Skip to main content

Um foguete não tripulado explodiu instantes antes de ser lanÇado, na tarde desta sexta-feira (13), no Centro de LanÇamento de Alcântara, no litoral do Maranhão. Apesar do prejuÍzo, não houve feridos. Não se sabe ainda o que causou o acidente.

 

O problema ocorreu no lanÇamento do foguete, às 14h20. Segundo o centro, a falha aconteceu durante a operaÇão de lanÇamento do SatÉlite de Reentrada AtmosfÉrica (Sara). "Houve uma falha do motor do veÍculo VS-40M no momento da igniÇão que causou a sua perda", disse o Órgão, em nota.

 

Ainda segundo o centro, o foguete ainda estava na rampa de lanÇamento e não chegou a decolar. "Todos os procedimentos de seguranÇa foram adotados e não houve riscos a nenhum dos profissionais envolvidos."

 

Junto com o satÉlite, tambÉm estava embarcado outro experimento, em fase de qualificaÇão, desenvolvido pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte): um GPS de aplicaÇão espacial. Não se sabe se o aparelho foi destruÍdo.

 

Uma comissão serÁ designada para investigar as causas do acidente.

Por conta da explosão, a Área de lanÇamento estÁ isolada. Desde o fim de outubro a base espacial vinha efetuando lanÇamentos de foguetes não tripulados como parte da OperaÇão São LourenÇo.

 

No último dia 30, a equipe lanÇou o FTI (Foguete de Treinamento IntermediÁrio) para treinar e avaliar os procedimentos do CLA para o lanÇamento do foguete suborbital VS-40M V03.

 

Na ocasião, o  coronel aviador ClÁudio Olany Alencar de Oliveira disse que o lanÇamento ocorreu dentro do planejado.  "Foi altamente proveitoso e demonstrou que estamos prontos para realizar o lanÇamento do foguete suborbital VS-40M V03. Foi importante o teste com o dispositivo de teledestruiÇão remota, utilizado pela primeira vez em um foguete de treinamento, como parte da preparaÇão dos meios e do pessoal que atua na OperaÇão São LourenÇo", disse apÓs a operaÇão.

 

Em agosto de 2003, um outro acidente com o protÓtipo do VeÍculo LanÇador de SatÉlites deixou 21 mortos. A explosão aconteceu rÊs dias antes de seu lanÇamento na base de Alcântara. 

 

Foguete lançado em 20/11 para avaliar os procedimentos para o lançamento do suborbital VS-40M V03, que explodiu nesta sexta-feira [13)

Foguete lanÇado em 20/11 para avaliar os procedimentos para o lanÇamento do suborbital VS-40M V03, que explodiu nesta sexta-feira (13).

 

http://noticias.uol.com.br/cot...-de-alcantara-ma.htm

Original Post

Replies sorted oldest to newest

Imagino quanto tempo será preciso para Alcântara voltar a ter o mesmo nível técnico que tinha antes do acidente. Já me surpreende aquilo já estar soltando foguetes, pensava que estava abandonado. 

Originally Posted by Andre Mattos:
Mais uma sabotagem francesa ?

Francesa ?????

pelo que me lembro, o acidente que vitimou vários cientista na época, foi logo após a FAB negar o arrendamento da base aos americanos !!!???
Estou errado ????

Teorias conspiratórias à parte, a investigação mostrou que a explosão em Alcântara foi fruto do amplo desrespeito às normas básicas de segurança, na melhor tradição verde-amarela. Como o Jean colocou, para fazer merda a gente não precisa da ajuda dos outros. Nós nos bastamos, com sobras, e ainda damos aulas ao resto do mundo de como não fazer as coisas. O Brasil sempre vai ser o "antes" daquelas propagandas "antes" e "depois". 

 

Aqui tem muita coisa:

 

http://www.sindct.org.br/?q=node/28

 

FATOR MATERIAL

 

- O acidente teve início com o funcionamento intempestivo, porém nominal, durante 40 segundos, do propulsor A do primeiro estágio.

 

- Foram encontradas fortes evidências de que este funcionamento intempestivo do propulsor A foi iniciado pelo acionamento, também intempestivo, de um dos detonadores do conjunto de ignição do propulsor.

 

- A análise das causas físicas do acidente ficou prejudicada pelo elevado grau de destruição ocorrido na plataforma móvel de integração. Por isso, a análise sobre a causa do acionamento do detonador do propulsor A baseia-se em fatos e também em inferências.

 

- Ficou comprovado que a falta de blindagem dos fios torcidos da "linha de fogo", que leva energia aos detonadores dos propulsores do primeiro estágio, torna-os passíveis de sofrerem indução eletrostática.

 

- As características do acidente permitem concluir que a existência de uma barreira mecânica de segurança no sistema de ignição dos propulsores do primeiro estágio, após os detonadores, poderia ter impedido o acidente.

 

 

FATOR OPERACIONAL

 

- Há indicações de que a infra-estrutura de apoio, provida pelo CLA a campanhas de lançamento, com relação a recursos humanos e físicos possui pontos de fragilidade que devem ser minimizados.

 

- A segurança operacional do CLA, composta pela segurança de terra, de vôo e de plataforma apresenta alguns pontos de fragilidade.

 

- Foi constatada a necessidade de haver um melhor intercâmbio de informações entre as organizações participantes, inclusive com desconhecimento, por parte dos operadores do CTA, CLBI e INPE, de regras ou normas estabelecidas pelo CLA.

 

- Foi observada a falta de um gerenciamento de risco, realizado de maneira formal e criteriosa, principalmente na condução das atividades de integração e preparação para o lançamento.

 

- As atividades, pelo menos na última semana da Operação, não foram controladas de maneira eficiente, permitindo, por exemplo, que tarefas de risco fossem realizadas juntamente com outras tarefas, como foi o caso da conclusão da descarga das baterias, conduzida concomitantemente com outras tarefas, e a execução de tarefas, após a conexão dos detonadores dos propulsores A e D à "linha de fogo", que poderiam ter sido realizadas antes.

 

- Há necessidade de aperfeiçoamento da gestão da qualidade.

 

- Nem todas as tarefas eram delineadas de maneira criteriosa, com estabelecimento de processos detalhados para o seu cumprimento.

 

- O grupo de gerenciamento de documentação está reduzido em excesso, dificultando o registro, o controle e a recuperação de documentos, sobretudo os mais antigos.

 

- Não existe uma comissão de gerenciamento da configuração formalmente constituída.

 

- Não foram implementadas na íntegra as recomendações contidas no relatório de falha do VLS-1 V02.

 

FATOR HUMANO

 

Identificou-se uma expressiva defasagem entre os recursos humanos e materiais previstos como necessários ao projeto e os efetivamente disponíveis.

 

O estudo descritivo sobre a percepção dos servidores quanto as suas condições de trabalho identificou os seguintes pontos:

 

- defasagem expressiva de recursos financeiros e descontinuidade na sua liberação, provocando, ao longo dos anos, redução de investimento em capacitação técnica e em desenvolvimento ou aquisição de tecnologias atualizadas, gerando inevitável atraso no programa e influenciando negativamente a motivação dos servidores envolvidos na fase de desenvolvimento do projeto;

 

- política de restrição à contratação de recursos humanos, associada à defasagem salarial, ocasionando considerável perda de pessoal tecnicamente qualificado, sem sua reposição, acarretando perda de capacitação e desnivelamento de experiência entre os servidores mais antigos e os mais novos;

 

- possibilidade de diminuição da consciência situacional (capacidade para manter o estado de alerta que permite perceber uma variedade de estímulos externos ao indivíduo, fundamentais para a tomada de decisão e para a manutenção de níveis satisfatórios de segurança) na primeira repetição geral de lançamento, em função da sobrecarga de trabalho, acarretando estresse por efeito cumulativo devido ao desgaste mental e físico dos operadores;

 

- vulnerabilidade do sistema de segurança do trabalho: subjetividade na avaliação dos riscos operacionais e do ambiente de trabalho; sistemática de controle ineficaz do acesso e permanência de pessoas na torre móvel de integração, permitindo a ocorrência de número elevado de operadores e obrigando, no dia do acidente, ao levantamento do número de vítimas por exclusão dos sobreviventes; subordinação hierárquica inadequada da Seção de Segurança do Instituto de Aeronáutica e Espaço (CTA/IAE) (que pertence à Divisão de Administração quando deveria estar subordinada diretamente à Direção) e redução de seu efetivo com relação ao número de servidores e às atribuições do Instituto. Tais aspectos indicam uma cultura de segurança pouco sedimentada e degradada ao longo dos anos;

 

- processo de comunicação funcional apresentando-se pouco eficaz, no sentido de ser basicamente descendente, com pouca valorização das contribuições oferecidas e, em alguma medida, inibidor da emissão de dúvidas quanto à pertinência de certos procedimentos e dificuldades para a execução do trabalho; e

 

- falta de autonomia, intimamente relacionada à administração pública em geral, com conseqüente sensação de impotência dos gerentes frente à necessidade de resolver problemas, cujas soluções encontram-se muito além de sua esfera de ação."

Incluir Resposta

×
×
×
×
Link copied to your clipboard.
×