Originally Posted by Rogério Araujo:
Originally Posted by artemius111:
Não quero ser chato, desmancha-prazeres, mas parte do que acontece hoje no sistema tributário brasileiro, é causado por nós mesmos, quando buscamos os mais variados tipos de artimanhas para escaparmos daquilo que se chama imposto, muitas ao arrepio da lei.
Inúmeras vezes, preparo postagens e quando vou publicar, retiro a metade pois são coisas que podem se voltar contra mim. E não são coisas ilegais.
Quando vejo companheiros de Fórum garganteando que recebeu kits sem pagar impostos, que ficou isento, que arrumou um jeitinho novo, fico me perguntando se eles acham que não tem fiscal da RF plastimodelista ou circulando nas nossas páginas?
Anos atrás, a RF autuou, no interior de S.Paulo, inúmeras pessoas que não declaravam renda e moravam em enormes casas. Será que essa pessoas não sabiam que a RF tem helicópteros justamente para essas verificações aéreas, como as que fizeram também nos condomínios de luxo da costa gaúcha?
Eles também circulam pelas páginas sociais, pelas notícias econômicas, pelos extratos de cartão de crédito.
Por isso... menos, amigos, menos.
Abs.
Compreendo que a RF tem seu papel e eles são obrigados a cumprir a lei. Faz parte do sistema.
Mas nem sempre o que é legal é justo ou preza o bom senso. Nossas leis, não raro são absurdas (ex. estatuto do desarmamento) e ou mal redigidas, talvez até propositalmente, muitas carecem de interpretações ou são contestadas por ADIN's no STF e ao lá chegar, para espanto geral o tribunal fica dividido, sem consenso e dá decisões apertadas.
Outras são vagas e dão poderes a órgãos públicos de regulamenta-las por meio de portarias o que dá poder demais a burocratas sem qualquer representatividade, já que não foram eleitos pela população.
Por outro lado já temos uma carga tributária absurda, que penaliza os mais pobres pois encarece em demasia os bens de consumo. Quem é muito rico não é muito afetado ao pagar R$3.500 por um IPHONE, mas quem é pobre simplesmente não pode comprar.
Se querem que o povão não importe produtos da China pelos Correios, baixem os impostos dos importados legalmente e ou dos produtos nacionais. Tenho certeza que todos vão preferir comprar no mercado interno do que ficar esperando 60 dias pelos Correios.
O fato de todos quererem importar pelos Correios me parece um sintoma grave. Sintoma de um Estado que não é nada amigável com o livre mercado e por isto pagamos muito caro, por muito pouco.
Caro Rogério, boa noite.
Sem querer criar mais polêmica, vamos, por partes, aos fatos. E na minha opinião.
No primeiro des(governo) do partidão, enquanto as pessoas falavam dos industriais que iam embora para Miami, da vida que ficaria insuportavelmente cara e outras coisa do gênero, eu dizia a quem quisesse ouvir, que o aparelhamento do estado brasileiro é que seria o mais preocupante para o nosso futuro.
Mas, brasileiro sempre só se preocupou com o imediato, com o agora.
Digamos, de saída, que o nível do judiciário brasileiro é triste, errático, desprovido, com as devidas e claras exceções, de saber jurídico para exercer as suas funções.
As nossas leis espelham apenas essa pobreza jurídica.
E quem as APLICAM também espelham um processo educativo miserável e disforme.
Veja bem: APLICAM, não INTERPRETAM a lei. Para a esmagadora maioria do nosso judiciário, interpretar é algo perigoso pois equivale a se comprometer, a assumir responsabilidades, a criar jurisprudências e isso, meu amigo, a maioria não quer. No fim do mês, o salário é o mesmo...
Posto isso, hoje, tantos anos após a primeira eleição, temos, entre tantas outras coisas "ajeitadas" pelas nossas atuais "lideranças", um STF carregando verdadeiros acintes ao bom exercício jurídico. Tem um ministro que a sua maior glória profissional foi ter sido oficial de gabinete de determinado ministro. Seus votos são hilários, causando constrangimento, até aos leigos, que percebem a sua limitação jurídica. Mas é MINISTRO DO STF até morrer.
A última que li dessa corte foi considerar justo os bancos cobrarem juros sobre juros!!!
Foi esse aparelhamento da máquina pública que criou no país uma Nomenklatura, a semelhança da existente nos bons tempos de Stalin, aliás modelo para as nossas diferentes ideias de aparelhamento estatal. É só ler 4-5 livros sobre o Monstro da Geórgia e você identifica os plano de voo do brasil.
Ela faz seus próprios salários, seus benefícios, inclusive de RF, seus "dereitos" e considera você, eu, nossos companheiros de Fórum seus empregados, suas vaquinhas para serem ordenhadas a seu bel-prazer.
Nesse plano de voo à la Stalin, o que se constata é que o segundo e terceiro escalão é quem manda realmente no país. Aqui, os partidos espertos não querem ministros. Querem cargos abaixo, pois é ali que corre o dinheiro, a corrupção, os favorecimentos, as negociatas, os cartões corporativos, é onde está realmente o poder do executivo.
Quanto a carga tributária, ela é infernal no mundo inteiro (veja o escândalo do ramo suíço do HSBC). E o brasil está, para gáudio da sua Nomenklatura, que quase não paga nada, no topo.
Os problemas do brasil passam, fundamentalmente, pela base, pela natureza do seu povo e dos que aqui aportaram. Leia, sem falta, Bandeirantes e Pioneiros, do excelente Vianna Moog e terá uma visão comparativa dos Estados Unidos e do brasil e do porque estamos tão distantes dos nossos irmãos do norte.
Continuando...
Lembro-me, anos atrás, décadas até, que haviam pessoas, membros da Nomenklatura de antanho, que enchiam a boca para dizer que o país desenvolvia-se, crescia, queimando etapas, pulando etapas.
O resultado?
O atual estágio das instituições públicas e privadas, da economia em geral, da educação do povo, enfim de toda a base do país.
Criou-se um país sem conhecimento do que seja ética e moral, valores, senso de dever, dever social, vida em família.
Estimulou-se uma inclinação comum desse povo para a irresponsabilidade, o desleixo, a fraude, a preguiça, com afrouxamento das leis, com o levar-se vantagem em tudo, com o desvirtuamento canalha de uma coisa chamada justiça social, com estímulos pecuniários para garantir votos e por aí afora.
Essa inclinação popular me é lembrada quando um presidente do brasil falou que tinha chegado até ali sem estudar. E muitos acreditaram nisso e seguiram o seu exemplo. Hoje ele está bilionário e eles estão começando a engrossar as filas dos SINES da vida, vendo suas chances de conseguir um emprego, não um serviço, minguando cada vez mais.
Agora, Rogério, vendo pelo lado do (des)governo, e de todos nós com conhecimento de uma coisa chamada economia, baixar impostos para se importar kits de plastimodelismo, lampadinhas de Natal, fraldas absorventes, relógios de R$12,00, pode parecer um caminho normal mas nos empurraria para uma desindustrialização sem volta.
A Argentina fez isso nos (des)governos militares e não tem mais nenhum poder industrial. Sobrevive e mal de produtos agrícolas e carne.
Sabe, Rogério, o brasileiro precisa, o quanto antes, aprender duas coisas:
Primeira - O brasil ESTÁ QUEBRADO.
Segunda - SEM SACRIFÍCIO NÃO SE CONSEGUE NADA, PRINCIPALMENTE AQUI.
Um forte abraço e um ótimo fim de semana ao amigo e família.