Pensar apenas em logística, é olhar somente numa única direção sem levar em conta outros fatores.
Vale lembrar, que na América Latrina, pensa-se mais com o que há no meio das pernas, do que com a massa cinzenta lá em cima.
Em primeiro lugar: Precisamos mesmo comprar algo mais sofisticado? Temos dinheiro pra isso? Quantos vamos precisar?
Compras como as que estão sendo feitas por Peru, Venezuela, Equador ou Bolívia, não podem ser comparadas às mesmas feitas pelo Brasil, dada as necessidades distintas de cada um. Os países citados, de tempos em tempos, tem algum desentendimento, e tais compras não apenas tem relação com este fato, como também representa uma forma de guerra psicológica em cima dos possíveis adversários, onde cada um tenta superar o que o outro tem.
O Brasil não tem nenhum conflito com seus vizinhos e, por isso, não há uma necessidade tão grande de ficar modernizando a toda hora seu material bélico. Para piorar, temos um orçamento bem limitado, o que limita qualquer plano de expansão ou de modernização em quantidades substanciais. Diferente dos nossos vizinhos que prestigiam consideravelmente as suas Forças Armadas, a nossa sofre para conseguir emplacar qualquer coisa. Para eles, é fácil comprarem 50 ou 40 tanques, mas para nós, 5 ou 10 já seria algo excepcional. E como esses 10 seriam distribuídos? Qualquer que seja o planejamento, ele se torna completamente nulo diante de uma quantidade tão insignificante...
Outra coisa: Se tivéssemos algum problema com quaisquer destes vizinhos, quanto tempo levaríamos para reagir no caso de uma invasão? Provavelmente, levaríamos dias para qualquer ação efetiva, iríamos buscar poder de fogo em locais como RJ, SP, RS para levar até o Acre ou Amazonas ou Rondônia... E estamos falando de tanques, e outros veículos, equipamentos, soldados, e isso com uma frota bem limitada de cargueiros de diversos tipos para pousar em poucas pistas e com estradas bem ruinzinhas para deslocar tudo isso por terra...
Não que nossos vizinhos não tivessem alguns destes problemas, mas teriam menos chão para percorrer, ao contrário do nosso vasto país. Diferente de nós eles talvez possam concentrar mais forças em determinados lugares facilitando o seu deslocamento...
As compras no Brasil, geralmente são feitas para substituir algum material que já não seja vantajoso modernizar, e também para reforçar as pretensões políticas em participar de missões de paz, projetando assim, a imagem de uma Força Armada moderna e capaz.
As Forças Armadas deveriam na verdade, criar um plano próprio traçando suas próprias prioridades e deixar de se preocupar menos como o que o vizinho está comprando. Elas deveriam por exemplo, reforçar o patrulhamento nas fronteiras, combater o tráfico de drogas, adquirindo material para isso. Apesar do que já foi feito, ainda hoje, aviões ainda entram em nosso território, barcos atravessam os nossos rios, e pessoas cruzam as nossas fronteiras em diversos pontos totalmente sem patrulhamento. Há lugares, onde a fronteira é marcada por um simples riacho ou mesmo por uma árvore, onde não há estradas e onde o acesso é quase impossível...
Se nossos vizinhos querem se matar, deixem que o façam, deixem que suas dívidas cresçam em função de suas compras megalomaníacas. Desde que não venham pro nosso lado, eles podem se matar até com bomba atômica...
E enquanto tivermos um governo de ladrões e corruptos a esvaziar os nossos cofres, n~~ao teremos como sonhar com uma Força Armada qualitativamente e quantitativamente melhor. Vamos continuar a fazer como sempre fizemos, fazendo no melhor estilo conta-gotas, e nos virarmos com o que pudermos obter...