Skip to main content

Oi pessoal, vou falar um pouco sobre os kits mas antes farei uma exposição breve sobre os aviões reais para ajudar na compreensão dos kits e suas versões.   Digo breve porque é muito material e muitos detalhes técnicos, embora fossem os aviões mais rápidos do planeta e os mais sofisticados, o custo para mante-los é alto.

Tudo começou por um requerimento da Agencia Central de Inteligência (CIA) de um aparelho que substituísse o U-2 pois um avião deste tipo foi abatido sobre a Rússia, o que causou muito embaraço diplomático.

A CIA possui verba própria e foi a agência que deu o impulso já em 1956 a ideia de um sucessor ao avião U-2 de espionagem. Em 1959 depois de uma seleção inicial sobraram duas firmas com projetos promissores, a Lockheed e a Convair.

Tudo era novo, muito conceito que estava no papel teve que ser materializado, do motor, aviônicos, combustível, ligas metálicas e até a tinta de pintura dos aparelhos, sem falar em todo um conceito de pilotagem e manutenção. A própria exploração espacial ajudou com diversos itens, como as roupas dos pilotos que era praticamente a mesma dos astronautas.

O primeiro aparelho a voar foi o A-12, a versão inicial do projeto deste avião de 62 toneladas (com carga total). Demorou um bom tempo para começarem a ser fabricados (abril de 1962 mas oficialmente operacional apenas em 1965) pois tudo era um terreno novo a descobrir. De notar é que os engenheiros sabiam que a vida operacional do novo avião não seria muito longa pois os progressos com os satélites e drones, mais baratos, iriam ocupar seu espaço, mas as vantagens de conhecimento e desenvolvimento obtidas em termos de engenharia e em várias áreas se provam até hoje valiosas. Depois vieram a versão YF-12A que era um interceptor armado com mísseis, o M-21 com drone que era um modelo A-12 renomeado para diferenciar do nome original e finalmente os SR-71 de uso exclusivo em missões de inteligência (não mencionei as versões de treinamento).  Eles atuaram efetivamente durante a guerra do Vietnam, toda a região do sudeste asiático e por último sobre o Iraque e Afeganistão.

Os kits

O Modelo A-12 tinha só uma cabine de pilotagem, então seria necessário alterar o nariz de algum kit do SR-71 e para tal existe no mercado as peças em resina para fazer esta conversão.

O modelo M-21 que carrega o Drone tem um nariz diferente, mas no caso do kit da Academy ela usa a mesma forma do SR-71A e incluiu o Drone D-21. Não tenho certeza mas parece que o kit da Italeri deste modelo vem com opção diferente de nariz. Este drone deveria ser lançado pelo A-12 de uma distância razoável do local a ser fotografado e depois ele retornaria para um ponto de encontro com um avião convencional que pescaria o equipamento de inteligência ejetado e flutuando por pára-quedas. O drone então se auto-destruiria sendo descartado. 

O kit da Italeri do YF-12A interceptor é injetado em cor alumínio, em alto relevo fino, e vem os mísseis e o paiol bem detalhado que pode ficar aberto expondo os mísseis.  O nariz é de uma única cabine e tem um diferencial em razão de carregar um radar específico para uso nas missões previstas de interceptação dos bombardeiros russos.  Por ser mais detalhado eu colocaria o kit da Italeri acima do kit da Academy.

O modelo SR-71 da Academy é injetado na cor preta, as janelas do cockpit vem inteiras em transparência que devem ser pintadas nas partes que seriam as molduras metálicas.  O kit é uma mistura de alto e baixo relevo dando uma aparência mais real a célula.  Este kit eu adquiri na Webkits por ter uma folha especial de decal que cobre todas as bases e esquadrões em que eles operaram.

O kit fica bem grande mesmo sendo na escala 1/72 com 46cm de comprimento.  No caso da Academy é uma montagem mais fácil por possuir menos peças, diferente do kit da Italeri com mais detalhes.  Eu li o comentário de um modelista apontando qualidades e falhas dos kits injetados no mercado e ele diz que o que tem maior aproximação com o real é o da Monogram em alto relevo.  Somente o kit da Academy esta em catálogo, as outras marcas precisam ser procuradas em sítios de kits antigos ou vintage.

Eu recomendo a leitura sobre este avião fantástico da Lockheed e faz poucos anos que muito documento foi liberado de censura e esta sendo publicado no mercado.  A quantidade de informações é tal que existe livro somente sobre as missões, outro sobre o desenvolvimento, outro sobre sua aparelhagem e instrumentos, etc... (somente em inglês).

Recomendo por exemplo este sitio em que o modelista faz quatro versões do Blackbird.  Tem coisas como o uso de lente de leitor de CD no compartimento das câmeras fotográficas, o que dá um bom realismo....

USAF kits assembler 

E este aqui faz a conversão para o modelo A-12 do blackbird a partir de dois kits, os Testors/Italeri 1/72 SR-71 e YF-12...

http://hsfeatures.com/features04/a12blackbird

Last edited by Wolf
Original Post

Replies sorted oldest to newest

Não sei se vai abrir as fotos,deve ser este ou parecido  o avião em assunto,vi um neste museu em seattle há algum tempo sou péssimo fotografo,sou igual ao cachorro que corre atras da roda do carro em movimento quando ele para eu não sei o que fazer. se não abrir eu tento dar outro jeito.

Era um avião lindo mesmo. Alguns detalhes que me lembro de ter lido sobre, e não vi em seu texto, é que os pneus não eram de borracha, portanto não devem ser pintados de preto no kit, eram de uma liga metálica que dava a cor ao mesmo. Outra curiosidade interessante que me lembro, é que a superfície do avião esquentava a tal ponto, em vôos de grandes velocidades que o metal se retemperava a cada vôo. 

outra  curiosidade  e  que  a  janela  esquentava de  tal  maneira  que diz a lenda  que  mesmo  que o piloto colocasse  a mão  com  luva  na  janela  ele  poderia  se queimar...

outra  lenda  e  que  no solo o  avião  parecia  que  poderia  se  desmontar  com  paineis  ficando  meio  frouxos....inclusive  reclamavam  que  no  solo até  parecia  se  sentir  cheiro do  combustível.....mas  o  calor  gerado pelo  atrito  supersonico  fazia  que  se  dilatassem as  juntas e  placas metalicas  deixando  quaisquer  frestas  se  tocarem ou se  fecharem  por  si proprio.....se  isso  não fosse  feito  e  as  juntas  fossem  muito  apertadas o avião poderia  se  arrebentar  ou perder  muitos  pedaços  durante  o  voo...  seguindo  o monstrengo ..plastiresiabços  paulo r  morgado  sp - sp 

Lendas e lendas...  mas no caso do calor na janela, que era um laminado de resina e não vidro, os pilotos descobriram que isso ajudava a melhorar o sabor da comida que levavam, igual aos astronautas eles sugavam a comida em forma de papa, como aquelas de potinho para bebê, mas encostando por alguns segundos na janela a comida ficava aquecida e mais saborosa...  (não é lenda) 

paul morgado posted:

outra  curiosidade  e  que  a  janela  esquentava de  tal  maneira  que diz a lenda  que  mesmo  que o piloto colocasse  a mão  com  luva  na  janela  ele  poderia  se queimar...

outra  lenda  e  que  no solo o  avião  parecia  que  poderia  se  desmontar  com  paineis  ficando  meio  frouxos....inclusive  reclamavam  que  no  solo até  parecia  se  sentir  cheiro do  combustível.....mas  o  calor  gerado pelo  atrito  supersonico  fazia  que  se  dilatassem as  juntas e  placas metalicas  deixando  quaisquer  frestas  se  tocarem ou se  fecharem  por  si proprio.....se  isso  não fosse  feito  e  as  juntas  fossem  muito  apertadas o avião poderia  se  arrebentar  ou perder  muitos  pedaços  durante  o  voo...  seguindo  o monstrengo ..plastiresiabços  paulo r  morgado  sp - sp 

Olha aqui, que tem um vídeozinho dele com esses vazamentos. 

https://gfycat.com/serenenippyintermediateegret

O pneu dele.

Tinham pó de alumínio misturado com a borracha para ajudar a dissipar o calor, por isso tinham aquela cor.

dscf4102

E isso não era, como sempre pensei, para que ficassem mais resistentes na hora do pouso, mas sim para que não derretessem nos vôos Mach 3!

dscf4098

dscf4097

E ficavam assim, depois de apenas 3 pousos.

Resultado de imagem para sr-71 blackbird tyres

Attachments

Images (1)
  • blobid0

Posso dizer a respeito da marca Academy e Italeri. Os dois tem pontos fortes e fracos.  Entra em jogo a visão de quem vai montar, se você gosta de detalhes mais visíveis e melhores, o da Italeri é o indicado. Se gosta de kit mais simples e fácil de montar, com injeção em baixo relevo, o kit da Academy vai atende-lo. O resultado final da montagem vai depender da habilidade do modelista, embora um kit bom ajude.

Estou pensando em pegar o kit da Monogram pois li em um review que ele é o mais acurado e próximo da planta real, mesmo sendo um kit antigo e fora de catálogo.  Não sei dizer se este da Monogram é o mesmo da Revell.

 

Last edited by Wolf

Sim, o kit da Hasegawa segundo as análises que li é incorreto em um bom número de itens, é caro e não satisfaz....   O kit da Academy dizem que é baseado no da Hasegawa que é um molde bem antigo, com alguns acertos em relação a este.

 

Incluir Resposta

×
×
×
×
Link copied to your clipboard.
×