Naquele dia fatÍdico, em Dezembro de 1941, os japoneses não foram os únicos que sobrevoaram Pearl Harbor. Na verdade, mais de 70 aviÕes americanos estavam no ar durante o ataque japonÊs. Uma dúzia de aviÕes americanos foram derrubados, incluindo dois por "fogo amigo". Mas por causa do caos do dia, nunca as perdas de combate aÉreo de 7 de dezembro foram totalmente contabilizadas. Os aviÕes derrubados sobre a Água não foram recuperados porque o SCUBA (Self-Contained Underwater Breathing Apparatus - Dispositivo para respiraÇão subaquÁtica auto-contido) ainda não tinha sido inventado.
Cinco aviÕes transportando nove tripulantes ainda estão desaparecidos em Águas havaianas. Cinco eram tripulantes de SBD Dauntless do porta-aviÕes USS Enterprise, trÊs eram soldados das unidades de artilharia costeira, e um era piloto da USAAF: Gordon Sterling - o único piloto da ForÇa AÉrea do ExÉrcito ainda considerado como desaparecido em combate (MIA - Missing In Action). Ele participou do primeiro combate aÉreo americano com o misterioso caÇa "Zero", e pagou um alto preÇo. Seu P-36 caiu na costa leste de Oahu.
"EU NãO VOU VOLTAR"
Os caÇas do ExÉrcito americano baseados no campo Wheeler, no meio da ilha de Oahu, foram os alvos da primeira onda de ataque japonÊs. A fumaÇa dos aviÕes em chamas encobriu vÁrios P-36 e os impediu de serem atingidos, estes caÇas foram imediatamente afastados longe do fogo.
O plano de contra-sabotagem dos militares americanos foi de estacionar os aviÕes desarmados; armas e muniÇÕes armazenados em separado (e tiveram de ser resgatado dos hangares em chamas durante o ataque) nas proximidades.
Foto japonesa mostrando o resultado do ataque ao campo Wheeler com os caÇas P-26, P-40 e P-36 enfileirados na frente dos hangares.
Durante a pausa entre a primeira e segunda onda de ataque japonesa, o segundo tenente Henry W. Lawrence ajudou a preparar o único caÇa P-36 sobrevivente do 45º esquadrão de caÇa. Como o P-36 tinha apenas duas metralhadoras, uma calibre .50 e outra calibre .30, o municiamento foi rÁpido. Quando o caÇa estava pronto, Lawrence correu atÉ o comandante do esquadrão, o capitão Aaron Tyer, para receber ordens. Tyer deu-lhe instruÇÕes de vÔo, e Lawrence voltou para a linha de vÔo.
Enquanto isso, o primeiro tenente Lewis M. Sanders, comandante do 46º esquadrão de caÇa, conseguiu salvar o seu P-36 pessoal e estava pronto para revidar o ataque. Ele escolheu trÊs de seus pilotos para voar com ele em outros caÇas P-36 recuperados, incluindo o P-36 do 45º esquadrão de caÇa que Lawrence jÁ havia municiado. O segundo tenente John M. Thacker, que jÁ tinha treinado no avanÇado P-40, foi escolhido lÍder da formaÇão. Sanders escolheu o segundo tenente Philip M. Rasmussen como seu ala; o segundo tenente Othneil Norris tornou-se o ala de Thacker. Os alas tinham passado recentemente em seus testes de tiro e eram mais qualificados do que alguns dos outros pilotos que estavam disponÍveis.
O Tenente Norris escolheu o P-36 do 45º esquadrão de caÇa que Lawrence tinha municiado. As equipes de terra auxiliaram os pilotos em seus aviÕes. O Lt. Norris, um homem pequeno, descobriu que seu paraquedas era muito grande. Ele saiu do P-36 e correu para um caminhão que estava nas proximidades carregado com paraquedas para realizar a troca.
O segundo tenente Gordon H. Sterling Jr., do 46º esquadrão de caÇa, estava observando calmamente o desenrolar deste drama. Gordon tinha passado nos testes de vÔo, mas não tinha progredido tão rapidamente quanto os outros pilotos nas questÕes de formaÇão em vÔo e de tiro. Ele viu que os outros P-36 estavam comeÇando a taxiar para a decolagem e que o caÇa P-36 de Norris iria ficar para trÁs. A necessidade imediata para uma formaÇão completa impulsionou Sterling a tomar uma atitude.
Ele subiu no avião estacionado, determinado a lutar atÉ o fim. Ele deu seu relÓgio ao chefe da equipe de terra, o sargento Turner, e disse: "DÊ isso para minha mãe, eu não vou voltar!"
Sterling tinha combinado passar a tarde com sua noiva, a segundo tenente Ada M. "Peggy" Olsson, uma enfermeira do Hospital localizado no quartel Schofield. O ataque japonÊs cancelou este encontro.
Norris ainda lembra: "Quando eu corri de volta para onde "meu" avião estava estacionado, a formaÇão de caÇas P-36 jÁ estava decolando e passaram rugindo sobre a minha cabeÇa. O sargento me disse: "Senhor, o tenente Sterling levou seu avião!" e depois deu uma desculpa esfarrapada como se dissesse: "O que eu poderia fazer?"
ESTAÇãO AÉREA E NAVAL DE KANEOHE
A formaÇão de caÇas P-36 de Sanders tinha acabado de decolar do campo Wheeler, localizado a oeste das Montanhas Koolau, quando nove caÇas "Zero" da segunda onda de ataque, baseados no porta-aviÕes Soryu, iniciaram suas passagens de metralhamento contra a estaÇão aÉrea e naval de Kaneohe, localizada na costa leste de Oahu e lar dos aerobotes PBY Catalinas, aviÕes de patrulha de longo alcance. Cada shotai (ala formada por trÊs aviÕes) fez trÊs ataques contra seus alvos. O segundo shotai, liderado pelo tenente (JG) Iyozo Fujita, completou a seu ataque e voltou a formaÇão com seu Buntaicho (lÍder do esquadrão), o tenente Fusata Iida, que aguardava a chegada do terceiro shotai. O fogo anti-aÉreo de Kaneohe foi considerado com "feroz" e anotado no Kodochosho (relatÓrio de combate) do porta-aviÕes Soryu.
Fujita observou que o "Zero" de Iida tinha um vazamento de combustÍvel. Eram 09h12, Fujita ainda lembra claramente: "Iida virou-se e cumprimentou-me, em seguida, apontou para sua boca e balanÇou a cabeÇa, que significa que não havia mais combustÍvel. Em seguida, ele apontou para si mesmo, e depois para baixo. Acenou um Sayonara, fez uma curva fechada e mergulhou". Iida caiu perto de uma casa de militares localizada na base. Infelizmente, não existem fotos do local da queda.
Sendo o segundo oficial em comando, Fujita orientou uma nova formaÇão com ele como lÍder, com os dois alas de Iida formando uma ala a esquerda. Nesse exato momento, Fujita observou a aproximaÇão de um caÇa "Zero" que pertencia ao porta-aviÕes Hiryu.
CAMPO BELLOWS
Enquanto o restante da formaÇão de caÇas "Zero" do Hiryu metralhava o campo Bellows - uma nova base do corpo aÉreo do exÉrcito, ao sul de Kaneohe, onde o 44º esquadrão de caÇa estava temporariamente baseado para o treinamento de tiro - o terceiro shotai, liderado pelo suboficial de primeira classe (PO1c) Tsuguo Matsuyama com seu ala, PO1c Toshio Makinoda, tinham como missão evitar que qualquer aeronave americana decolasse. Faltava um avião nesta shotai.
O terceiro ala de Matsuyama teve problemas no motor apÓs a decolagem, mas conseguiu retornar com seguranÇa para o Hiryu. Matsuyama abateu o caÇa P-40B do segundo tenente George Whiteman no exato momento em que ele decolou. Pego decolando a baixa velocidade e com o trem de pouso ainda abaixado, Whiteman não teve a menor chance, e caiu na praia. A base aÉrea Whiteman, localizada no Missouri, foi assim nomeada em sua memÓria.
Enquanto os dois caÇas "Zero" estavam ocupados com Whiteman, o segundo tenente Samuel Bishop decolou com seu P-40B e voando a baixa altitude atÉ que se afastou da base. Matsuyama, no entanto, viu este P-40 voando baixo sobre o oceano e mergulhou atrÁs dele, metralhando o P-40. Bishop foi ferido na perna e seu caÇa caiu na Água, mas ele conseguiu nadar atÉ a costa. Ganhando altitude, Matsuyama localizou a formaÇão do Soryu. Como ele estava com pouca muniÇão, essa era uma visão bem-vinda.
O comandante de esquadrão Lew Sanders assim descreveu a aÇão que seguiu: "Decolamos a favor do vento, circundando a base e seguindo para leste. CostumÁvamos subir a toda potÊncia para alcanÇar a cobertura de nuvens, que estavam do lado leste do campo. Voei por instrumentos e saÍ por cima das nuvens cerca de um quilometro e meio a leste do campo Bellows...". Sanders viu os caÇas "Zero" do Soryu entrando em formaÇão sobre a baÍa de Kaneohe, mas ele não viu os caÇas do Hiryu metralhando o campo Bellows. "...baseado nas manobras que os caÇas inimigos realizavam, eu achei que eles tinham nos visto". No entanto, Fujita tinha mudado o seu curso para permitir que Matsuyama entrasse em formaÇão e não sabia que os caÇas P-36 estavam na Área.
Foi quando ganhava altitude para atacar a formaÇão de Fujita que Sanders percebeu que Sterling estava voando no P-36 de Norris. Não houve tempo para qualquer aÇão, exceto para alterar a formaÇão para proteger Sterling. Sanders orientou seu ala, Rasmussen, para ser o ala de Thacker.
Sanders escreveu: "Eu balanÇei as minhas asas, e o tenente Thacker posicionou-se ao meu lado. Apontei para baixo. Ele olhou para baixo e voltou a olhar para mim, balanÇando a cabeÇa dizendo "sim". Eu tambÉm olhei para Sterling, apontado para baixo, levantei um dedo e apontei para mim, indicando que seria o "número um" no ataque contra a formaÇão inimiga".
Thacker tambÉm lembra que os aviÕes japoneses estavam voando acima da baÍa de Kaneohe, onde Fujita estava esperando os trÊs últimos caÇas "Zero" se juntarem a sua formaÇão. Fujita registrou o horÁrio como sendo 09h15. No entanto, foi a chegada de Lew Sanders com sua formaÇão de quatro caÇas P-36, que surpreendeu os seis caÇas "Zero".
Na primeira passagem, Sanders atacou o avião lÍder, pilotado por Fujita. Ele comeÇou a subir lentamente para a direita e depois aumentou a velocidade acentuadamente, estolando e saindo da vista de Sanders. Rasmussen, voando a esquerda de Thacker, relatou que Fujita foi "colocado fora de aÇão de uma vez por todas", e Sanders foi mais tarde creditado com uma vitÓria aÉrea. Os dois alas de Fujita não fizeram nenhum esforÇo para acompanhar a sua manobra para a direita, mas fizeram meio rolamento para a esquerda. Sterling atacou o PO2c Takashi Okamoto, ala número trÊs de Fujita, que foi atingido duas vezes.
Esta ataque inicial desorganizou a formaÇão japonesa. Com pouca muniÇão, o "Zero" do Hiryu pilotado por PO1c Tsuguo Matsuyama mergulhou longe do combate. O resto dos caÇas "Zero" do Soryu se dividiu em dois cÍrculos concÊntricos, no sentido anti-horÁrio. As armas do caÇa de Thacker enguiÇaram durante seu ataque ao caÇa do PO1c Sosaburo Takahashi, ala de Fujita; e Rasmussen tambÉm teve problemas com suas armas. A metralhadora calibre .30 emperrou, e a de calibre .50 atirava sem controle. Antes de sua .50 ficar sem muniÇão, Rasmussen conseguiu atingir dois caÇas "Zero" pilotados por PO1c Takeshi Atsumi e PO2c Saburo Ishii e que estavam no centro da formaÇão japonesa.
Mesmo Rasmussen afirmando ter visto o avião de Fujita cair em direÇão à terra, Fujita não estava fora de aÇão. Ao estolar ele conseguiu reverter o curso e voava no sentido horÁrio, indo diretamente para Rasmussen. Fujita disse: "Quando eu parei de mergulhar e estabilizei o meu avião, eu vi o "nariz" de um caÇa inimigo na minha frente. Eu achei que não poderia mais evitar a colisão, então eu preparei a minha mente para o impacto com o avião inimigo". Rasmussen se viu olhando diretamente para o "nariz" do Zero que apareceu voando em sentido contrÁrio disposto a se chocar com ele. Fujita acrescentou: "Então, o caÇa P-36 levantou o "nariz" para evitar a colisão e mostrou o seu "estÔmago". Eu atirei balas suficientes para "costurar" o seu estÔmago. O P-36 pareceu ter sido abatido". Rasmussen conseguiu se esquivar do "Zero" e regressou a formaÇão com Thacker.
Quando Sanders se afastou de Fujita apÓs o ataque inicial, subiu 2.000 metros de altitude, voltou para o combate e viu o avião de Sterling perseguindo e disparando contra o caÇa A6M2 de Okamoto. Sanders soube imediatamente que Sterling estava em sÉrios apuros porque Fujita estava agora na cauda de Sterling, se aproximando rapidamente. Com Fujita atirando contra seu avião, Sterling abandonou a perseguiÇão ao caÇa "Zero" de Okamoto e aumentou o ângulo de mergulho. Sanders tentou acelerar e se aproximar da cauda de Fujita, mas ele estava longe demais e jÁ era tarde demais. Fujita acertou vÁrios tiros no avião de Sterling, que comeÇou a expelir fumaÇa. Com a aeronave incendiada ele mergulhou atravÉs de um grupo de nuvens direto para a baÍa. Sanders comeÇou a atingir com tiros o avião de Fujita, que foi seriamente danificado. O mergulho para o grupo de nuvens salvou tanto Okamoto quanto Fujita e encerrou o combate aÉreo.
Sanders se lembra: "Assim que eu me aproximei, ele (Fujita) conseguiu um tiro direto no avião de Sterling, que explodiu em chamas. NÓs quatro mergulhamos: o japonÊs na frente (Okamoto); então Sterling, atirando contra ele; em seguida, outro japonÊs (Fujita), e depois eu. NÓs mergulhamos na nuvem dessa maneira. Eu estava um pouco atrÁs, e quando saÍ, não havia nenhum sinal dos outros aviÕes. Da maneira como eles mergulharam, não devem ter conseguido se recuperar, então era Óbvio que todos os trÊs caÍram no mar". Posteriormente, o registro japonÊs mostraram que apenas o avião de Sterling caiu no mar. Não sabendo disto, Sanders deu um crÉdito de vitÓria para Sterling sobre Okamoto.
Tentando acionar suas armas, Thacker tinha circulado trÊs vezes quando viu o mergulho de Sterling. Rasmussen, tambÉm observou o P-36 mergulhar atravÉs da grupo de nuvens em direÇão da baÍa. Na estaÇão aÉrea e naval de Kaneohe, os marinheiros, sem saber que era um P-36 aplaudiram a derrubada de um outro avião japonÊs e relataram a "vitÓria".
Naquele momento, o terceiro shotai do Soryu chegou. O ala PO2c Jiro Tanaka atacou Thacker pela lateral. Thacker relembra: "Um tiro de canhão de 20 mm rompeu o cabo hidrÁulico do trem de pouso traseiro. AlÉm desse, o meu avião sofreu outros danos menores de armas de pequeno calibre... Eu podia sentir o cheiro de fluido hidrÁulico na cabine, então eu rapidamente mergulhei em algumas nuvens e deixei o local de combate".
PO2c Tanaka clamou o crÉdito de vitÓria aÉrea sobre o pressuposto de que ele havia atingido e abatido Thacker.
Rasmussen viu Tanaka vir em sua direÇão. Seu diÁrio diz, "eu observei a "barriga" de um caÇa e metralhei-o desde o "nariz" atÉ a "cauda". Ele acrescentou: "Eu não vi o caÇa que acertei se chocar com o solo, mas ele estava soltando fumaÇa". Rasmussen clamou esta vitÓria aÉrea como "incerta" que mais tarde foi dada como "confirmada". Tanaka, no entanto, não havia sido derrubado.
Mais tarde, Tanaka disse a Fujita que passou um grande susto quando a asa de seu avião pegou fogo causado pelo fogo antiaÉreo de Kaneohe. Ele entrou em um mergulho suicida buscando um alvo, mas o mergulho fez extinguir as chamas. Tanaka contou nove buracos em seu avião, causados pela antiaÉrea de Kaneohe e das armas do caÇa de Rasmussen.
Phil Rasmussen lembra: "E quase no mesmo instante, eu fui atingido por dois tiros de canhão de 20 milÍmetros; um no compartimento do rÁdio atrÁs da minha cabeÇa, que quebrou os vidros da cabine acima de mim. O outro, na parte da cauda, cortou meu cabo do leme e arrancou meu trem de pouso. AlÉm disso, meu caÇa foi "costurado" por balas calibre 7,7 mm. Estando praticamente sem nenhum controle sobre a aeronave e bastante assustado, eu entrei em uma nuvem, me esforÇando para estabilizar o avião e me dirigindo para o campo Wheeler.
"Toquei no alto da minha cabeÇa para ver o quanto eu estava ferido. Eu não estava usando o capacete, apenas os fones de ouvido. Para meu alÍvio, encontrei apenas pedaÇos de Plexiglas da cabine misturados em meu cabelo." Rasmussen foi atacado por dois caÇas japoneses, o do shotaicho (lÍder do vÔo) PO1c Kiichi Oda e o do seu ala, PO3c Takeo Takashima. O "Zero" de Takashima foi atingido cinco vezes durante o ataque. Nenhum dos dois pilotos clamou por vitÓria aÉrea naquele dia.
Fujita fugiu para o norte, com os dois alas de Iida, PO1c Takeshi Atsumi e PO2c Saburo Ishii. Como seu avião estava danificado pelas balas de Sanders, Fujita não poderia acompanhÁ-los quando eles viraram para oeste em direÇão ao ponto de encontro localizado a noroeste da ponta Kaena. Ele assistiu impotente quando os dois caÇas "Zero" do Soryu foram atacados por outros caÇas P-36 ao longo da costa norte.
O segundo tenente Harry W. Brown, 47º esquadrão de caÇa do campo Haleiwa, e segundo tenente Malcom "Mike" Moore, 46º esquadrão de caÇa do campo Wheeler, estavam voando nas aeronaves que atacaram esses dois caÇas "Zero" do Soryu. Moore atingiu o avião de Ishii, mas foi perseguido por Atsumi. Brown atingiu o avião de Atsumi e, anos mais tarde, ambos Fujita e Brown descreveram que viram o avião de Atsumi expelindo uma "grande labareda". Brown viu este avião pela última vez voando para o oeste da ponta Kaena. Mike Moore apenas considerou Ishii como uma "vitÓria provÁvel", mas Ishii não conseguiu retornar para o porta-aviÕes Soryu. Ambos os caÇas "Zero" foram encontrados recentemente aonde caÍram, no canal entre as ilhas de Kauai e Niihau.
Fujita ajustou seu curso diretamente para o Soryu. "Eu encontrei trÊs Aichi D3A1 "Val" mais a frente. Eu os segui", disse ele. Mas ele não estava sozinho. Lew Sanders relembra: "...eu tinha seguido a direÇão norte por alguns minutos antes de fazer um retorno para o sul, e estabilizar. Eu vi um avião não identificado vindo na minha direÇão. Quando ficou mais perto, vi a insÍgnia japonesa, acelerei a toda potÊncia e, ao se aproximar, subi rapidamente e manobrei para me colocar em posiÇão de tiro em sua cauda". Fujita recusou dar combate, mas ainda manteve a vantagem da altitude, no caso Sanders tentar alguma coisa. Ficando cada vez mais longe da costa, Sanders decidiu desistir da perseguiÇão.
Foto do P-36 pilotado por Lewis Sanders, comandante do 46º esquadrão de caÇa, fotografado logo apÓs retornar de um combate aÉreo com os caÇas japoneses. Observe a fumaÇa no fundo.
Fujita voou lentamente em direÇão à frota e foi acompanhado por outros aviÕes de sua unidade. Ele diz: "Então, meu motor comeÇou a emitir sons estranhos. Meu motor devia ter sido atingido durante o combate aÉreo. Eu estava perdendo velocidade. Meus alas estavam prÓximos de mim e pareciam estar preocupados comigo. Quando eu acionava a vÁlvula de regulagem de nÍvel, o motor voltava a funcionar normalmente. Eu indicava para eles que estava tudo bem, e eles ficavam aliviados. O motor pareceu querer parar por diversas vezes. Eu sempre acionava a vÁlvula de regulagem de nÍvel todas as vezes que isto acontecia. Era como caminhar sobre uma fina camada de gelo". Ele chegou ao porta-aviÕes às 11h45 - horÁrio do HavaÍ... a pressão do Óleo estava abaixo de zero na aproximaÇão final, e apÓs a aterrissagem no convÉs do Soryu, caiu o cilindro número um do motor do meu avião!"
APÓS A BATALHA
Em 1942, os relatÓrios da ForÇa AÉrea do ExÉrcito sobre os tripulantes perdidos em combate (MACR - Missing Air Crew Report) tentaram esclarecer os fatos sobre os aviadores perdidos. As informaÇÕes coletadas inicialmente foram de pouca valia, pois foram poucas unidades que preencheram os formulÁrios MACR durante os primeiros dias da guerra. Na era do pÓs-guerra, muitos formulÁrios MACR foram preenchidos em uma tentativa de compensar as omissÕes anteriores. ApÓs o tÉrmino da guerra, os recursos financeiros, no entanto, se esgotaram para estas pesquisas, e os resultados ainda não são abrangentes. Não hÁ um formulÁrio MACR sobre Sterling.
Desaparecido Em Combate (MIA - Missing in Action) É um termo usado pelo Setor de Assuntos relacionados a MemÓria e Baixas do ExÉrcito americano para estabelecer um valor a ser pago aos parentes prÓximos de um soldado desaparecido. Um MIA É rebaixado a classificaÇão para Corpo Não Recuperado (BNR - Body Non Recoverable) quando a pessoa É declarada morta. A Câmara Americana de ServiÇo de Registro de Sepultamentos decidiu em 26 de abril de 1948, declarar a morte de segundo tenente Gordon H. Sterling Jr., e classificÁ-lo como BNR.
Uma investigaÇão de outros registros pela USAAF sobre este caso foi relatado em 7 de marÇo de 1949: "Em vista dos resultados negativos dos esforÇos para relacionar este caso com os corpos encontrados na Área em questão, parece que o corpo do tenente Sterling estÁ perdido no mar, ao largo da costa de Oahu, como resultado de aÇão inimiga, e sob tais circunstâncias, excluÍmos a possibilidade de recuperaÇão dos seus restos mortais".
Phil Rasmussen, companheiro de quarto da Sterling, reflete: "Gordon, que eu saiba, não tinha premoniÇÕes sobre ser abatido". Gordon escreveu a seus pais no inÍcio de novembro de 1941, "Phil e eu decidimos que, se qualquer um de nÓs for abatido, nÓs vamos cair em um local onde possamos ser resgatados posteriormente, de modo que o outro poderÁ nos trazer de volta para casa. Esse É um bom acordo, exceto que É mais provÁvel que seja Phil que me trarÁ de volta para casa". Phil Rasmussen ainda estÁ esperando para levar o corpo de Gordon de volta para casa.
Autor: David Aiken
TraduÇão livre: JaponÊs (30/01/2010)
BIBLIOGRAFIA:
Revista FLIGHT JOURNAL, October 2002 by David Aiken
Artigo: Pearl Harbor's lost P-36
Livro THE WAY IT WAS - PEARL HARBOR: THE ORIGINAL PHOTOGRAPHS by J. Michael Wenger, Katherine V. Dillon e Donald M. Goldstein