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É o primeiro contrato da área militar do governo Bolsonaro; acordo prevê que os navios de guerra sejam construídos em Santa Catarina

 

Roberto Godoy, O Estado de S. Paulo

04 de março de 2020 | 05h00

A Marinha do Brasil formaliza amanhã o contrato de R$ 9,1 bilhões da compra de quatro avançadas fragatas da nova classe Tamandaré. É o primeiro contrato da área militar do governo Jair Bolsonaro. Os navios serão construídos em Santa Catarina, nos estaleiros Oceana, de Itajaí, por meio do consórcio Águas Azuis, formado por três empresas: a alemã Thyssenkrupp Marine System, associada com as brasileiras Atech e Embraer Defesa e Segurança. A primeira fragata será entregue em 2024 e a última em 2028.

A cerimônia de assinatura será um evento técnico, no Arsenal do Rio de Janeiro. A próxima etapa é dedicada à elaboração do projeto executivo e vai exigir um ano de adequações e estudos antes do início da construção da flotilha. A Marinha considerou até o segundo semestre de 2019 a produção de corvetas, embarcações mais leves e com menor poder de fogo. Entretanto, o projeto ganhou dimensões decorrentes da aplicação como unidades de escolta, vigilância do mar e controle de área. Ontem, o comando da força decidiu que os navios passam a ser designados como fragatas. A plataforma de referência é a família Meko A100, da Thyssenkrupp, com alterações.

São máquinas de guerra sofisticadas, lançadoras de mísseis e torpedos pesados. Incorporam recursos stealth, de redução de visibilidade ao radar, no desenho e no revestimento. Deslocam cerca de 3.500 toneladas e medem 107 metros. Levam apenas 136 tripulantes, mais um helicóptero, capaz de realizar operações antissubmarino, e um drone, veículo não tripulado de uma nova geração, com capacidade para pouso e decolagem verticais. 

fragatas mb

Os mísseis antiaéreos Sea Ceptor, com 25 km de alcance, são disparados por lançadores verticais. Os mísseis antinavio do tipo Exocet, europeus, e os nacionais Mansup, atualmente na campanha final de testes, tem alcance entre 70 km e 180 km. Os recursos de precisão permitem que possam ser dirigidos também contra outros alvos – instalações em terra, por exemplo. Ambos os tipos, carregando ogivas de 180 kg de explosivos de alto rendimento, utilizam o mesmo sistema de lançamento. 

Não é só. As novas fragatas tem dois canhões de tiro rápido e duas lanchas de casco semirrígido em compartimento interno. Servem para levar grupos de forças especiais em missão de abordagem ou desembarque furtivo. Para defesa próxima há duas metralhadoras .50 a bombordo (lado esquerdo) e estibordo (lado direito). Torpedos pesados de 533 mm com raio de ação de 50 km e 250 kg de carga explosiva, completam o arsenal de bordo.

A força de fragatas atualmente em uso tem cerca de 40 anos. São da classe Niterói, de 3,2 mil toneladas, compradas no Reino Unido durante o governo do general Ernesto Geisel, e modernizadas ao menos duas vezes nesse período. O envelhecimento do grupo é um problema para a defesa dos 5,7 milhões de km² no Atlântico Sul que a Marinha chama de Amazônia Azul.

https://politica.estadao.com.b...-bilhoes,70003219044

https://en.wikipedia.org/wiki/MEKO

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Paulo, não sei se é o tipo de embarcação mais necessário, no momento, para o controle e salvaguardas da nossa costa.

O meu pensamento sempre foi de que precisamos urgentemente de uma Guarda Costeira, com navios adequados para resgaste, salvamento e fiscalização, com armamentos compatíveis e sem tecnologias exóticos que pouco uso terão.

Essas encomendas controlarão, cada uma, algo em torno de 1,4 milhões de km².

Afora o problema que, se não houver fiscalização externa, esse preço vai parar em R$15, 16 bilhões ou até dobrar de preço.

Bem, quem viver... verá.

"A Marinha considerou até o segundo semestre de 2019 a produção de corvetas, embarcações mais leves e com menor poder de fogo. "

Isto é bobagem. Esta licitação foi encerrada em março de 2019 e as especificações para a tonelagem e dimensão das embarcações é a mesma, desde então. O que acontece é que a Marinha decidiu que não vai mais chama-las de corvetas - como foram chamadas durante todo o processo de licitação - e decidiu denomina-las fragatas.

Não vou entrar no mérito se é uma fragata pequena ou uma corveta grande, mas o fato é que a Marinha não mudou o projeto proposto e aceito em março de 2019 de uma embarcação menor para outra maior, como o jornalista dá a entender.

Sidney

 
artemius111 posted:

Paulo, não sei se é o tipo de embarcação mais necessário, no momento, para o controle e salvaguardas da nossa costa.

O meu pensamento sempre foi de que precisamos urgentemente de uma Guarda Costeira, com navios adequados para resgaste, salvamento e fiscalização, com armamentos compatíveis e sem tecnologias exóticos que pouco uso terão.

 

Meu caro Artemius,

Esse sempre foi o meu pensamento. O Brasil é um país com carências monstruosas em áreas sensíveis como educação, saúde, segurança e infraestrutura. É um país com administração pública obesa e ineficiente, que consome quase todos os impostos e pouco dá em troca. Em suma, antes de mais nada é preciso usar bem o pouco que sobra ao final da bagunça.

Em vez de gastar grana com porta-aviões, submarinos nucleares e outras bobagens, que nada de prático acrescentam, o ideal seria concentrar em navios menores, como barcos e aeronaves de patrulha, transportes de pessoal e material e helicópteros, coisas que teriam emprego intenso e mais próximos das necessidades dos contribuintes e da segurança de nosso litoral.

Triste ver dois porta-aviões, um atrás do outro, enferrujando aqui no Rio de Janeiro, sem contribuir em nada para o crescimento do país. Dois elefantes (ou dinossauros) brancos, que só serviram para dar a impressão de que isso aqui era sério. Ou os tão falados submarinos, que antes do lançamento ao mar já estavam navegando nas águas turvas da Lava Jato, enriquecendo alguns espertalhões travestidos de patriotas e defensores da pátria.

[  ]s

 

Sidney posted:

Não vou entrar no mérito se é uma fragata pequena ou uma corveta grande, mas o fato é que a Marinha não mudou o projeto proposto e aceito em março de 2019 de uma embarcação menor para outra maior, como o jornalista dá a entender.

Sidney

 

paulors posted:
artemius111 posted:

Paulo, não sei se é o tipo de embarcação mais necessário, no momento, para o controle e salvaguardas da nossa costa.

O meu pensamento sempre foi de que precisamos urgentemente de uma Guarda Costeira, com navios adequados para resgaste, salvamento e fiscalização, com armamentos compatíveis e sem tecnologias exóticos que pouco uso terão.

 

Meu caro Artemius,

Esse sempre foi o meu pensamento. O Brasil é um país com carências monstruosas em áreas sensíveis como educação, saúde, segurança e infraestrutura. É um país com administração pública obesa e ineficiente, que consome quase todos os impostos e pouco dá em troca. Em suma, antes de mais nada é preciso usar bem o pouco que sobra ao final da bagunça.

Em vez de gastar grana com porta-aviões, submarinos nucleares e outras bobagens, que nada de prático acrescentam, o ideal seria concentrar em navios menores, como barcos e aeronaves de patrulha, transportes de pessoal e material e helicópteros, coisas que teriam emprego intenso e mais próximos das necessidades dos contribuintes e da segurança de nosso litoral.

Triste ver dois porta-aviões, um atrás do outro, enferrujando aqui no Rio de Janeiro, sem contribuir em nada para o crescimento do país. Dois elefantes (ou dinossauros) brancos, que só serviram para dar a impressão de que isso aqui era sério. Ou os tão falados submarinos, que antes do lançamento ao mar já estavam navegando nas águas turvas da Lava Jato, enriquecendo alguns espertalhões travestidos de patriotas e defensores da pátria.

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Tive um cliente que, durante uma fase da sua vida, foi motorista de carreta no Nordeste. Transportava cargas para o Rio, São paulo e até para o RS, quando então via a família.

Outro motorista levava cargas de autopeças para São Paulo e tinha 18 horas para fazer o percurso a partir de Canoas, RS. Chegava lá, descansava algumas horas e botava o Mercedes truck para voltar. Só descansava quando o caminhão fazia manutenção.

Todo esse passeio caríssimo poderia ser feito por uma navegação de cabotagem robusta, dinâmica. E uma Guarda Costeira bem montada, que daria segurança e agilidade a essa alternativa altamente lucrativa e econômica de transporte.

Mas prefere-se navios de guerra...

Em um exemplar da defunta Realidade, na década de 1970, revista para pessoas inteligentes e, por isso, naufragou, ao saber pelo cidadão que lia o jornal e falava com alarme do crescimento do comunismo no mundo de então, o engraxate que executava o seu serviço com arte e primor, disse uma pérola que jamais esqueci: "Não se preocupa não, meu senhor. Deixa esse tal de comunismo vir que arrebentamos com ele."

Fato ocorrido aí na tua cidade.

É, deixa eles virem que nós arrebentamos com eles... sem necessidade de materiais sofisticados nem gastos astronômicos.

Talvez ainda se pense em invasores argentinos...

Enfim...

"Todo esse passeio caríssimo poderia ser feito por uma navegação de cabotagem robusta, dinâmica."

Já tivemos isso aí até as primeiras décadas do século passado. A navegação costeira em nosso litoral era intensa. Meu falecido pai fez várias dessas viagens nas décadas de 30 e 40, do Rio de Janeiro até Manaus, com escalas em um sem número de portos ou para o sul, até Buenos Aires. Idem para as ferrovias. E sem esquecer o transporte fluvial, já que nossa rede hidroviária é pujante.

Aí veio a onda do transporte rodoviário e as opções acima foram sucateadas. Afinal de contas, em tempos de Brasília, de JK e de 50 anos em 5, trens e navios eram coisas de gente e país atrasados. O resultado está aí.

Certo dia, em passeio de carro por um deserto da Califórnia, naquele país atrasado chamado Estados Unidos, tive a oportunidade de estacionar em uma área deserta ao lado de uma passagem de nível. Sentado no lado de for ao carro, saboreando alguns belos sanduíches, fiquei contando os trens que passavam. Um a cada cinco minutos. Cinco locomotivas tracionando 80 a 90 vagões. Carga? Em parte deles containers em carga dupla ("double stack"), duas pilhas de dois em cada vagão. Na outra carretas sem o cavalo mecânico, para distribuição em locais próximos ao destino, onde fariam o trecho final, curto, por rodovia. Ferrovia? Burlington Santa Fé. E esse movimento todo, H24, 7/7, ligando os portos da costa Oeste (Ásia na realidade) ao mercado consumidor do Meio-Oeste e costa Leste. País atrasado é isso aí.

Enquanto isso, para transportar minério (acho que bauxita) de Minas a SP, é necessário passar a carga de um trem para o outro no meio do caminho, já que o transporte envolve ferrovias com diferentes bitolas. Sabe quando os EUA padronizaram sua bitola, da noite para o dia? No século XIX. Com isso o mesmo vagão ia de Chicago a San Francisco sem sustos. E nós aqui.....

[   ]s

Last edited by paulors

Mas, Paulo, esse tipo de raciocínio não é privilégio nosso.

Nas minhas andanças, li o artigo abaixo e não acreditei que esse navio não estivesse já em serviço ativo, pois foi encomendado em 2006 e formalmente comissionado em 2017.

Mas, apenas em fevereiro de 2020, é que ele recebeu autorização para pousos e decolagens.

Tem problemas de propulsão (espero que não seja como as fragatas inglesas que só podem navegar em águas frias), sistemas de radar e elevadores de armamentos (só 4 dos 11 elevadores de armas avançados planejados funcionam como previstos e podem levar mais um ano para atuarem).

O SecNav acusou o fabricante pelos problemas não corrigidos no navio que custou, até agora, $14 bilhões de dólares do contribuinte e adivinhem... foi mandado para casa, ainda mais que a brincadeira de formar uma frota de "apenas" 355 navios nos próximos 30 anos vai ser levada ao Congresso, ainda esse ano.

Ou seja: aqui e lá, a falta de bom senso continua a toldar a razão...

Na boa, se o tópico descambar para a política, vou fecha-lo. Discussões políticas não são bem vindas aqui, por motivos muito bem conhecidos, que determinaram a extinção do Bate Papo. Podem ter certeza que ele não vai se transferir para cá.

Para o momento, apenas editei o tópico anterior.

At.

Sidney

 

 Se for realmente adiante é uma noticia otima para Santa Catarina pois criara empregos,é uma pena que govrenos passados nunca pensaram em reequipar nossa marinha,principalmente com navios construidos em nosso pais.O ultimo grande pulo do gato de construção naval em terra brasilis infelizmente se revelou um grande fiasco.

Achei lindas as embarcações. 

Mas faço coro com os colegas, o Brasil precisa de embarcações para patrulhar nossas águas, e isso demanda quantidade. Não adianta muito 4 fragatas para todas nossas águas.

Seria melhor umas 20 corvetas, menores, mas mais adequadas a patrulhamento.

E se for pra fazer graça, já que estamos comprando Grippens, podiam ligar pra Suécia e encomendar 20 dessas novas corvetas classe Visby deles. 

 

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