O grande problema mundial, atualmente, é não se ter mais gente, como Winston Churchill, para alertar o mundo com relação a determinadas lideranças que andam por aí...
A Alemanha, ficando-se apenas nesse exemplo, como muitos outros países europeus, rendeu-se ao protocolo energético russo, sem pesar as consequências que iriam advir de tal situação. Não perceberam, ou apenas trairam os seus países, em troca de benesses russas, como um ex-chanceles alemão, que não se pode confiar em acordos, tratados, contratos firmados com empresas, instituições e, principalmente, com o Estado russo. Basta se ler a história russa, soviética e russa novamente, para se verificar o que aconteceu com quem confiou neles.
A mediocridade dos encarregados de mandar nos países europeus e a apatia das suas populações, poder-se-ia melhor dizer idiotia generalizada, permitiu que notórias figurinhas russas estabelecessem o domínio do setor energético europeu, além de interferir em quase todas as atividades economicas e sociais do EU.
Isso afetou o lado militar, é claro.
Em fins de 2019, a Alemanha, grande produtora de armamentos sofisticados, tinha em suas unidades blindadas a quantidade fenomenal de... 347 tanques Leopard 2 MBT, em variadas versões. Os Estados Unidos tem mais 8.500 tanques operacionais.
Foi graças ao Trump, verdade tem que ser dita, que as coisas não continuaram, como tanto gostaria o ditador russo e, pela comodismo, todos os países europeus. Ao ameaçar retirar-se da Otan, ele forçou, no caso da Alemanha, o novo chanceler a subir o orçamento militar: passou de 1,4% para 2% do PIB...
Ou seja, em caso de guerra, os queridos da Europa querem que soldados americanos morram para defendê-los, por que nem para isso eles prestam.
Mas nem subindo orçamento as coisas vão modificar-se no curto prazo.
O Reino Unido construiu uma fragata Tipo 45 que tem medo de água quente... Seus intercoolers não se davam bem navegando em águas quentes.
A nova fragata Tipo 26 já está saindo do estaleiro com armamento modesto, sistema de missil de curta alcance e apenas um helicóptero. Explicação da RN para essa limitação: "Essa classe de navio não precisa ter esse tipo de armamento porque estará sempre operando com uma classe (ou nação) que tem”. Leia-se: o Reino Unido já aceita como inevitável ter papel secundário em qualquer força-tarefa naval, pois ela será comandada pelos Estados Unidos. Então, toca baratear o orçamento: os Primos nos defendem...
A Alemanha, que demorou meses para enviar alguma coisa mais substancial em armamento para a Ucrânia, só mandou quando o "amigo russo" explodiu os gasodutos Nord Stream, acabou enviando, apenas em Junho, 3 meses após a promessa, 7 obuseiros autopropulsados Panzerhaubitzen 2000,
que chegaram juntamente com mais 5 fornecidos pela Holanda (outra que não gosta de contrariar o "amigo"). Prometeu em setembro, enviar mais 4...
Ótimo, não? Afinal, mal chegaram e, no mesmo dia 22 de junho, às 4 horas da manhã, já estavam atirando beijos quentes aos orcs...
Mas o que se sabe, em verdade, segundo a Der Spiegel dessa semana, é que o portento da tecnologia militar alemã, tão difíceis de serem recebidos, estão tendo a sua prontidão operacional cada vaz mais comprometida, pois as autoridades alemãs do Ministério Federal de Defesa, burocratas que trabalham das 9 às 17 horas, com intervalo para almoço, não estabeleceram um planejamento logistico para solicitar peças de reposição...
Após a entrega dos Panzerhaubitzen 2000, o Ministério Federal da Defesa não fez nada para encomendar grandes pacotes de peças de reposição para a manutenção regular dos sistemas de armas e, assim, mantê-los operacionais. Entregaram as armas e disseram: se virem...
No momento, grande parte dos sistemas de artilharia fornecidos pela Alemanha estão parados, precisando urgentemente de reparos devido ao uso intensivo na frente de batalha no leste da Ucrânia.
Olha a desculpa alemã: no Bundeswehr, é dito que os ucranianos estão atualmente disparando cerca de 300 granadas por dia, o que está causando desgaste severo nos sistemas de armas.
Mas não foi para isso que essas armas foram produzidas: para atirar?
Seis obuseiros foram trazidos para a Lituânia para revisão técnica. Mas, como as peças de reposição necessárias não estavam disponíveis, nem na indústria e muito menos no Bundeswehr, os técnicos tiveram que canibalizar um dos obuseiros e deixá-lo, por enquanto, na Lituânia. E porque não fizeram essa manutenção na Polonia, muito mais perto da Ucrânia?
A falta de peças sobressalentes não é nenhuma surpresa. No final do verão, o escritório de compras da Bundeswehr alertou, sem sucesso, o ministério para encomendar grandes pacotes de peças de reposição para obuseiros e lançadores múltiplos de foguetes Mars II, uma vez que o material especial tinha longos prazos de entrega. Até agora, no entanto, não houve instruções correspondentes da chamada equipe especial da Ucrânia. A falta de peças sobressalentes está também paralisando o chamado centro de reparos, que a Alemanha quer instalar na Eslováquia até meados de dezembro para manutenção das armas entregues à Ucrânia.
São os dedos russos, assimiladoss quando da reunificação alemã, agindo e prejudicando uma nação que luta e morre pela sua terra.
E posso me enganar, mas logo, logo, vão cravar uma faca nas costas dos ucranianos, pois o que importa é uma poltrona confortável, pés secos, aquecidos e um bom copo de schnapps. O resto não importa....
Para encerrar: fiz uma viagem da 27 dias pela Europa com meus pais e minha esposa. Em uma grande capital européia, meu pai, um homem calado, muito observador, olhou em volta e disse para nós: esse lugar já deu o que tinha que dar. Lá se vão 35 anos e a confirmação dessa frase é vista a cada dia que passa.
Boa noite.