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Bela foto.
Esse profile aqui é com essa camuflagem, mas procede essa tinta anti craca verde?
Sei que usam outras cores além do vermelho, mas como não conheço quase nada da Marinha Italiana, melhor perguntar.
Outros
Essa é mais interessante.
Esse profile aqui é com essa camuflagem, mas procede essa tinta anti craca verde?
Eu tenho aqui apenas uma referência da Regia Marina. Nela a cor indicada para a época é o vermelho. Acredito que o verde seja mais recente. Ele, inclusive, não aparece na relação de cores. Já essa bela camuflagem do Littorio é uma combinação de dark grey + light yellow-green.
Olha que foto bonita do Andrea Doria com essa camuflagem do perfil.
Uma do Caio Duilio.
Ó o Littorio disparando. As torres estão com essa camuflagem do primeiro post.
Curiosidade. dizem que quem inventou este tipo de camuflagem foi Pablo Picasso ( Revolução espanhola?)
Carak...
lembrei do meu Palmeiras...tá explicado o porque do Palestra ser verde....
Boa tarde.
Em 1931, a Marinha Italiana lançou instruções para pintura de suas belonaves. As superfícies horizontais seriam pintadas de cinza-escura (similar ao cinza -escuro da Marinha Americana) e todo as superfícies verticais seriam pintadas de cinza-claro (levemente mais claro que o cinza usado pela Marinha americana). Os deques de madeira foram mantidos na sua cor natural. Foi com esse esquema de camuflagem que os encouraçados italianos fora para a guerra.
Na primeira grande batalha da guerra, a de Punta Stilo, em Julho de 1940, aviões italianos bombardearam navios italianos. A resposta italiana foi criar um esquema que ajudasse a identificação pelo ar.
Na proa, largas faixas branco e vermelho iam descendo de bombordo para estibordo. Nos encouraçados, as faixas iam da proa até a Torre Um.
Nos encouraçados da Classe Vittorio Veneto, inclusive o Littorio, as faixas indo até o tombadilho superior.
Esse tipo de esquema foi mantido até o Armistício.
A parte superior das chaminés, anteriormente pretas foram pintadas de cinza-claro para diminuir a visualização do navio.
No início de 1941, testes foram feitos para novos padrões de camuflagem.
Um desses padrões foram foi adotado no Vittorio Veneto, Littorio e Duilio. Era o chamado esquema "espinha de peixe" que tinha triângulos sobrepostos pintados com uma sombra de verde-amarelado (yellow-green).
A superfície dos deques permaneceu cinza-escuro, mas os deques de madeira foram pintados também em cinza-escuro. Esse esquema foi descontinuado no início de 1942.
Outro padrão foi aconselhado pelo bem conhecido pintor naval Rudolf Clausus.
Esse esquemas foram elaborados para alterar a aparência bem como a curso e a velocidade de um navio. Eles empregavam "dentes de serra" e usavam várias cores. Foram usados no Cesar e Doria.
O Departamento Técnico da Regia Marina lançou, em Dezembro de 1941, normas detalhadas para camuflagem. Na metade de 1942, todos os navios italianos estavam camuflados em padrões que focavam em duas cores - cinza-claro e cinza-escuro..
Os deques permaneceram em cinza-escuro, com as conhecidas faixas vermelho e branco para reconhecimento aéreo.
Abaixo, o Littorio em 23 de Março de 1942, em rota a toda máquina para a Segunda Batalha de Sirte.
Cada navio tinha o seu próprio esquema de camuflagem e cada esquema incluía um de três projetos básicos: lobulado, linhas retas e borrão. Os dois tons de cinza nunca se misturavam mas eram claramente separados.
Originalmente, as área do extremo da proa e da popa eram pintadas de branco mas isso provou ser muito chamativo no Mediterrâneo, assim, em Agosto de 1942, o branco foi substituído por cinza-claro. Azul foi também usado em algumas áreas.
À espera do Duce, em Tarante, 25 de Junho de 1942.
Espero ter ajudado.
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Algumas belas fotos do Littorio, traçando sua viagem e curta vida...
Proa do Littorio, Genova Sestri, Agosto 1937
Sua construção, Agosto 1937
Em acabamento, Inverno 1938-39
Sua primeira saída ao mar, 23 Outubro 1939.
Quando a toda força, faz a sua primeira prova de mar, 02 Dezembro 1939
Uma bela silhueta...
Em treinamento de tripulação, a toda máquina, Verão de 1940.
Teste de tiro da Torre de Ré (número 3), 381mm, Verão de 1940,
Teste de tiro das armas de médio calibre da IX Divisão Naval, Littorio e Vittorio Veneto. Verão de 1940.
Mar encapelado no caminho do Littorio, 01 Setembro 1940.
Littorio, em doca seca, para reparos dos danos sofridos por ataque aéreo noturno inglês. Taranto, Fevereiro de 1941.
O que sobrou de um Swordfish abatido no ataque noturno inglês contra o Littorio, Fevereiro 1941.
Littorio em sua nova camuflagem, Maio 1942.
Italia (ex-Littorio) ancorado, esperando o desmanche, Fevereiro de 1947.
Irmãos esperando o mesmo destino. Itália (ex-Littorio) e Vittorio Veneto), Fevereiro de 1947.
Possivelmente a última foto do Italia (ex-Littorio) em processo de desmanche, 1947.
Abs.
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Eu tenho aqui apenas uma referência da Regia Marina. Nela a cor indicada para a época é o vermelho. Acredito que o verde seja mais recente. Ele, inclusive, não aparece na relação de cores. Já essa bela camuflagem do Littorio é uma combinação de dark grey + light yellow-green.
Segundo o livro que tenho o verde era sim usado já em 1940
No set de tintas para marinha italiana da Lifecolor tem esta cor
Interessante o verde.
Achei que na WWII usassem só o vermelho.
Como eu disse, sabia que tinha outras cores, mas achei que era coisa mais moderna.
Mas ainda assim, achei que o uso dessas outras cores ficasse limitado a embarcações menores, então, fiquei surpreso quando vi as fotos do USS Port Roayl, um cruzador AEGIS que encalhou num banco de areia, e seu fundo era azul.
E no final de tudo foram desmanchados.
Na Regia Marina houveram belonaves tanto com casco verde como com casco vermelho. É necessário pesquisar bem pois as fontes podem não ser muito fidedignas.
Pode ser azul, mas algum motivo deve ter, pois os demais dessa galeria continuam com casco vermelho.
Enquanto o Port Royal é um cruzador Classe Ticonderoga, o Bonhomme Richard é um navio de assalto anfíbio e o Winston Churchill é um destróier Classe Arleigh Burke.
Tenho um Academy USS Reuben James Classe Oliver Hazard Perry e apesar do erro quanto a pintura ele mantém para casco, abaixo da linha d´água, o vermelho escuro.
Quanto a Marinha americana, há uma dificuldade a mais: temos a necessidade de saber para qual frota a embarcação é destinada pois isso ira influenciar nas cores empregadas nas área acima da linha d´água.
Para a Frota do Atlãntico (onde serve o Reuben James), as cores são Haze Gray com deques em Dark Gray e para a Frota do Pacífico são Dark Gull Gray com deques em Dark Gray.
Enfim é uma boa área a ser pesquisada. Vou continuar procurando...
Abs.
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Segundo o livro que tenho o verde era sim usado já em 1940
O mais interessante é que os dois livros são do mesmo autor. No que tenho aqui ele não faz nenhuma menção ao verde, nem no capítulo sobre pintura e camuflagem e nem na tabela de cores (acima). Nos três perfis de casco inteiro incluídos no livro, Littorio 1940, Cesare 1940 e Duilio 1941, a parte inferior está em vermelho. Como esse livro abrange apenas couraçados, será que o verde foi usado apenas em unidades menores? A conferir.
O R.N. Gorizia tinha casco verde. Já os outros da mesma classe tinham casco vermelho...
Boa tarde.
Estou saindo para um compromisso, mas acho que matei a charada.
Posto meu raciocínio a noite, para apreciação e discussão dos amigos.
Abs.
A algum tempo atrás eu lí em algum lugar a explicação sobre o uso do anti-fouling verde no casco de alguns navios italianos. A fórmula foi criada por um laboratório italiano e o seu uso estava relacionado a determinados estaleiros italianos que operaram durante a guerra, no caso eu lembro que Trieste era um deles, ao que parece, navios que foram repintados nesses estaleiros receberam o anti-fouling verde no casco. Acho que o texto que eu lí era esse abaixo:
I have some information that may help but in full disclosure, I am writing from memory here, and at this time cannot locate the necessary documentation to back my words. I did some research into this very issue of red vs. green RM ship antifouling paint, a couple years ago or more. I was heavy-duty into Regia Marina ships around that time, and especially interested in modeling those wearing the green antifoul.
The main thing I learned from it all, was that the green paint was produced primarily by a factory not far from Trieste and the CRDA/Stabilimento Tecnico (and possibly other) shipbuilding facilities there. The factory produced a new kind of antifouling paint, pigmented green, developed specifically for the Italian navy.
Because of its experimental nature, its use seems to have been limited--with exceptions--to ships built at Trieste-area shipyards. However, especially during the war, RM ships were almost certainly repaired, refitted, and maintained at any available yard. It is therefore quite possible that red-hulled ships would have the green applied while at a Trieste yard, if such was included in the work to be done.
It is known that the factory's formula was very successful, and that it was used on the reconstructed Giulio Cesare. When that battleship was transferred to the Soviets after the war, it had lain idle and unmaintained for several years after the Italian Armistice. It was in bad repair all round, but much to the surprise of the Soviets, the hull was remarkably clean and free of growth below the waterline.
I am certain that Vittorio Veneto and Roma, both built at Trieste, had this green formula applied to their lower hulls. As to RM cruisers, it is known that Fiume was in green by wartime, but I do not believe Pola was--I'd be tempted to use red for her, in the absence of further evidence to the contrary.
Boa noite.
Vamos a minha teoria que vai baseada no que postei anteriormente mais leituras nos últimos dias e uma montagem...
O motivo principal de uma camuflagem é alterar a forma do objeto camuflado. Assim, o objeto fica, não obrigatoriamente escondido, mas, como diz o título do livro do Augusto, "mimetizado" no ambiente de combate.
O mar. como ambiente de combate passa pelas mesmas circunstâncias da terra e do ar.
Uma coisa que caracterizou a marinha italiana antes e durante a Segunda Guerra foi a elaboração de alguns designs básicos, em cima dos quais as próprias tripulações improvisavam, isso a partir da metade de 1942.
O pintor naval italiano Rudolf Cladus foi comissionado para elaborar uma série de esquemas de camuflagens com a finalidade precípua de romper, quebrar a silhueta dos navios da marinha italiana.
Entre os primeiros a usar esse novo padrão de camuflagem estavam o Littorio e o Fiume, em Março de 1941. O Vittorio Veneto recebeu a sua camuflagem no Verão de 1941.
Embora as cores fossem padronizadas, aparentemente não havia padronização para os esquemas de camuflagem dentro das diferentes classes ou tipos de navios. Cada navio acabava tendo seu próprio e único padrão de camuflagem. Houveram casos de navios com um padrão de camuflagem em estibordo e outro diferente em bombordo.
Talvez em parte pela individualização dos esquemas italianos, seus navios tendiam a ser mais, digamos assim, incomuns, com uma enorme variedade de cores e esquemas que que a própria Marinha Real inglesa.
Muitos dos esquemas de camuflagem italianos propostos usavam faixas baixas brancas pintadas na proa e/ou na popa para simular água ao longo do casco ou as ondas na proa. Esse cor de pintura acabou sendo considerado inadequado para o Mediterrâneo sendo substituída por cinza claro.
Com isso, mais a pintura de preto da parte superior das chaminés, procuravam diminuir o navio em altura e comprimento para confundir os telêmetros do inimigo, fundamentais na apreensão da distância entre os navios e posterior passagem de dados ao Sistema Central de Fogo.
O verde também poderia ser uma cor adequada, se tivesse a sua adequação ao Mediterrâneo.
Talvez seja por isso que o USS Port Royal use a cor azul na parte inferior, ainda mais fazendo parte da Frota do Pacífico.
O telêmetro do Graf Spee.
Sistema de telêmetros a bordo do Idaho.
Talvez seja por essa vertente que se explique as variadas formas de pintura e camuflagem dos navios italianos.
Abs.
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Seria entao por conta das limpidas areas do mediterraneo?
Assim verde e azul destacariam menos do que vermelho em pequenas profundidades e vistos ao longe.
Ou eram estas cores caracteristicas do material anti-corrosivo??
Seria entao por conta das limpidas areas do mediterraneo?
Assim verde e azul destacariam menos do que vermelho em pequenas profundidades e vistos ao longe.
Ou eram estas cores caracteristicas do material anti-corrosivo??
Não acho que o verde do casco tenha qualquer relação com a camuflagem, a cor foi apenas decorrência da fórmula usada no anti fouling.
Nada posso afirmar quanto aos navios italianos e talvez não seja o caso, mas os submarinos da Royal Navy operando a partir de Malta em 1940 foram pintado de azul escuro, " to reduce submerged visibility to aircraft."
https://en.wikipedia.org/wiki/Ship_camouflage
No Warship Profile #16, sobre o submarino HMS Upholder, consta a seguinte observação: "Mediterranean Blue color adopted by all boats of the Tenth Submarine Flotilla which operated from Lazaretto, Malta. In glassy calm conditions the shape of a patrolling submarine could be sighted at depths of up to one hundred feet by enemy reconnaissance aircarft".
Ainda os submarinos:
"PB10 was a special dark blue that Mediterranean station submarines had started to use in 1940 and by mid 1942 the camouflage section had formally incorporated it into the color range. The dark blue was believed to be especially effective in the shallow waters of the Mediterranean, where aircraft could spot submarines down to one hundred feet below the surface if they were painted in the overall green (MS3) scheme that many Home Fleet submarines wore."
Alan Raven
The Development of Naval Camouflage 1914-1945 - Part III - British Camouflage in World War II
http://www.shipcamouflage.com/3_6.htm
Nada posso afirmar quanto aos navios italianos e talvez não seja o caso, mas os submarinos da Royal Navy operando a partir de Malta em 1940 foram pintado de azul escuro, " to reduce submerged visibility to aircraft."
https://en.wikipedia.org/wiki/Ship_camouflage
No Warship Profile #16, sobre o submarino HMS Upholder, consta a seguinte observação: "Mediterranean Blue color adopted by all boats of the Tenth Submarine Flotilla which operated from Lazaretto, Malta. In glassy calm conditions the shape of a patrolling submarine could be sighted at depths of up to one hundred feet by enemy reconnaissance aircarft".
Ainda os submarinos:
"PB10 was a special dark blue that Mediterranean station submarines had started to use in 1940 and by mid 1942 the camouflage section had formally incorporated it into the color range. The dark blue was believed to be especially effective in the shallow waters of the Mediterranean, where aircraft could spot submarines down to one hundred feet below the surface if they were painted in the overall green (MS3) scheme that many Home Fleet submarines wore."
Alan Raven
The Development of Naval Camouflage 1914-1945 - Part III - British Camouflage in World War II
http://www.shipcamouflage.com/3_6.htm
paulors, aproveitando o teu aumento de interesse, passando aos submarinos, fui para o lado da camuflagem pura e simplesmente e encontrei o texto abaixo:
British Royal Navy cruiser painted with a camouflage scheme
sails through the Dardanelles in 1915.
Unlike static artillery positions that could be camouflaged to merge with their landscape, battleships were large objects moving against an ever-changing seascape. Disruptive patterning was therefore the best form of naval camouflage, helping to break up the profile of a ship. Lieutenant Commander Norman Wilkinson, a marine artist, took this concept a step further when he devised ‘dazzle camouflage’, an extravagant form of disruptive patterning. Based on his own sailing experience, he knew that shades of grey or blue were not effective enough.
Seeing it from the point of view of the submarine commander,
the camouflage pattern had to distort the very shape and progress
of the vessel; ‘The primary object of this scheme … was not so much
to cause the enemy to miss his shot when actually in firing position,
but to mislead him, when the ship was first sighted, as to the correct
position to take up … consequently making it a matter of difficulty
for a submarine to decide on the exact course of the vessel to be
attacked.’
in Book of Camouflage.
Vemos, portanto, mais um elemento para alterar-se a cor de fundo do casco.