Eu vou dar a minha opinião pessoal (única, intransferível e personalíssima) sobre isto.
Penso que quando os cidadãos do Paraná (somente para citar um exemplo e ilustrar o meu raciocínio) se lembram que o IPVA dos veículos deles é mais barato do que o IPVA dos cidadãos de São Paulo, eles devem se sentir muito bem "protegidos" pelo seu governo. Quero dizer, eles devem se sentir "com sorte" , sei lá....por que o Governo deles faz com que eles paguem menos imposto para possuir um veículo. E devem dar graças a Deus por residirem no PR ao invés de SP onde pagariam muito mais imposto sobre esta propriedade.
Ocorre que, divergências fiscais entre os estados (no intuito de estimularem o desenvolvimento) deram origem ao que se chama "Guerra Fiscal" (http://brasilescola.uol.com.br...ia/guerra-fiscal.htm) e isto infelizmente traz prejuízos para alguns cidadãos e lucro para outros. Isto é errado, no meu entendimento, do ponto de vista que (ainda neste exemplo) um cidadão do PR que venda um produto a um cidadão paulista tenha menores custos neste processo do que um paulista teria para vender um produto a um cidadão paranaense.
O assunto é complexo, mas que o cenário já É ERRADO e gera prejuízos para os estados onde o imposto é maior, isto é fato. Um estado não quer diminuir seus impostos e o outro os abaixa para conseguir vantagens fiscais e se desenvolver. A receita já começa errado e chega uma hora que o Governo Federal já tardiamente tem que tomar uma atitude para, ao menos, minimizar esta "Guerra Fiscal" e promover um desenvolvimento (com consequente geração de recursos de impostos - Governo algum governa e exite sem isto) se não igualitário, pelo menos com uma distorção menor.
Qualquer lei que venha para diminuir as diferenças entre os impostos interestaduais é bem vinda no meu entendimento. Sabe-se que uma grande montadora de automóveis não iria se instalar lá na Bahia, se os impostos de lá fossem iguais aos de São Paulo, onde os canais de distribuição e de suprimentos são mais abundantes. Isto é apenas um exemplo do que a Guerra Fiscal é capaz de fazer. Não que isto não seja bom, a Bahia é um estado lindo e que merece também se desenvolver e prosperar. Não quero dizer absolutamente nada contra isto. O que eu quero dizer é que tal montadora se instalar lá SOMENTE por conta de incentivos fiscais é que está errado. E já estou concluindo agora o meu raciocínio, vocês entenderão.
A montadora se instala la POR CONTA DE INCENTIVOS FISCAIS. Ela deixará de pagar o ICMS que NORMALMENTE o estado da Bahia cobraria. Caso contrário, ela não se instala lá.
Só que o Governo da Bahia, e os municípios "presenteados" pela instalação da montadora de veículos DEIXARÁ DE RECEBER RECURSOS que poderiam ser utilizados na educação, na saúde, na segurança, dos cidadãos da Bahia.
Entendem o que a tal Guerra Fiscal faz ?
Ela beneficia a montadora de veículos, que tem como único incentivo a cobrança menor de impostos diversos, inclusos aí o ICMS, principal gerador de recursos governamentais. A tal Guerra Fiscal não beneficia ninguém, apenas as indústrias. Que deixam de pagar impostos "como incentivo" para se instalar em determinado estado do país.
Esta divergência, esta discrepância é nociva para todo o país.
Então....finalizando a minha opinião.....qualquer lei que possa "equilibrar" a retenção de recursos quando da transação entre os estados (os dois ganham, não apenas um - os dois estados retém impostos...tipo metade-metade ou algo do gênero) eu acho válida.
Ninguém gosta de pagar imposto (eu incluso, mas somente porque sabemos que ele é mal administrado, mal investido) mas tudo o que temos como cidadãos (segurança, educação, lazer, transporte, saúde) é pago com nossos impostos. Muitos dirão que temos impostos demais. Concordo 100%. Só que muitos concordarão também que precisamos de uma reforma fiscal que corrija distorções. Uma melhor distribuição e ajustes das distorções são bem vindas. Para que todos os estados possam se desenvolver de forma justa.
Repetindo...opinião minha. Pessoal, sobre o assunto.
Abraço a todos, bom final de semana.