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Kawanishi H8K

 

  AVIÕES
  Kawanishi H8K
     "Emily"
 
Resultado de um requerimento da Marinha Imperial Japonesa de 1938, o H8K, cujas especificaÇÕes se baseavam em uma aeronave com desempenho superior ao Short Sunderland britânico, entraria em serviÇo para substituir o hidroavião H6K (tambÉm fabricado pela Kawanishi).

Apesar de ser considerado quase unanimemente como o melhor hidroavião da Segunda Guerra Mundial, o Kawanishi H8K teve um inÍcio de carreira meio conturbado.

O primeiro protÓtipo, testado em Janeiro de 1941, apresentou sÉrios problemas de manobrabilidade na Água. A parte traseira do casco afundava demais quando o nariz se elevava durante a decolagem, jogando um spray de Água nas asas e nos propulsores, tornando a aeronave instÁvel.
AlteraÇÕes foram aplicadas, sendo a maior delas o redesenho do casco, com o alongamento da parte traseira da fuselagem, resolvendo adequadamente  os problemas verificados na primeira aeronave.

Os militares da Marinha Imperial ficaram satisfeitos com a performance obtida, autorizando um contrato de produÇão.

Em contraste com o padrão das aeronaves japonesas da Segunda Guerra, o H8K contava com blindagem, tanto para a tripulaÇão, como para os tanques internos (que tambÉm eram revestidos com material auto-selante e possuÍam um sistema anti-incÊndio).
O poderoso hidroavião, projetado para longas patrulhas sobre os mares, deveria ter um grande alcance. Os engenheiros japoneses resolveram isto instalando oito pequenos tanques não blindados de combustÍvel nas asas, alÉm dos seis tanques protegidos no interior da fuselagem. Esta configuraÇão, lhe dava capacidade para decolar carregado com mais de 14 mil litros de gasolina, proporcionando uma autonomia de atÉ 8.300 quilÔmetros. Os tanques eram interligados e em caso de avaria, o combustÍvel podia ser bombeado entre eles.

No quesito armamento defensivo, a aeronave tambÉm estava em um patamar muito acima do padrão japonÊs. Cinco canhÕes de 20 mm e mais trÊs metralhadoras de 7,7 mm deveriam proporcionar uma grande barragem de fogo contra eventuais ataques inimigos. Nos modelos de sÉrie as armas foram reduzidas para dois canhÕes e quatro metralhadoras, que ainda lhe davam uma considerÁvel proteÇão.

Como armamento ofensivo, o avião podia carregar dois torpedos e atÉ 2 toneladas de bombas ou cargas de profundidade.
Para impulsionar o grande "Porco Espinho" (apelido dado pelos pilotos aliados, pois o avião era muito difÍcil de ser derrubado), quatro motores radiais Mitsubishi Kasei 22 de 1.850 hp (no modelo H8K 2 M 12) movimentando hÉlices quadripÁs, foram alojados em suas asas.

No papel de reconhecedor marÍtimo, o "Emily" se provou uma aeronave bastante versÁtil e eficaz. Longo raio de aÇão, blindagens, grande velocidade e bom armamento defensivo lhe proporcionaram a reputaÇão de ser "um pÁssaro dificil de se abater" entre os aviadores aliados.

Embora concebido como um avião de patrulha de longo alcance marÍtimo,  sua primeira missão de combate foi, na verdade, um bombardeio a Pearl Harbor, no HavaÍ. Em uma missão de longo raio de aÇão, dois aviÕes do "Kokutai" de Yokohama, baseados nas Ilhas Marshall, decolaram 4 em MarÇo de 1942. Eles foram reabastecidos por um submarino no meio do caminho e seguiram para Oahu, onde nuvens baixas e pesadas frustaram a precisão do bombardeio. Apenas campos foram alvejados, sem vÍtimas.

Um segundo ataque durante a batalha de Midway teve que ser cancelado porque o ponto de reabastecimento estava repleto de belonaves aliadas.
Durante o restante do conflito, o H8K foi utilizado como avião de reconhecimento de longo alcance, papel para o qual foi projetado originalmente e em que se destacava. Sua alta velocidade permitiu-lhe escapar de muitos caÇas aliados e suas blindagens e tanques de combustÍvel auto-vedantes lhe davam a maiores possibilidades de sobreviver a um ataque.

No final da guerra, foram produzidas variantes de transporte (com menos armamento defensivo e menor capacidade de combustÍvel), alojando atÉ 64 militares em dois pisos. TambÉm foram fabricadas aeronaves equipadas com radar e alguns modelos dotados de flutuadores de asa retrÁteis.
Um Emily preservado no Japão
O H8K foi o melhor hidroavião do mundo durante a Segunda Guerra Mundial, e conservou este posto atÉ muitos anos apÓs o conflito. Era pelo 160 km/h mais rÁpido que o Catalina americano e um pouco maior que o Short Sunderland britânico (cujas linhas foram a inspiraÇão para o seu projeto), mas com pelo menos 2.400 hp a mais de potÊncia, 120 km/h mais rÁpido e muito melhor armado.
 
Entrentanto, os aliados produziram muito mais de seus hidroaviÕes do que os japoneses. Cerca de 750 Sunderlands e mais de 3.200 Catalinas foram fabricados, contra apenas 167 H8K que saÍram da fÁbrica da Kawanishi.
 
EspecificaÇÕes (Kawanishi H8K2)
 
Classe: Reconhecedor Naval de Longo Alcance
 
TripulaÇão........................... 10 homens
Comprimento.......................... 28,15 m 
Envergadura.......................... 38,00 m.
Altura...............................  9,15 m.
Peso vazio........................... 18.380 kg.
Peso Carregado....................... 24.500 kg.
Velocidade mÁxima.................... 465 km./h.
Teto de serviÇo...................... 8.770 m.
Alcance Normal....................... 7.150 Km.
 
Motor:
4 Mitsubishi Kasei 22 Radiais de 14 cilindros (1.850 hp)
 
Armamento:
AtÉ 5 Metralhadoras Type 97 de 7,7 mm.
AtÉ 5 CanhÕes Type 99 de 20 mm.
2 Torpedos
AtÉ 2.000 quilos de bombas ou cargas de profundidade
 
VÍdeo: Kawanishi H8K2 Emily
 
 
Fontes:
Livro: Combat Aircraft of World War Two (Bill Gunston)
Original Post

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Originally Posted by paulors:

Bacana essa pesquisa! 

 

Tenho alguns deles na 1/700, junto com um par de Mavis, para povoar um projeto futuro.

 

 

 

Interessante, não sabia da existência desse navio procurei na net e achei este review.Como já conheço o seu trabalho certamente irá ficar uma obra prima.Boa empreitada! 

se quiser montar na 1/144 indico ...

 

 

Originally Posted by Ayres:

Por ser uma grande ilha, realmente 167 foi um número muito pequeno.

Pelo tamanho da aeronave deve-se considerar a logística operacional e de manutenção. Aí a coisa complica.

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