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Embora essa triste notÍcia jÁ tenha sido dada aqui, mas É sempre bom conhecer a personalidade, os atributos e os feitos de mais esse "avestruz" que partiu para voar nos cÉus do alÉm, um tributo não sÓ a ele como ao grupo a que pertenceu, o "Senta a Púa", que marcou com glÓria  os cÉus da ItÁlia no  último conflito mundial.....

 



JosÉ Carlos de Miranda CorrÊa
(27/01/1920 - 15/09/2013)
 
Faleceu no último dia 15 de setembro no Rio de Janeiro, de causas naturais aos 93 anos de idade, o piloto do 1º Grupo de AviaÇão de CaÇa, Major-Brigadeiro-do-Ar JosÉ Carlos de Miranda CorrÊa.
 
Nascido em Rio Grande-RS, Miranda completou seu estudos e seguiu para a capital federal, ingressando na Escola Militar do Realengo. Em dezembro de 1941, com a criaÇão da ForÇa AÉrea Brasileira, foi transferido para a nova forÇa, sendo declarado Aspirante. Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial em agosto de 1942, Miranda e outros colegas se tornaram a primeira linha de defesa do paÍs contra as investidas do Eixo, que aconteciam na forma de ataques de submarinos.
 
Desta maneira, o Brasil passou a receber diversas aeronaves modernas de fabricaÇão americana, entre elas o hidroavião de patrulha Consolidated PBY-5 Catalina. Miranda foi um dos pilotos que voaram diversas missÕes de patrulha com o Catalina em nosso litoral, partindo da Base Naval do Rio de Janeiro. Bem cedo na manhã de 31 de julho de 1943, ele decolou como copiloto do Aspirante Alberto Martins Torres a bordo do PBY-5 "ArarÁ", tomando o rumo de Cabo Frio para iniciar patrulha. ApÓs 10 minutos de voo, receberam um relatÓrio do Rio de Janeiro dizendo que havia sido detectada atividade submarina na Área, e cerca de uma hora depois fizeram contato visual com o submarino alemão U-199 do KapitÄnleutnant Hans-Werner Krauss, que jÁ havia afundado o veleiro brasileiro Changri-lÁ em 4 de julho. Atacando com o sol atrÁs de si, Torres fez manobras evasivas para escapar da artilharia de deque do submarino, e então passou para Miranda o comando de lanÇamento das bombas. A 100 metros do U-199 Miranda lanÇou uma carga explosiva que destruiu a proa do submarino. Torres fez uma segunda passagem de ataque, lanÇando mais algumas bombas contra o barco que jÁ comeÇava a afundar; em seguida, lanÇou trÊs botes salva-vidas para os sobreviventes. Apenas 12 tripulantes, incluindo Krauss, sobreviveriam.
 
Miranda CorrÊa em seu P-47 "Arlette", batizado em homenagem à sua primeira esposa. Nero Moura logo proibiu esse tipo de personalizaÇão dos Thunderbolts, que receberam seriais na carenagem do motor.
 
Quando em dezembro de 1943 Getúlio Vargas criou o 1º Grupo de AviaÇão de CaÇa - que seguiria para combate na Europa - o Tenente-Coronel Nero Moura foi nomeado seu comandante, e este teve por primeira missão selecionar um grupo de "homens-chave" que seguiriam imediatamente para Orlando, na FlÓrida, para treinamento. Neste seleto grupo de 16 oficiais e 16 sargentos estava incluÍdo o então 2º Tenente Miranda CorrÊa, que foi designado Oficial de InteligÊncia da unidade, visto que era tido como culto e estudioso, jÁ fluente em inglÊs e francÊs. Seguindo para Orlando em janeiro de 1944, Miranda inteirou-se de todos os procedimentos da USAAF para planejamento operacional e anÁlise de resultados em unidades de caÇa. Em marÇo foi para o PanamÁ e depois para Suffolk, nos EUA, onde travou contato com o Republic P-47 pela primeira vez. Em setembro, seguiu com o grupo para a ItÁlia, montando sua seÇão de inteligÊncia na Base AÉrea de Tarquinia. Não satisfeito com seu desempenho de "mero analisador" das missÕes, Miranda resolveu voar ele mesmo em combate com a Esquadrilha Azul, decolando para sua primeira missão em 13 de novembro. AtÉ o dia 3 de janeiro de 1945, ele voaria um total de 8 missÕes de combate, adquirindo para si a prÓpria perspectiva do piloto de caÇa, o que teve impacto direto no rendimento operacional do Senta a Pua nos meses finais do conflito.
 
Na SeÇão de InteligÊncia do Senta a Pua na ItÁlia: Miranda CorrÊa (esq) e seu auxiliar, o Sargento Monclar GÓes Campo (dir).
 
 
 
ApÓs a guerra, Miranda permaneceu na FAB, graduando-se em Engenharia AeronÁutica e servindo como diretor do Parque de AeronÁutica de BelÉm entre 1951 e 1952. Posteriormente, foi diretor de engenharia da Diretoria de Material e Diretoria de Rotas da FAB. Miranda CorrÊa passou para a reserva na patente de Major-Brigadeiro-do-Ar, trabalhando em seguida na OrganizaÇão Internacional de AviaÇão Civil (ICAO) em Montreal, no CanadÁ.
 
Miranda CorrÊa É condecorado com a Distinguished Flying Cross pelo afundamento do U-199.
 
O Brigadeiro Miranda CorrÊa era ativo participante das comemoraÇÕes do 1º Grupo de CaÇa atÉ 2010, quando sua saúde comeÇou a decair bastante. Residia em TeresÓpolis, com sua terceira esposa. Ele deixa um filho, do primeiro casamento.
 
Miranda CorrÊa era o último piloto do 1º Grupo de AviaÇão de CaÇa a participar da campanha da ItÁlia na Segunda Guerra Mundial, desde a morte do Brigadeiro Rui Moreira Lima em agosto deste ano. Resta agora somente Major John William Buyers, da USAAF, que realizou 21 missÕes voluntÁrias com o Senta a Pua, ainda vivo.
 
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