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Harald Nugiseks
(22/10/1921 - 02/01/2014) 
 

 

Faleceu no último dia 2 de janeiro em PÄrnu, na EstÔnia, de causas naturais aos 92 anos de idade, o ganhador da Cruz do Cavaleiro Capitão Harald Nugiseks.
 
Nascido em SÄrevere, um pequeno vilarejo no centro da EstÔnia, Harald era o mais novo de uma numerosa famÍlia rural que vivia nas mesmas terras a nove geraÇÕes. Ao terminar os estudos, ele fez um curso de jardinagem e, posteriormente, de comÉrcio. Foi quando a União SoviÉtica invadiu e anexou o paÍs em 17 de junho de 1940, transformando a EstÔnia num estado comunista. As perseguiÇÕes e deportaÇÕes de cidadãos estonianos para campos de trabalho na URSS continuaram atÉ junho de 1941, quando os alemães invadiram a União SoviÉtica e o Grupo de ExÉrcitos Norteexpulsou os soviÉticos dos paÍses bÁlticos.
 
O novo governo prÓ-alemão da EstÔnia formou corpos voluntÁrios para treinamento na Alemanha, e Nugiseks foi um dos enviados ao Terceiro Reich naquele ano. Retornando do treinamento, ele juntou-se à forÇa de seguranÇa nacional, permanecendo atÉ dezembro de 1942. No ano seguinte, Nugiseks juntou-se à Legião Estoniana da Waffen-SS, sendo enviado para treinamento na Escola de Cabos e Sargentos da SS em Lauenburg, na Alemanha. A Legião Estoniana, de 5.000 homens, recebeu seu batismo de fogo em novembro de 1943, quando o ExÉrcito Vermelho rompeu as linhas alemãs em Nevel, perto de Pskov. Sem reservas na Área, a Wehrmacht enviou os estonianos para a frente de batalha, onde conseguiram fazer os soviÉticos recuarem 15 quilÔmetros atÉ 13 de novembro. Harald foi ferido em aÇão, recebendo a Cruz de Ferro de 2ª Classe em seguida.
 
Em 23 de janeiro de 1944 a Legião foi elevada a 20ª Divisão de Granadeiros da SS, com a adiÇão de outros 38.000 estonianos à formaÇão. Colocada sob comando do III Corpo Panzer-SS do SS-GruppenfÜhrer Felix Steiner, a divisão entrou em combate na cabeÇa-de-ponte de Narva em 17 de fevereiro, quando o 2º ExÉrcito de Choque doGeneral Leonid Govorov rompeu as linhas alemãs na região para tentar tomar o Istmo de Narva, considerado por Moscou uma chave para a Finlândia. A divisão estoniana era a principal forÇa de Steiner na contenÇão da cabeÇa-de-ponte soviÉtica em Narva, e foi colocada no front em 17 de fevereiro. A pressão estoniana lentamente empurrou os soviÉticos, espremendo-lhes entre duas frentes, a norte e a sul de sua posiÇão, mas com muito custo. Com o pesado fogo de artilharia e metralhadoras soviÉticas, a unidade de Nugiseks - o I Batalhão do 46º Regimento de Granadeiros-SS - perdeu quase todos os seus oficiais em combate. Em 24 de fevereiro, enfrentando um impasse e sem nenhum oficial restante, o SS-UnterscharfÜhrer Nugiseks assumiu o comando do batalhão em plena batalha, mudando as tÁticas atÉ então usadas e ordenando que um suprimento de granadas de mão fosse colocado em trenÓs, para que os soldados não tivessem que arrastar-se de volta para conseguir mais. Com o aumento das granadas disponÍveis aos estonianos, Nugiseks e seus homens conseguiram gradualmente espremer os soviÉticos pelo norte, destruindo finalmente sua posiÇão. Seriamente ferido no combate, ele foi evacuado para a retaguarda. Como reconhecimento da importância de suas aÇÕes para a vitÓria na Batalha de Narva, Harald Nugiseks foi agraciado com a Cruz do Cavaleiro da Cruz de Ferro em 20 de marÇo de 1944, quando ainda encontrava-se no hospital. Durante sua recuperaÇão, ele se envolveu numa briga com soldados que assediavam enfermeiras da Cruz Vermelha.
 
Em outubro de 1944 ele recebeu alta e retornou à sua unidade em Neuhammer, na Alta SilÉsia. Os estonianos participaram das batalhas no Oder, sendo cercados em marÇo na Área de Oberglogau. Conseguindoescapar do cerco em 19 de marÇo, a divisão foi enviada para a região de Praga, onde lutou suas últimas batalhas. Tentando render-se aos americanos, os estonianos caÍram capturados pelos guerrilheiros checos. Entregue aos soviÉticos, Nugiseks ficou preso atÉ novembro de 1946, sendo liberado na EstÔnia apenas para ser novamente preso em fevereiro de 1947. Deportado para a SibÉria, ele sÓ foi libertado definitivamente em 1958, retornando ao seu paÍs.
 
Tornando-se trabalhador da construÇão civil, Nugiseks construiu com as prÓprias mãos a residÊncia da sua famÍlia na dÉcada de 1970, na cidade de PÄrnu. Com a queda do comunismo em 1991, Nugiseks foi reabilitado pelo governo e seus serviÇos em combate contra a União SoviÉtica ganharamgrande apreÇo popular. Em 1994, ele foi promovido a Capitão da Reserva, e era o único ganhador da Cruz do Cavaleiro autorizado por seu governo a usar a condecoraÇão original oficialmente.
 
Em 2008, Harald Nugiseks recebeu do governo estoniano a Medalha da Gratidão, apÓs uma grande campanha popular em seu favor. Com sua morte, resta somente um único ganhador da Cruz do Cavaleiro não-germânico (Alemanha e Áustria) ainda vivo: o dinamarquÊs Soren Kam.
 
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Vladimir Kozlov
(23/12/1923 - 08/01/2014)
 

 

Faleceu no último dia 8 de janeiro em Krasnodar, na Rússia, de causas naturais aos 90 anos de idade, o Heroi da União Soviética Capitão Vladimir Vassilevich Kozlov.
 
Nascido em Zaporozhye, hoje na Ucrânia, Vladimir era filho de Vassily Kozlov e Valentina Kozlova, ambos trabalhadores. Terminando seus estudos, ele ingressou no Exército Vermelho em 1940, sendo no ano seguinte transferido para a Escola de Aviação Militar de Kacha, em Sevastopol. Foi justamente como cadete da aviação que Kozlov recebeu o primeiro impacto da Operação Barbarossa. Nos primeiros dias da invasão, um grupo de comandos anfíbios alemães atacou o posto de sentinela no qual ele estava de guarda, e Kozlov teve que retornar fogo e afastar os inimigos.
 
Concluindo seu treinamento de voo em fins de 1942, Kozlov somente chegou à linha de frente em fevereiro de 1943, quando tornou-se piloto do828º Regimento de Aviação de Ataque da 260ª Divisão, 7º Exército Aéreo, atuando no Front da Karélia. Engajando os alemães e finlandeses na região, Kozlov tomou parte numa das missões mais perigosas da guerra: o ataque a objetivos em solo, fortemente defendidos na maioria das vezes. Para tanto, sua unidade voava o lendário Ilyushin Il-2 Sturmovik, armado com dois potentes canhões de 23 mm, e uma espessa blindagem que protegia o motor e o piloto. Desta maneira, atacou as linhas de frente, colunas blindadas, trens, pontes, balsas, aeródromos, navios e as instalações portuárias em Petsamo e Kirkenes - em coordenação com a Marinha Soviética. Em 1944, foi transferido para o 4º Exército Aéreo do 2º Front Bielorrusso, assumindo o comando de seu esquadrão. Kozlov tornou-se um dos mais exímios pilotos de Sturmovik em sua área de operações, dando apoio aos fuzileiros soviéticos no Golfo da Finlândia, Lago Ladoga e no Mar Báltico, além de atacar diversas cidades finlandesas, norueguesas e alemãs, quase sempre enfrentando a pesada artilharia antiaérea inimiga.
 
Quando o Marechal Rokossovsky assumiu o comando do 2º Front Bielorrusso em novembro de 1944, Kozlov passou a dar apoio ao avanço soviético pela Prússia Oriental e Pomerânia, juntando-se à ofensiva ao norte de Berlim em abril de 1945. Ele voou sua 129ª e última missão em 6 de maio de 1945, apenas dois dias antes da capitulação final da Alemanha. No dia 18 de agosto daquele ano, como reconhecimento de sua exemplar performance de comando e combate contra contra o inimigo - ele nunca teve seu avião abatido - o Presidium do Soviete Supremo condecorou o Tenente Vladimir Kozlov com a Estrela Dourada de Heroi da União Soviética.
 
Promovido a Capitão, ele graduou-se na Academia de Navegação Aérea de Krasnodar em 1947. Passou para a reserva em 1949, entrando então no ramo da construção civil. Em 1959, graduou-se no Instituto Nacional de Engenharia Civil e trabalhou por diversos anos como construtor em empresas estatais, chegando a engenheiro-chefe. Em 1967, tornou-se professor no Instituto Politécnico de Krasnodar, onde lecionou até aposentar-se em 1989.
 
A partir de então, Kozlov trabalhou em associações de veteranos e presidiu a regional da Associação Nacional dos Herois da União Soviética a partir de 1993. Ele deixa esposa e uma filha.
 
Waldemar von Gazen
(06/12/1917 - 13/01/2014)

 

 

Faleceu no último dia 13 de janeiro em Göttingen, na Alemanha, de causas naturais aos 96 anos de idade, o ganhador das Espadas para a Cruz do Cavaleiro, Major Waldemar von Gazen.
 
Nascido numa família nobre em Hamburgo, Gazen desde pequeno mostrou grande fascínio pela profissão militar. Ao terminar os estudos, ingressou como cadete no 66º Regimento de Infantaria, em 1936. Comissionado Leutnant em 1 de setembro de 1938, tomou parte com seu regimento na anexação dos Sudetos, e no ano seguinte, com a unidade subordinada à13ª Divisão de Infantaria, teve seu batismo de fogo na invasão da Polônia.
 
O jovem oficial Gazen mostrou-se um líder de pelotão aguerrido e talentoso, ganhando as duas classes da Cruz de Ferro naquela campanha. No ano seguinte, mostrou desempenho semelhante durante a invasão da França, chegando com seu pelotão motorizado a Calais e Lyon ao fim do combate. Em setembro ele foi promovido a Oberleutant, e no mês seguinte, sua divisão foi transformada em 13ª Divisão Panzer. Seu regimento foi então enviado para a Romênia, como parte da missão alemã de instrução naquele país. Gazen somente regressou à Alemanha em 28 de maio de 1941, recebendo o comando da 2ª Companhia. Com o início da Operação Barbarossa, a 13ª Divisão Panzer foi designada para o Grupo de Exércitos Sul do Generalfeldmarschall Gerd von Rundstedt, operando na Ucrânia. A unidade de Gazen era uma das pontas-de-lança do 1º Exército Panzer, e foi a primeira tropa da Wehrmacht a atingir o rio Don na cidade de Rostov, e por isso ele foi agraciado com a Cruz Alemã em Ouro em 15 de novembro. Contudo, os soviéticos retomaram a cidade num rápido contra-ataque, encerrando as operações ofensivas naquela região devido à chegada do inverno.
 
Em 25 de julho de 1942, Gazen novamente partiu para a ofensiva e recapturou Rostov, abrindo o caminho para a invasão alemã do Cáucaso. Por este feito, o Oberleutnant von Gazen foi condecorado com a Cruz do Cavaleiro da Cruz de Ferro em 18 de setembro, sendo também promovido a Hauptmann. Com o cerco do 6º Exército em Stalingrado em dezembro, Gazen e seus homens foram realocados para Kuban, onde os alemães detinham uma cabeça-de-ponte. Contra os incessantes ataques blindados soviéticos, Gazen liderou um grupo de combate que manteve o perímetro alemão - destruindo 22 tanques soviéticos em dois dias - o que permitiu a evacuação do 1º Exército Panzer para fora do Cáucaso, num total de quase 250 mil soldados. Por este feito, ele se tornou o 182º soldado da Wehrmacht a receber as Folhas de Carvalho para a Cruz do Cavaleiro em 18 de janeiro de 1943.
 
Em 28 de agosto de 1943 ele recebeu o comando do 66º Regimento Panzergrenadier, sendo imediatamente jogado no centro da ação pelo domínio da Península da Crimeia. Como parte das defesas da Linha Panther-Wotan, os alemães precisavam assegurar a posse da cidade deMelitopol para manter o controle da península. Desta forma, o regimento de granadeiros de Gazen bateu-se contra numerosos ataques soviéticos contra a cidade em setembro de 1943, derrotando todas as investidas e mantendo segura a posição alemã. Por esse sucesso, em 3 de outubro Gazen tornou-se o 38º soldado da Wehrmacht a ser agraciado com asEspadas para a Cruz do Cavaleiro, sendo também promovido a Major.
 
Em 1944 seu regimento continuou ininterruptamente em ação no oeste da Ucrânia, até ser destruído em combate durante a Operação Bagration em agosto daquele ano. Gazen foi seriamente ferido neste combate e evacuado para a retaguarda. Ao recuperar-se, foi designado para servir no Estado-Maior do Exército, passando por todos os cursos necessários. No fim de 1944 ele foi feito Chefe de Estado-Maior da 13ª Divisão Panzer, desta vez operando na Hungria. Ao fim da guerra, Gazen rendeu-se aos americanos, sendo libertado do cativeiro em 1946.
 
Após a guerra, Waldemar von Gazen formou-se em direito e tornou-se um renomado advogado. Em sua aposentadoria, foi membro assíduo das reuniões de veteranos da Associação dos Ganhadores da Cruz do Cavaleiro, sendo nos últimos anos (e após a morte de Hajo Herrmann), o mais altamente condecorado presente nas celebrações. Com sua morte, resta somente um único ganhador das Espadas da Cruz do Cavaleiro ainda vivo, o Major Erich Rudorffer.
 
Herbert Fries
(01/03/1925 - 06/01/2014)
 

Faleceu no último dia 6 de janeiro em Emmerichenhain, Alemanha, de causas naturais aos 88 anos de idade, o ganhador da Cruz do CavaleiroOberfähnrich Herbert Fries.
 
Nascido em Waldmühlen, na Renânia-Palatinado, Fries terminou seus estudos e imediatamente serviu o período obrigatório noReichsarbeitsdienst (RAD) entre março e junho de 1943, na região de Graz, na Áustria. Logo em seguida, em 25 de junho, voluntariou-se para a força paraquedista da Luftwaffe, os famosos Fallschirmjäger. Após o treinamento básico em Gardelegen, Fries seguiu para a escola de caçadores de tanques Salzwedel e Avignon, na França.
 
Em janeiro de 1944, ele foi designado para servir na 2ª Companhia do 1º Batalhão de Caçadores da 1ª Divisão Paraquedista, que na época pertencia ao 10º Exército do General Heinrich von Vietinghoff - em combate na área de Francavilla, na costa do italiana do Adriático. No fim daquele mês, a 2ª Companhia moveu-se de Francavilla para Piedimonte, na área deMonte Cassino, onde a Wehrmacht vinha segurando o avanço Aliado. Lá, Fries tomou o comando de uma torre enterrada de Pzkpfw V Panther, com um canhão de 75 mm KwK 42/L70 e uma metralhadora MG 34. Auxiliado por mais três colegas (municiador, operador de rádio e operador de metralhadora), Fries se viu em meio ao intenso fogo aéreo e terrestre da última ofensiva Aliada em maio de 1944, que finalmente desalojou os alemães da Linha Gustav. Contudo, no dia 21 de maio, numa distância de 1.700 metros, ele abriu fogo de sua posição camuflada, destruindo sete tanques inimigos. No dia seguinte, com os soldados Aliados a apenas 600 metros, continuou a resistir, destruindo mais seis tanques. Apesar da continuidade do ataque Aliado no dia 23, Fries e sua equipe ainda mantiveram-se na posição da torre de Panther, destruindo mais sete tanques, antes de finalmente evacuarem a área. Por ter atrasado consideravelmente o avanço inimigo em setor, destruindo 20 tanques em três dias de combate, permitindo assim o recuo da 1ª Divisão Paraquedista para a próxima linha de defesa, Herbert Fries foi condecorado com a Cruz do Cavaleiro da Cruz de Ferro em 5 de setembro de 1944.
 
Em 15 de novembro Fries foi enviado para servir como instrutor na Escola de Líderes "Brückner" em Bosco Chiesanuova, perto de Verona, na Itália. Em 8 de maio de 1945 foi feito prisioneiro em Rovereto, próximo ao Lago di Garda, sendo mantido em cativeiro até 25 de julho de 1947.
 
Fries era membro frequentador das reuniões da Associação dos Ganhadores da Cruz do Cavaleiro, e também o mais jovem dos ganhadores desta condecoração ainda vivo. Com sua morte, não resta mais nenhum Fallschirmjäger ganhador da Cruz do Cavaleiro.
 

Realmente triste, mas é a ordem natural...

 

Porém é ainda mais triste, pois estes homens que se vão, eram legítimos representantes de uma raça que não veremos nos dias de hoje:

 

Falo dos verdadeiros soldados, aqueles formados no calor da batalha, daqueles cuja coragem e bravura foram além do dever, e que somente podiam contar com suas habilidades e com a lealdade de seus homens, para os quais, serviram de inspiração para que conseguissem realizar o impossível.

 

Suas condecorações foram mais do que merecidas. Suas ações, mais do que reconhecidas, não importando de que lado estivessem. Morreram como homens honrados e respeitados, com carreiras irrepreensíveis.

 

Aos soldados e exércitos de hoje, que depositam mais fé em suas parafernálias tecnológicas do que nas qualidades humanas, que estes homens, de uma época distante, de um tempo em que nada disso existia, que possam ainda servir de inspiração e mostrar o que um homem apenas é capaz de fazer apenas usando suas habilidades.

 

Estes sim, foram verdadeiros soldados. Cumpriram com seu dever...

 

Que descansem em paz. 

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