O Navio-Escola Sagres partiu esta tarde rumo ao Rio de Janeiro numa cerimónia que contou com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa, do Ministro da Defesa, Azeredo Lopes, do Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, João Paulo Rebelo, o Chefe do Estado-Maior da Armada Almirante Macieira Fragoso, bem como do Presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, da Vice-Presidente e campeã olímpica, Rosa Mota, do Chefe da Missão Rio 2016, José Garcia, e do Porta-Estandarte da Equipa Olímpica na Cerimónia de Abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, João Rodrigues.
A cerimónia, que decorreu ao início da tarde, teve discursos do Presidente do COP e do Primeiro-Ministro, após a entrega da bandeira nacional ao Comandante do Navio-Escola Sagres, Comandante António Gonçalves, que será transportada até ao Rio de Janeiro a bordo do NRP Sagres e que será devolvida ao Chefe da Missão Rio 2016 já em solo brasileiro, aquando da chegada à cidade-sede dos Jogos Olímpicos. A bandeira foi entregue por António Costa, após ter passado pelas mãos de José Garcia e do Porta-Estandarte, o velejador madeirense João Rodrigues, o mais olímpico de todos os atletas portugueses da história do movimento olímpico nacional, que somará a sua sétima participação olímpica no Rio de Janeiro.
Pelas 16h30, o NRP Sagres partiu rumo ao Rio de Janeiro deixando para trás o Rio Tejo e a cidade de Lisboa. A guarnição do NRP Sagres é composta por 128 militares (9 oficiais, 16 sargentos e 103 praças), a que se somam dois mergulhadores e dois aspirantes da Escola Naval, um deles oriundo de Cabo Verde, que cumprem o seu estágio de embarque. Tratando-se de uma viagem de instrução, embarcam os 44 cadetes do 2.º ano da Escola Naval, Curso Jorge Álvares, acompanhados do respetivo diretor de instrução, do comandante de companhia e de um sargento. Além dos mencionados, também viaja um guarda-marinha da US Navy.
Pelo simbolismo desta viagem, em representação do Comité Olímpico de Portugal vai a velejadora Joana Pratas, que representou Portugal em três olimpíadas: Atlanta, Sydney e Atenas e que irá fazer toda a travessia Atlântica até ao Rio de Janeiro. No total, a bordo do navio-escola Sagres está previsto que sigam cerca de 179 pessoas.
O programa Portugal Sou Eu teve um importante contributo para este projeto ao garantir junto das empresas nacionais suas associadas um conjunto de mantimentos que irão, entre outros, alimentar toda a tripulação do NRP Sagres, com produtos exclusivamente Portugueses.
O NRP Sagres será a Casa de Portugal no Rio de Janeiro em resultado da parceria entre a Marinha Portuguesa e o Comité Olímpico de Portugal, constituindo um fator de motivação para os atletas da Missão Olímpica Portuguesa. É também a plataforma de excelência para realização de eventos promovidos pelas empresas associadas ao projeto e divulgação dos seus produtos. Os parceiros desta iniciativa são: Indústrias de Defesa Nacional, Banco Santander, Svitzer, Docapesca, Saúde Prime, Martifer, Hotéis Vila Galé, Braga Capital Ibero-Americana 2016, Portugal Sou Eu, Secretaria de Estado da Defesa Nacional e RFM.
Viagem terá paragens em Cabo Verde, Recife e Salvador da Baía
Na travessia atlântica até ao Rio de Janeiro, o navio visita a Cidade da Praia na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, entre 3 e 6 de julho, que é o primeiro porto da viagem. Depois da escala em Cabo Verde, prossegue para o Brasil onde irá praticar os portos de Recife, entre 19 e 22 de julho, e Salvador da Baía, de 26 e 28 de julho. Em seguida segue para o Rio de Janeiro, onde vai permanecer de 3 a 22 de agosto. Os portos de escala desta viagem do NRP Sagres foram definidos no âmbito da viagem de instrução dos cadetes do 2.º ano da Escola Naval – Curso Jorge Álvares.
O NRP Sagres vai estar aberto a visitas em todos os portos, estando previsto ficar três dias atracado na Cidade da Praia, três dias no Recife, dois dias em Salvador e 19 dias no Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro, em resultado da excelente relação com a Marinha do Brasil, o NRP Sagres vai ficar atracado próximo da praça Mauá, no Cais da Portuguesa, na Ilha das Cobras. Por norma o Navio Escola Sagres abre a visitas entre as 10h00 e as 19h00, sujeito a confirmação para cada dia. Em média, o Navio costuma receber cerca de 10.000 visitas por dia.
Durante a estadia no Rio de Janeiro o NRP Sagres servirá nas suas receções oficiais uma grande variedade de pratos portugueses e também os melhores vinhos nacionais, sendo de destacar o Caldo Verde, o Bacalhau à Brás e o Pastel de Nata.
Após a estadia no Rio de Janeiro o navio inicia a travessia atlântica de regresso a Lisboa, atracando novamente em Cabo Verde, desta vez no Mindelo, Ilha de São Vicente, de 10 a 12 de setembro. A chegada a Lisboa está prevista para 25 de setembro, altura em que termina a viagem que se estende por 97 dias.
Sobre o NRP Sagres
Derradeiro símbolo vivo da nossa maritimidade, o navio-escola Sagres foi construído em 1937, em Hamburgo. Lançado à água a 30 de outubro, recebeu o nome de Albert Leo Schlageter e serviu como navio-escola da Marinha Alemã. Para mitigar os prejuízos causados pelos submarinos germânicos, em 1948 foi cedido ao Brasil. Como Guanabara, foi navio-escola da Marinha Brasileira até 1961, altura em que Portugal o adquiriu para substituir a antiga Sagres. Incorporado na Marinha Portuguesa a 8 de fevereiro de 1962, além do nome também herdou do anterior navio-escola a Cruz de Cristo que exibe nas velas, assim como a efígie do Infante D. Henrique, patrono e figura de proa do navio. Repositório da nossa tradição naval, o NRP Sagres assume um papel crucial na formação dos cadetes da Escola Naval, que a bordo desenvolvem capacidades de liderança, temperam saberes técnicos e aprendem a respeitar o mar e os seus desígnios. Com uma história que se confunde com lenda, já efetuou três voltas ao mundo, visitou mais de 160 portos estrangeiros em 60 países e acolheu inúmeras figuras ilustres e milhões de visitantes. Na qualidade de Embaixador Itinerante, contribui para a afirmação de Portugal no mundo através da divulgação da cultura, dos valores e dos produtos nacionais, levando o solo pátrio às comunidades portuguesas espalhadas pelos cinco continentes.