ConstruÍdos a partir do sÉculo 16 com o propÓsito de proteger o Rio de Janeiro de invasÕes pela BaÍa de Guanabara, os fortes e as fortalezas da cidade e de NiterÓi hoje são atraÇÕes turÍsticas. Das fortificaÇÕes, descortinam-se algumas das mais belas vistas das duas cidades. E a visita serve ainda para conhecer um pouco de HistÓria.
Nas primeiras dÉcadas apÓs o descobrimento do Brasil, o Rio de Janeiro foi invadido por forÇas estrangeiras, principalmente as francesas, que aportavam aqui para roubar pau-brasil e tentar controlar o territÓrio.
Para evitar que isso acontecesse, os governadores dos estados, que à Época eram chamadas de capitanias hereditÁrias, mandaram construir as fortalezas. Rio de Janeiro e NiterÓi ganharam cerca de 80 delas para tentar impedir a entrada de navios inimigos na BaÍa de Guanabara.
Atualmente, o que restou foi apenas histÓrias, mas que estão disponÍveis ao público. Dez fortes administrados pelo ExÉrcito são abertos ao público: de Copacabana, Duque de Caxias, TamandarÉ, Fortaleza de São João e da ConceiÇão, no Rio; e Fortaleza de Santa Cruz, Forte do Imbuhy, Barão do Rio Branco, de São Luiz e de GragoatÁ, em NiterÓi. Instalados na orla, deles É possÍvel ter visÕes que ficam marcadas na memÓria. O problema É que poucos as desfrutam.
A francesa Veronique Enne, de 50 anos, escolheu como primeiro programa na cidade visitar o Forte Duque de Caxias, no Leme. Ela decidiu visitÁ-lo apÓs ler uma indicaÇão em um guia de viagens. “Esse lugar É maravilhoso. Uma das visÕes mais lindas que jÁ vi. Daqui vejo a Praia de Copacabana, o Pão de AÇúcar e o Cristo Redentor”, destacou.
Mas, apesar da beleza e de a entrada custar R$ 4, o baixo número de visitantes chama a atenÇão. De acordo com o major Alexandre Jorge dos Santos, gestor do sÍtio histÓrico, em junho, um dos mais movimentados, foram 2.106 visitantes, a maioria estrangeiros. Ele faz um trabalho de divulgaÇão para atrair visitantes. “Estamos reformando o espaÇo para receber cada vez mais visitantes”, explica o major.
Para as crianÇas, esses locais são ainda mais atrativos. AlÉm das belezas naturais, os pequenos se deslumbram com as construÇÕes, e principalmente, com os canhÕes. Luan da Silva, 11, foi numa excursão de escola ao Forte São João, na Urca. E o que mais gostou foi poder tocar nas armas e se sentir mais Íntimo da HistÓria que aprendeu na sala de aula. “DÁ vontade de aprender cada vez mais”.
Militares sempre consideraram o entorno da BaÍa de Guanabara estratÉgico por causa dos morros que permitem visão panorâmica da região. Depois das invasÕes de franceses, a partir de 1555, ela ganhou fortes. A cidade do Rio de Janeiro, fundada em 1565, e a de NiterÓi foram as que mais construÍram fortalezas.
O especialista em histÓria militar Adler Homero Fonseca de Castro, explica que Rio foi a cidade mais bem armada do paÍs porque, a partir de 1763, com a elevaÇão do Brasil a vice-reino de Portugal, passou a ser a capital, condiÇão que manteria apÓs a IndependÊncia.
Os fortes, com canhÕes voltados para a BaÍa e para a orla do Rio e de NiterÓi, explica Castro, tinham o objetivo de passar a imagem de cidade pronta a repelir invasÕes. “Os que vinham ao Brasil chegavam pelo porto do Rio. Era importante para o governo colonial passar essa imagem”.
Alguns canhÕes tÊm capacidade de atingir alvos a 24 quilÔmetros. O último disparo foi em 1955, do Duque de Caxias, no Leme, contra o navio TamandarÉ, onde estava o presidente Carlos Luz, que participava de tentativa de golpe para impedir a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek. A lista dos fortes e informaÇÕes sobre visitaÇão estão no site do Comando Militar do Leste.
FONTE: O Dia