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Faleceu no último dia 1 de novembro em Bad Wimpfen, Alemanha, de causas naturais aos 92 anos de idade, o ganhador da Cruz do Cavaleiro Unteroffizier Max Zastrow.

 

Nascido em Viena, Zastrow vinha de uma famÍlia simples, sendo criado pelos avÓs e pela mãe. ApÓs emigrar para a Alemanha em 1936 com o pai adotivo, ingressou na Juventude Hitlerista e mostrou interesse em mecânica de aeronaves, fazendo os cursos introdutÓrios aos 15 anos de idade. Quando ocorreu a anexaÇão da Áustria em marÇo de 1938, ele retornou à Viena para trabalhar, entrando mais tarde noReichsarbeitsdienst (RAD), participando da construÇão de diversas obras de infraestrutura pelo paÍs.

 

Em janeiro de 1942 Max foi convocado para treinamento no 80º Batalhão de Engenharia em Viena, sendo treinado como operador de metralhadora e integrado à45ª Divisão de Infantaria. Em maio daquele ano ele foi embarcado para a frente de batalha na União SoviÉtica, na região de Orel.

 

Pouco depois, a divisão foi integrada à ofensiva alemã no sul da URSS, participando da tomada de Voronezh. Em fevereiro de 1943 a unidade foi transferida para Voronovo, a sudeste de Orel, e lÁ travou uma Árdua batalha defensiva contra forÇas soviÉticas, onde Max ganhou a Cruz de Ferro de 2ª Classe. ApÓs recuar para Briansk e Gomel, a 45ª Divisão realocou-se em Bobruisk, na atual Bielorrússia, às margens do rio Berezina, em fevereiro de 1944. Como operador de lanÇa-chamas da 2ª Companhia do 81º Batalhão de Engenharia, Zastrow recebeu a 1ª Classe da Cruz de Ferro naquele mÊs.

 

No final de fevereiro, o ExÉrcito Vermelho havia cruzado o rio Berezina e estabelecido uma linha fortificada com ninhos de metralhadora e morteiros na margem ocidental. Zastrow e os homens de sua companhia foram encarregados de montar a primeira leva de um ataque destinado a destruir essas fortificaÇÕes. Logo pela manhã, na primeira trincheira, Zastrow equipou-se com um novo lanÇa-chamas e viu o troar da artilharia alemã, que iniciou uma barragem concentrada nas posiÇÕes soviÉticas, 100 metros em frente. Quando a salva encerrou-se e a poeira apenas comeÇava a baixar, veio a ordem de ataque. Seu tenente foi o primeiro a saltar da trincheira, somente para ser fulminado na cabeÇa pelos primeiros tiros das metralhadoras vermelhas. Alguns outros soldados que saÍram tiveram o mesmo destino, enquanto a maioria abaixou-se dentro da trincheira. A artilharia alemã havia errado o alvo, e os ninhos estavam intactos. Para piorar, Max tentou acionar seu novo lanÇa-chamas, que não funcionou. Em meio ao zunir dos projÉteis, soldados da segunda trincheira comeÇaram a zombar de Zastrow e seus colegas, chamando-os de covardes.

 

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Enfurecido com a zombaria, Zastrow atirou seu lanÇa-chamas no chão da trincheira, encheu os bolsos com granadas de mão e – contra os inúteis apelos de seus colegas – saltou correndo em meio do fogo cruzado atÉ uma posiÇão avanÇada, jogando-se no chão e esgueirando-se atÉ as posiÇÕes inimigas. No meio do terreno revirado pelas bombas, os soviÉticos não se aperceberam da chegada sorrateira do soldado austrÍaco, que a 10 metros de distância do primeiro ninho lanÇou sua primeira granada, provocando uma explosão que destruiu a arma e seus operadores.

 

Chegando atÉ o local, Max viu-se impossibilitado de voltar – devido ao fogo das outras metralhadoras – e armado somente com granadas. Sua reaÇão instintiva foi correr atÉ o segundo ninho, lanÇando outra granada e destruindo-o tambÉm. Sob os olhares incrÉdulos de seus colegas, ainda na trincheira, Max realizou o mesmo feito uma terceira vez, silenciando trÊs metralhadoras soviÉticas sozinho. No meio da aÇão, ele foi ferido no antebraÇo esquerdo, que comeÇou a sangrar profusamente. Nesse momento, os alemães finalmente iniciaram seu ataque, e Zastrow iniciou o caminho de volta. Ele ainda auxiliou um colega ferido a retornar para trincheira, onde ambos caÍram desacordados pela perda de sangue. Ao ser informado do feito de Max, o comandante do regimento recomendou-o para a mais alta condecoraÇão alemã por bravura em combate, e no dia 6 de marÇo de 1944 Max Zastrow foi condecorado com a Cruz do Cavaleiro da Cruz de Ferro por seu comandante divisional, Generalmajor Gustav Gihr.

 

ApÓs sua condecoraÇão, ele recebeu uma licenÇa em Viena e retornou ao combate, sendo seriamente ferido nos primeiros dias da OperaÇão Bagration e evacuado para VarsÓvia. No fim da guerra, foi capturado pelos americanos em Salzburg, sendo liberado ainda em 1945. Max Zastrow trabalhou em Viena atÉ sua aposentadoria, e era um frequentador regular dos encontros de veteranos na Alemanha. Enquanto participava do evento deste ano em Bad Wimpfen, Max sofreu um ataque cardÍaco fulminante.

 

http://saladeguerra.com.br/not...cimento-max-zastrow/

 

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