Certamente o Livro "The Big Show" ou "O Grande Circo" na edição brasileira é excelente leitura, mas não é de agora que pipocam aqui e ali questionamentos sobre os fatos narrados, desde o real número de vitórias aéreas, ou sobre a falta de relato das vezes que foi abatido e teve que saltar, mas enfim, na edição de fevereiro 2016 da Aeroplane Monthly um leitor questiona a participação de Clostermann em uma ação de combate contra um Bf-109G de fotoreconhecimento em 21 de fevereiro de 1944...
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Olha, por tudo que já li sobre este livro, muito do que ele escreveu nas primeiras edições ele não participou diretamente, contaram ou ouviu contar. As últimas edições publicadas na França tiveram algumas alterações por causa disso.
No fundo eu não o "culpo". Se nós mesmos acabamos esquecendo ou adicionando detalhes às nossas lembranças, no fundo todos estes livros devem ter "erros", "falhas" ou fatos que não se corroboram.
O que no fundo não desmerece a carreira deles, mas é um fato que pesquisadores podem e devem encontrar estas inconsistências e apresentar os fatos verdadeiros, afinal a pesquisa histórica não é ficção.
Eu li os três livros do Clostermann editados pela Flamboyant aqui no Brasil, "O Grande Circo", "Fogo no Céu" e "Episódios da Guerra Aérea na Argélia". Li os dois primeiros na década de 60 e gostei muito. Com o passar do tempo e a leitura de outros textos, comecei a perceber que Clostermann dramatizava em excesso alguns episódios ou até mesmo exagerava. Pode até ser que tenha feito isso para tornar os textos mais atraentes, por vontade própria ou sugestão de algum editor. Indo mais fundo, surgiram tb incorreções histórias na sua obra, mas não lembro de alguma relacionada com a sua própria atuação. De qualquer maneira, a análise de episódios da Segunda Guerra ou de outro conflito qualquer deve ser feita, quando possível, mediante consulta a um bom número de referências.
Existe tb o problema das traduções de traduções. O livro "Midway", de Mitsuo Fuchida e Masatake Okumiya, tb editado pela Flamboyant aqui no Brasil, é um exemplo. O texto original, em japonês, sofreu alterações significativas ao ser traduzido para o inglês, que modificaram de forma significativa algumas passagens importantes descritas pelos autores. Não lembro da origem do texto da Flamboyant, mas se for da edição norte-americana, iremos embarcar na mesma canoa.
Por mim, quanto mais "polêmica", melhor. Sinal de que tem gente pesquisando. A verdade absoluta nunca foi e nem vai ser alcançada, mas a busca é sempre algo precioso e necessário.
Fernando Estanislau posted:Por mim, quanto mais "polêmica", melhor. Sinal de que tem gente pesquisando. A verdade absoluta nunca foi e nem vai ser alcançada, mas a busca é sempre algo precioso e necessário.
De fato, pelo menos a turma parou de perguntar sobre o Fw 190 amarelo...
A única coisa que sei é que ele era ardoroso opositor a Embraer, tanto na venda dos Xingus quando na venda dos Tucanos... Ele trabalhou na empresa do Max Holste e na Cessna, setor francês. Mas essa ele perdeu bonito!
A cada post neste tópico o Clostermann perde mais pontos comigo. Que decepção, brasileiro é phróids, em qualquer época
Olha isso é mais comum do que parece, em quase todas as memorias escritas logo no pós guerra existe esta mistura entre o que se viu e o que se ouviu falar. Um caso clássico e a descrição de como morreu o Walter Nowotny, eu já li pelo menos três versões diferentes de como ele morreu todas contadas por quem foi testemunha ocular do fato. Outra, quem derrubou o avião do Yamamoto? Também já vi pelo menos duas pessoa diferentes que garantiam ser o responsável. Mais uma? Como foi destruído o tanque do Michael Wittmann? e por ai vai...
A única coisa que eu sei com segurança dele é que no desfile da vitória em Londres, ele abalroou uma aeronave, e colidiu com outra no enrosco que sucedeu. Na analise do acidente a culpa foi tributada a ele.
Enfim, manicaca.