Um livro estÁ chamando a atenÇão por descrever um caso extremamente raro (senão único) que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial: quando aliados e alemães lutaram juntos contra… alemães.
O nome do livro É The Last Battle do autor Stephen Harding. O tema, alÉm de inusitado, É cotado tambÉm para virar roteiro de filme jÁ que reúne drama, superaÇão, união e, É claro para os padrÕes hollywoodianos, um final feliz. Ah… e como não poderia deixar de ser, os americanos dominam a situaÇão e são os herÓis morais da histÓria alÉm de colocarem os soldados da SS como os vilÕes. Perfeito para um blockbuster. Mesmo assim, o fato em si não deixa de ser curioso.
A fonte É este site (http://www.thedailybeast.com/a...fought-together.html) e parte da transcriÇão segue abaixo:
“A coisa mais extraordinÁria sobre o livro de Stephen Harding, uma verdadeira e incrÍvel histÓria da Segunda Guerra Mundial, É o fato de nunca ter sido contada em inglÊs e de que ainda não virou um filme em Hollywood.
Aqui estão os fatos: em 5 de maio de 1945 (cinco dias depois do suicÍdio de Hitler) trÊs tanques Sherman do 23º Batalhão Blindado da 12ª Divisão Blindada norte-americana e sob o comando do capitão John C. ‘Jack’ Lee Jr, libertaram um castelo austrÍaco chamado Schloss Itter na região do Tirol. Tal castelo era na realidade uma prisão para figuras importantes da FranÇa como os ex-primeiros ministros Paul Reynaud e Eduard Dadalier alÉm dos ex-comandantes em chefe generais Maxime Weygand e Paul Gamelin entre outros.
PorÉm, unidades da veterana 17ª Divisão de Panzer Grenadier da SS chegaram ao castelo para recapturÁ-lo e executar os prisioneiros. Para defendÊ-lo, os soldados de Lee, cercados e em menor número, foram ajudados por soldados anti-nazistas da Werhmacht bem como por algumas das esposas e namoradas das importantes figuras francesas. Todos, juntos, enfrentaram uma das melhores tropas alemãs do Terceiro Reich. Steven Spielberg, como É que vocÊ não conhecia esta histÓria?
A batalha pelo castelo Itter do 13º sÉculo e saÍdo de um conto de fadas, foi a única vez na Segunda Guerra Mundial em que tropas americanas e alemãs juntaram forÇas em combate, e foi a única vez na histÓria americana em que tropas deste paÍs defenderam um castelo medieval contra seguidos ataques de forÇas inimigas. Para que a histÓria seja ainda mais digna de um filme, duas das mulheres presas em Schloss Itter (Augusta Bruchlen que era amante do lÍder do partido trabalhista Leon Jouhaux e Madame Weygand, esposa do general Weygand) estavam lÁ por livre escolha. Elas, juntamente com a amante de Paul Reynaud, Christiane Mabire, eram incrivelmente fortes, determinadas e capazes, ideais para as telas do cinema.
Existem dois herÓis centrais para esta histÓria, ambos relacionados com os papÉis principais. Jack Lee era o tÍpico guerreiro: agressivo, esperto, inovador e, É claro, mascava fumo e bebia bastante. Ele cuidava da sua tropa e estava sempre disposto a pensar fora dos padrÕes quando a situaÇão tÁtica demandava. E isso certamente aconteceu quando as tropas SS comeÇaram a atacar o castelo. O outro personagem É o oficial da Werhmacht, por vÁrias vezes condecorado, major Josef ‘Seep’ Gangl o qual veio a morrer enquanto ajudava os americanos a protegerem os prisioneiros. Esta É a primeira vez que a histÓria de Gangl É revelada na lingua inglesa, embora ele seja, de maneira justa, reverenciado atualmente tanto na Áustria quanto na Alemanha como herÓi da resistÊncia anti-nazista.
Apesar de suas diferenÇas pessoais e ressentimentos de longa data, quando chegou a hora de lutar as importantes figuras francesas colocaram de lado suas diferenÇas polÍticas e pegaram em armas para se juntarem na batalha contra as tropas da SS. VocÊ passa a conhecer Reynaud, Daladier e os outros como pessoas reais e não apenas como lendas polÍticas transformadas atravÉs do tempo. Mais ainda: Jean Borotra (ex-jogador de tÊnis) e Francois La Rocque, ambos membros do governo colaboracionista de Vichy do marechal Philippe Petain e por muito tempo considerados por historiadores simplesmente como fantoches alemães e prÓ-facistas, são apresentados no livro como eles realmente eram: pessoas complexas que apoiavam a causa aliada de sua prÓpria maneira. No caso de La Rocque, ele coordenava um eficiente movimento de resistÊncia prÓ-aliado ao mesmo tempo que trabalhava para o governo de Vichy. AlÉm do que, fossem eles simplesmente marionetes prÓ-facistas, eles não terminariam como EhrenhÄflinge, ou seja, prisioneiros de honra do Fuhrer.
Outro dos prisioneiro ilustres era Michel Clemenceau, filho do estadista francÊs durante a Primeira Guerra Mundial, Georges Clemenceau. Michel se tornara um Ávido crÍtico do marechal Petain e foi preso pela Gestapo em Maio de 1943. Em Itter, ele mostrou uma confianÇa inabalÁvel no resgate e claramente exibiu a coragem herdada do pai (que tinha o apelido de “O Tigre"). Durante o ataque, com os trÊs tanques destruÍdos, com o inimigo se aproximando pelo norte, oeste e leste, e com a muniÇão acabando (estavam com os últimos pentes de MP-40), mesmo assim o septuagenÁrio continuava atirando.
A histÓria tem um final que Hollywood não poderia achar melhor: assim que a SS se preparou para atirar de Panzerfaust contra o portão principal, o som de armas automÁticas e de canhÕes vindo detrÁs da vila assinalava uma mudanÇa radical na situaÇão tÁtica. Unidades avanÇadas americanas e lutadores da resistÊncia austrÍaca haviam chegado para liberar o castelo. Para mostrar a incrÍvel frieza com que demonstrou durante o cerco, Lee fingiu estar irritado, foi atÉ um dos comandantes de tanques que havia chegado, encarou e disse: “Por que demoraram?””
Abaixo, uma foto atual de Schloss Itter.
Abrs a todos!!!
A Raguenet