Centenário, Romeu Gomes de Oliveira morreu nesta sexta-feira (17).
Ele foi soldado no combate aos 17 anos e era único participante vivo.
Aos 100 anos, o último ex-combatente da Revolução Constitucionalista de 1932, Romeu Gomes de Oliveira, morreu em Piracicaba (SP) nesta sexta-feira (17). Ele era o único soldado vivo entre os mais de 600 voluntários que saíram da cidade para lutar contra o governo do presidente Getúlio Vargas.Viúvo de Silvandira Bernardo de Oliveira, ele deixou filhos, netos e bisnetos.
O corpo de Oliveira foi enterrado às 17h desta sexta no Cemitério da Saudade em Piracicaba. O ex-combatente recebeu diversas homenagens durante as solenidades do feriado de 9 de Julho na cidade no ano passado, quando se lembrou a Revolução de 1932.
Em 2015, Oliveira foi homenageado na Praça José Bonifácio com condecorações, junto às famílias de outros soldados que participaram da Revolução. Na ocasião, acompanhado dos filhos, ele contou ao G1 que participou do combate aos 17 anos e "resolveu de livre e espontânea vontade que faria parte desta história".
A filha, Roselis Gomes de Oliveira, disse que o pai ficava ansioso toda vez que a data se aproximava. "Ele se preparava para participar das solenidades e, com certeza, reviveu muitos momentos", comentou.
A Revolução
Considerada como a primeira e maior revolta contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas, a Revolução de 1932 foi uma mobilização do estado de São Paulo que liderou a tentativa de derrubar o então presidente da República do poder e promulgar uma nova Constituição para o Brasil.
O movimento foi marcado pela morte dos estudantes paulistas Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, em 23 de maio de 1932, em um comício na capital. As iniciais de seus nomes (MMDC) transformaram-se na sigla da Revolução Constitucionalista.
Em Piracicaba, mais de 1,7 mil voluntários e combatentes participaram da Revolução. Em todo o estado foram mais de 300 mil pessoas.