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BBC

11/10/2016 08h26 - Atualizado em 11/10/2016 08h26

Hitler tomou decisões sob efeito de cocaína, diz autor de livro sobre drogas na Alemanha nazista

Em seus discuros, porém, líder nazista pregava abstinência sexual e alimentar

 
Hitler faz saudação nazista durante festa do partido [Foto: Corbis)Hitler faz saudação nazista durante festa do partido (Foto: Corbis)
 

O líder nazista, Adolf Hitler, usava drogas como cocaína, heroína, metanfetamina e morfina, segundo Norman Ohler, autor do livro sobre o abuso de estimulantes no Terceiro Reich.

No início, o Fuhrer injetava vitaminas para se sentir mais disposto, passando para esteroides e hormônios para curar doenças, até chegar ao uso de cocaína e um derivado de heroína. Segundo Ohler, algumas decisões foram tomadas quando o líder nazista estava sob efeito da cocaína.

"Hitler usava drogas para manter as convicções que ele criou quando já estava sob efeito de drogas. Chegou a um ponto de evasão da realidade que suas ilusões de tomar o mundo inteiro foram escancaradas e mostradas como eram, meras ilusões completamente fora da realidade", disse Ohler à BBC.

O livro de Ohler, Blitzed, foi publicado no ano passado na Alemanha, onde virou best-seller, e já foi traduzido para 18 idiomas. As descobertas de Ohler se baseiam em arquivos históricos encontrados por ele em Berlim, sobretudo diários do médico pessoal de Hitler, Theodor Morell. Ian Kershaw, historiador britânico considerado uma das maiores autoridades em Alemanha Nazista, elogiou o livro.

Segundo Ohler, em 1935 Hitler conheceu Morell, que lhe receitou vitaminas para se sentir melhor e evitar resfriados. Durante batalhas contra a Rússia, em 1941, Hitler ficou doente e isso causou uma agitação no quartel-general nazista, já que o Fuhrer jamais adoecia e se mostrava sempre enérgico.

Desconfiado dos generais que tomaram o comando da guerra em sua ausência, Hitler pediu a Morell algo que o levaria de volta à sala de operações, e pela primeira vez o Fuhrer tomou hormônios, esteroides e até abstratos de fígado de porco, injetados em seu braço. Funcionou, e assim ele se manteve até o próximo estágio de dependência, em 1943.

Fim de guerra e descontroleO líder fascista italiano Benito Mussolini queria abandonar o eixo do mal da Segunda Guerra Mundial e isso estava deprimindo Hitler. Diante do desespero do Fuhrer, Morell lhe deu uma dose de uma droga, parente farmacológico da heroína, antes de uma reunião com Mussolini em julho de 1943. Hitler falou euforicamente durante toda a reunião e Mussolini não disse uma palavra.

"Começou a ficar um pouco constrangedor porque naquela reunião ele realmente estava louco. Em reuniões com generais que estavam deprimidos ou no mínimo preocupados com o curso da guerra, Hitler chegava completamente eufórico dizendo que o conflito terminaria bem para a Alemanha", conta Ohler.

De acordo com o autor, é possível até observar efeitos da abstinência em vídeos mais próximos do final da Segunda Guerra, quando o acesso a drogas era mais restrito e Hitler tremia durante os discursos.

O uso de drogas não afetou apenas seu sistema motor, mas decisões estratégicas. Ohler afirma no livro que a Batalha das Ardenas foi arquitetada e comandada quando Hitler estava sob efeito de cocaína. Trata-se da contraofensiva alemã lançada no final de 1944, sua última grande cartada. A operação foi planejada em segredo com o objetivo de forçar os países aliados a negociar um tratado de paz, mas a superioridade aérea dos aliados massacrou as tropas nazistas.

"Ele estava completamente drogado e fora da realidade quando deu aquela ordem, não falou com ninguém sobre aquela 'ideia fantástica' e seus generais simplesmente não conseguiam acreditar naquela ofensiva sem sentido que custou milhares de vidas. Ele estava confiante de que aquela última ofensiva traria vitória à Alemanha" diz Ohler.

Ironicamente, Hitler pregava vários tipos de abstinência, inclusive a sexual. Também não bebia café, aboliu a carne de sua alimentação e dizia que "quanto mais um homem sobe na vida, mais precisa se abster".

Dependentes químicos eram enviados a campos de concentração e o uso de drogas era associado aos judeus. Ao mesmo tempo, no Exército havia o "Decreto de Estimulantes" que distribuía sistematicamente metanfetamina entre os soldados antes das batalhas.

 
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Achei um tanto sensacionalista o título da matéria


Vale lembrar que nos anos 40 os médicos receitavam para varias coisas, inclusive um lider americano reza a lenda estava sob o efeito da mesma quando declarou guerra ao eixo.

Bom dia.

Grandes historiadores, ingleses, alemães, americanos, que  penetraram nas entranhas do Reich dos Mil Anos, em momento algum, escreveram sobre o hábito do uso de drogas pelo líder nazista, como uma forma de viciação.

Que ele usava medicamentos receitados por seus médicos isso é inegável. Mas quem de nós, nos tempos de hoje, não faz uso de medicamentos, nem que seja uma singela aspirina...

 

Quando o laboratório Temmler Werke de Berlím, em 1938, lançou o famoso Pervitin, baseado na metanfetamina, Otto Ranke, fisiologista e membro da SA, como diretor da Academia Médica Militar e do Instituto Geral e de Fisiologia Militar, viu as possibilidades de, através dessa medicação, manter as tropas no fronte, de pilotos a infantes mais alertas, dispostos, excitados. Era, para ele, o fármaco ideal para tropas combatentes.

Em Setembro de 1939, Ranke já havia feito testes com droga aplicada em estudantes universitários voluntários e que foram capazes de alcançar rendimento acadêmico e desportivo impressionantes, apesar de dormiram menos tempo que o habitual. Ranke, porém, não pode ou não o quis fazer, estudos sobre os efeitos da droga a longo prazo.

Assim que soube dos primeiros resultados, o OKW alemão distribuiu milhões de comprimidos às tropas da linha de frente, onde ganhou o apelido de "Panzerschokolade" (panzer de chocolate).

O Pervitin, na minha época de jovem, era um grande problema da polícia no combate às drogas, sendo, inclusive, utilizado por estudantes universitários para enfrentarem as provas de final de ano.

 

Logo, alertados pelos informes da inteligência militar, os ingleses começaram a fornecer também anfetaminas a determinados oficiais e soldados para ficarem alertas, em determinadas condições.

Em 1941, anfetaminas foram fornecidas a submarinistas e tripulantes de aeronaves em longas e exaustivas missões, o que se acentuou a partir de 1942, onde a droga visava não apenas manter os tripulantes alertas e vigilantes, mas também aumentarem a sua motivação e concentração.

Ao contrário da Wehrmacht, as anfetaminas no exército britânico visava mais manter o espírito combativo e a moral em alta.

O General Montgomery solicitou o envio de grandes quantidades de anfetaminas durante o cerco de El Alamein. As instruções, em Novembro de 1942, no Oriente Médio, eram de que os oficiais deviam tomar até 20 mg/dia durante cinco dias, uma dosagem, sob quaisquer circunstâncias, muito alta.

Um informe do Ministério do Ar britânico emitido em 1943 revelava que o Alto Comando tinha conhecimento dos efeitos negativos das anfetaminas.

 

As forças armadas americanas também fizeram estudos sobre os efeitos das anfetaminas. Logo, todas as tropas americanas na Europa e Pacífico estavam tendo a droga a disposição.

Em fevereiro de 1943, foi anunciada a disponibilidade de comprimidos de Benzedrina 5 mg. O General Eisenhower ordenou imediatamente meio milhão de comprimidos para as tropas no norte de África. A partir desse momento, a Benzedrina foi utilizada indiscriminadamente entre as forças americanas de terra, mar e ar, convertendo-se no maior usuário de um produto baseado em anfetaminas.

Pelo que foi publicado até hoje, todas as tropas envolvidas na Segunda Guerra, inclusive soviéticas, utilizaram-se de drogas estimulantes. Portanto, esse tipo de droga, sem estudos do seu uso a longo prazo, eram vistas como "maravilha moderna" e sem contraindicação.

Se as tropas utilizavam-se, por que não os líderes?

 

Já a colocação do BIGBAG é pertinente, pois a farmacologia médica tem inúmeros casos onde drogas das mais variadas origens, heroína, cocaína, haxixe, maconha, foram ministradas em doses homeopáticas, na esteira de tratamentos para distúrbios os mais variados, em geral, na área neurológica e cardíaca. O próprio presidente Kennedy tomava, periodicamente, medicamentos receitados muito fortes em virtude das suas dores na coluna, resquícios da sua participação na II Guerra. E ninguém cogitou sequer da sua impossibilidade de assumir o cargo.

O próprio mercúrio, associado de forma indelével aos fatos horrorosos da baía de Minamata, Japão, foi utilizado até a metade do século passado como medicamento para problemas dermatológicos, doenças venéreas, tracoma e doenças crônicas e agudas através de pomadas e pílulas de calomelano.

 

Por outro lado, pobreza de decisões estratégicas e táticas e complexo de perseguição nunca foi privilegio do cabo da Boêmia, com ou sem medicamentos na cuca. Stalin, nas inúmeras biografias escritas, apresentava surtos psicóticos que acabaram gerando os famigerados expurgos da sua ditadura, inclusive o expurgo branco, após a guerra, do seu maior marechal, Zhukov.

E, não, Rogério, não defendo nenhum ditador, seja a cor ou inclinação política que tenha. Apenas detesto autores de meias-verdades.

 

Abs e um bom feriado para nós e nossas famílias.

parabens Artemius excelente explanação sobre o tema drogas ,conflitos bélicos e politica. Reduzir as atitudes e os acontecimentos da II Guerra  a cheirada e a bolada de determinado lider é reducionismo barato.Li o livro de Ian Kershaw sobre Hitler e muitos deveriam ler e tirar as suas conclusões,nunca se tratou da cruzada de um homem louco contra os sãos e sim todo um esquema politico e economico perverso e complexo.A Alemanha que esperava seu messias o teve e ele deu a ela cheirado ou fumado o que ela queria.

somente  para complementar  o estadista americana foi o roosevelt, que inclusive  passava por varias crises de sinusite  e que  era necessario  o uso  de cocaina na forma de gotas ou  aplicações nas fossas  nasais...para desobstruir as vias nasais (tem açao constritora dos vasos das mucosas,  ..era um  dos poucos  medicamentos  usados na epoca para tratamentos......anfetaminas  ainda são usadas  e  conhecidas  como rebites para perder o sono e  muito usado  em transportes de  caminhões para não  dormir e  poder  entregar  cargas dentro  de  prazo exiguo...plastiresiabços paulo r  morgado - sp - sp 

De tempos em tempos surgem conversas sobre Hitler...muito sensacionalismo. Gostei da matéria do Artemius, devemos ver a situação no contexto histórico.

Mas o que acho surpreendente é o quanto se fala desse monstro; assunto recorrente em revistas. É só olhar em banca de jornal.

Temos uma atração mórbida pelo mal.

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