O texto abaixo foi transcrito de um fÓrum de histÓria militar e nos foi brindado pelo companheiro Adler Homero Fonseca de Castro:
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Durante dois anos o contratorpedeiro norte-americano USS William D. Porter era saudado por outros navios com a mensagem: "Não atire, somos republicanos". A piada surgiu de um evento estranho, que culminou com uma carreira de azares do contratorpedeiro. Em 1943 o navio foi designado para a importante e prestigiosa missão de acompanhar o encouraÇado USS Iowa, que levava o presidente Roosevelt (do partido Democrata) para o norte da África, de onde seguiria para a conferÊncia de Teerã. Na noite anterior a partida comeÇaram os erros da tripulaÇão, quando o comandante deu ordem de mover seu navio para trÁs, enquanto estava amarrado a outro, mas sem levantar âncora! A âncora, arrebentando a amurada, botes salva vidas, barcos e outros acessÓrios do navio amarrado a ele. O Porter não sofreu danos maiores e continuou a viagem.
JÁ durante a viagem do comboio de quatro navios (trÊs contratorpedeiros e o Iowa) houve outro incidente, quando uma tremenda explosão forÇou todos os navios a comeÇarem operaÇÕes antissubmarinas, atÉ que o comandante do Porter informou que uma das cargas de profundidade tinha acidentalmente caÍdo do navio, sem que estivesse com a seguranÇa ativa (incompetÊncia que poderia ter causado a destruiÇão do navio, se ele estivesse se movendo lentamente).
Pouco depois, uma onda inesperada varreu o convÉs do navio, levando tudo que não estava amarrado, inclusive um homem que se perdeu para sempre. Em seguida, uma das caldeiras deixou de funcionar. A essa altura, a carreira do comandante parecia estar indo Águas abaixo, mas o comandante do comboio não ordenou que o Porter retornasse.
Na manhã do dia 14 de novembro, foi montando um exercÍcio de fogo antiaÉreo para entreter o presidente: o Iowa lanÇou uma sÉrie de balÕes e as mais de 100 armas AAe do navio abriram fogo, impressionando a comitiva e o capitão do Porter, que deu ordens para abater os balÕes que o Iowa tinha perdido e que se aproximassem do Porter. Para aumentar o interesse, o oficial de torpedos resolveu fazer uma simulaÇão de ataque de torpedos, ordenando "Fogo 1, Fogo 2, Fogo 3..." não ordenou "fogo 4", pois o terceiro tubo, que tinha sido deixado armado por engano da tripulaÇão, disparou contra o Iowa, a 5500 metros de distância!
O comandante do Porter, depois de um momento de pânico,tentou avisar o Iowa do ataque, mas errou na direÇão que o torpedo, depois que estava indo de rÉ, a toda velocidade!? Finalmente, quebrando o total sigilo radiofÔnico, o operador mandou uma mensagem ao Iowa, pedindo que ele virasse, mas sem se identificar corretamente, de forma que o operador do encouraÇado perdeu tempo pedindo a identificaÇão do emissor. SÓ então o Iowa comeÇou a virar.
Roosevelt, sabendo do ataque, pediu para ser levado para a amurada, para poder ver o que estava acontecendo. Seu guarda obedeceu, sacando sua pistola - parecia que queria disparar contra o torpedo! Os canhÕes do Iowa foram apontados para o USS Porter, com receio de um complÔ para assassinar o presidente.
O torpedo errou, explodindo a rÉ do encouraÇado, detonado pelas vagas do navio maior. Toda a tripulaÇão do contratorpedeiro,inclusive o capitão, foi colocada sob prisão e enviada para a ilha de Bermuda para o inquÉrito - foi a primeira vez na histÓria americana que toda uma tripulaÇão foi presa.
Todo o incidente foi colocado sobre segredo, mas o responsÁvel pelo erro do torpedo foi condenado a 14 anos de prisão, enquanto o capitão e os oficias do navio foram enviados para missÕes sem importância, em terra, virtualmente encerrando suas carreiras. Apesar do acontecido, Roosevelt interveio, pedindo clemÊncia para os condenados, pois tudo tinha sido um acidente. De qualquer forma, o Porter foi enviado para missÕes de patrulha nas Aleutas, onde ainda teria mais um momento de azar, pois ao ser enviado para uma outra missão, no PacÍfico Ocidental, o navio disparou por acidente uma granada de 127 mm contra o jardim da residÊncia do comandante da base naval local!
JÁ durante as operaÇÕes da invasão das Filipinas, em dezembro de 1944, o navio se portaria bem, abatendo uma sÉrie de aviÕes. Infelizmente, depois da guerra, se descobriu que trÊs dessas aeronaves eram americanas, confundidas com japoneses(!).
Finalmente, em abril de 1945, quando todos jÁ saudavam o navio com o "Não atirem, somos republicanos" (menos o USS Luce, um navio que foi metralhado por engano pelo Porter - esse usava palavras menos caridosas com o navio azarado), o Porter foi enviado para ajudar na invasão de Okinawa. Durante essa, um incidente quase único aconteceu: um Val japonÊs conseguiu se aproximar sem ser detectado, segundo argumentos da Época por ser um avião de madeira e pano (o que É falso). De qualquer forma, o Porter conseguiu abater o avião japonÊs que caiu no mar e afundou. SÓ que, enquanto o contratorpedeiro passava por cima do avião abatido, este explodiu, causando imensos danos no navio, que teve que ser abandonado."
De acordo com o texto este não foi o único caso de incompetÊncia:
"HÁ outros casos de incompetÊncia em forÇas armadas famosas, como o afundamento do Leberecht Maass eMax Schultz, em um ataque de um sÓ avião - um dos mais eficazes de toda a histÓria. O problema É que os contratorpedeiros alemães foram atingidos por bombas soltas por um He-111 do KG 26, tambÉm alemão! A marinha alemã tinha deixado de informar aos navios que a Luftwaffe estava fazendo patrulhas anti-navio na Área, como tambÉm deixou de informar a Luftwaffe que navios seus estavam operando ali..."