Pessoal...
Sou avesso a polêmicas, até porque, todos tem liberdade de pensamento e de expressão e eu creio que quando uma pessoa defende seus argumentos, é porque acredita terem eles fundamento. Por isso, não vou entrar no mérito da questão, mas é bastante comum às pessoas, de uma maneira geral, falarem a respeito de algo ou julgarem sem ter um conhecimento um pouco mais profundo daquela coisa ou fato.
Acho que a maioria sabe que sou militar de carreira do Exército e conto, atualmente, com 26 anos de serviço. Já ouvi muitas coisas desagradáveis do povo que jurei defender com o sacrifício da minha vida. Pode ser que alguns achem isso mero blá, blá, blá, mas para mim, no dia do meu compromisso, diante da Bandeira, não foi. Mas é assim mesmo. Porém nesse caso específico, vamos arrazoar um pouco, até porque eu acho que deve ser a mesma unidade pela qual eu passei o mesmo problema. E olha que eu não achei que o sentinela suspeitava que eu fosse "espião do Obama"... calma: esclareço:
No início de 2012, minha Unidade foi cumprir missão de Pacificação no Rio de Janeiro. Ficamos alojados na Vila Militar, no 2º BIMtz. Dali, nos períodos autorizados, saí para fotografar os vários blindados, peças de artilharia e viaturas que vicejam na frente ou nos pátios dos intermináveis quartéis. Sabendo da situação de prejuízo à segurança, fui fardado (pense num sujeito suando...) e sempre que eu sentia alguma desconfiança do Comandante da Guarda, eu ia lá, me identificava e explicava o motivo do meu interesse. Dessa maneira, até entrei na EsLog e fotografei o X1A2 Carcará e outras peças que tinha lá ! Eis que, já voltando, topei com uma praça e no meio dela, uma peça de artilharia... achei estranho não ter nada entre ela e o público e fui fotografando... aí percebi que a tal praça ficava na frente do Depósito Central de Armamento. Não demorou muito, um militar foi me falar que era proibido fotografar. E eu já estava de olho esticado para uns blindados lá dentro. Resolvi falar com o Cmt Gd. Ele me explicou que desde que haviam furtado vários fuzis dali, a segurança tinha sido muito reforçada e - sabem como é - gato escaldado tem medo de água fria. Perguntei se não havia possibilidade de falar com o Oficial de Dia. Esperei uma meia hora e recebi a orientação de pedir ao meu comandante que oficiasse ao Diretor do depósito, etc, etc. Obviamente que era impraticável nas minhas circunstâncias. Sai sem as fotos. Mas compreendo. E mesmo que não achasse razoável, não adianta eu mirar no soldado ("pela-saco"...), pois o infeliz está ali cumprindo ordens. Fazendo isso, "vendo discos voadores", como eu costumava dizer para o meu pessoal quando de serviço, ainda ocorrem invasões a quartéis (a maioria obviamente não divulgada para o público externo), imagina se simplesmente nos regêssemos pelo princípio da boa fé universal ? O sujeito está fotografando a viatura, mas também as instalações, portões, postos de guarda, sistemas de segurança... quem pode garantir que não ? Pode estar atraindo a atenção da guarda, enfim...
Bem, expus a minha opinião. Com base nisto, sugiro que as agremiações modelísticas (onde certamente deve haver vários militares) formalizem, portanto, pedidos para fotografar essas peças, aí, devidamente acompanhados e autorizados, poderão fazê-lo e depois dividir com a comunidade modelística.
Ah, antes que eu me esqueça. As fotos que tirei (mais de cem), algum colega desavisado fez o favor de apagar do laptop onde eu as armazenara... e não foi conspiração, não. Foi bizonhice mesmo...
Jet
Em tempo: o veículo lembra o EE-17 Sucuri...