocasião, voltando a ocupar seu lugar na linha de montagem do Hangar 3, junto com os demais, ou
mesmo jÁ fora do PAMA-SP, numa unidade operacional.
E O FUTURO PRÓXIMO? AERONAVES COMPRADAS DA JORDâNIA,
BOA PARTE JÁ EM MODERNIZAÇãO NA EMBRAER, DEVERãO
AMPLIAR UM POUCO A FROTA EM BREVE: PRIMEIRA ENTREGA
ESTÁ PREVISTA PARA ESTE ANO, SEGUNDO O COMANDANTE DA
AERONÁUTICA
A imagem acima, tirada em Gavião Peixoto e divulgada pela FAB quando da recente apresentaÇão
do primeiro A-1 modernizado (A-1M), mostra um avanÇo no programa de modernizaÇão, pela
Embraer, dos 11 exemplares de F-5 adquiridos usados da Jordânia (8 F-5E e 3 F-5F).
Enquanto no final do ano passado ainda vÍamos no PAMA-SP os últimos modelos de dois lugares
praticamente prontos e com equipamentos instalados (motores, trens de pouso, sistema hidrÁulico,
sistema de combustÍvel etc) para envio a Gavião Peixoto, havia cÉlulas de F-5E (monoposto) jÁ
reparadas e com pintura “primer” aplicada, aguardando entrar na linha de montagem para
instalaÇão desses diversos itens.
E tambÉm havia cÉlulas de monopostos “ex-Jordânia” desmontadas, com a pintura raspada,
aguardando as inspeÇÕes e reparos necessÁrios. Uma delas era do exemplar 4882, visto na imagem
acima jÁ na Embraer.
Estas e outras evidÊncias deixam claro que o programa de preparaÇão para modernizaÇão dos caÇas
comprados na Jordânia ganhou ritmo. O comandante da AeronÁutica Juniti Saito declarou, em
agosto, que o primeiro exemplar modernizado dos ex-jordanianos (espera-se que seja um biposto,
pois os trÊs F-5F tiveram prioridade em suas inspeÇÕes e reparos no PAMA-SP) deverÁ ser entregue
ainda neste ano.
Mas os F-5E comprados da Jordânia e que ainda estão no PAMA-SP serão tema para outra matÉria,
nos prÓximos dias. O que vale dizer agora É que, com a eventual entrega desses 11 reforÇos à frota
ao longo dos prÓximos dois anos, esta deverÁ crescer, embora provavelmente por pouco tempo: É
esperado que em 2017 os primeiros F-5M mais desgastados da frota comecem a ser desativados e,
a não ser que esse perÍodo de desativaÇÕes seja postergado, os 11 reforÇos servirão mais para
manter a frota com pouco um mais de aeronaves do que estÁ hoje nos esquadrÕes: cerca de 36
caÇas F-5M.
Com a desativaÇão dos caÇas F-2000, programada para dezembro deste ano, É com esses 36
supersÔnicos (ou um pouco mais) que a FAB deverÁ contar atÉ o final da dÉcada em sua primeira
linha de caÇas a jato, acrescidos dos subsÔnicos A-1 / A-1M. A não ser que alguma decisão do
programa F-X2 seja tomada, a tempo de se conseguir entregas de novos caÇas antes da dÉcada
acabar, ou que outra soluÇão seja encontrada para ampliar nossa frota de supersÔnicos.
Mas não custa repetir que curiosamente, e tambÉm coincidentemente, 36 caÇas É o número que se
pretende adquirir no tão postergado programa F-X2, ao menos numa primeira etapa.
http://www.aereo.jor.br/2013/1...rama-f-x2-36-avioes/