A SAGA DO ESQUADRãO DE OBSERVAÇãO 6
TragÉdia e heroÍsmo esperavam pelas tripulaÇÕes dos bombardeiros SBD Dauntless em sua chegada sobre Pearl Harbor na manhã de 7 de dezembro de 1941.
Sobre o ataque da manhã de 7 de dezembro de 1941, a maioria das pessoas conhece a histÓria dos caÇas americanos Curtiss P-40 que conseguiram decolar e reagir ao ataque japonÊs. Outros sabem sobre o vÔo dos doze bombardeiros Boeing B-17 que se aproximavam do pouso em Pearl Harbor vindos da CalifÓrnia, desarmados e com pouco combustÍvel em seus tanques. Outras pessoas estão cientes dos caÇas Curtiss P-36 que tambÉm decolaram, revidando ao ataque. Mas quase ninguÉm sabe a histÓria completa dos 18 bombardeiros de mergulho Douglas SBD Dauntless do porta-aviÕes Enterprise, que chegaram sobre Pearl Harbor, quase simultaneamente com os aviÕes japoneses. Estes eram os aviÕes do Esquadrão de ObservaÇão 6.
Havia trÊs porta-aviÕes americanos na região do PacÍfico naquele dia. O USS Saratoga (CV-3) estava passando por uma revisão em San Diego. O USS Lexington (CV-2) que tinha acabado de sair para entregar aeronaves para o atol de Midway. E o USS Enterprise (CV-6), que retornava de uma entrega semelhante de caÇas dos fuzileiros navais para a ilha de Wake. Ele deveria voltar a Pearl Harbor no dia 6 de dezembro. Felizmente, este retorno foi adiado por causa de uma tempestade. Halsey reduziu a velocidade e o navio sÓ chegou ao porto no dia 8 de dezembro de 1941.
Ao contrÁrio dos aviÕes do ExÉrcito que se envolveram em combates aÉreos naquele dia, os aviadores da Marinha viram primeiro seus oponentes. Eles voavam em prontidão de combate, e tinham ordens para bombardear qualquer navio ou submarino inimigo no mar e abater aviÕes japoneses hostis que cruzassem seu caminho. Suas armas estavam carregadas. Mas como os outros militares americanos, eles não esperavam serem atacados em sua prÓpria base. Eles pensaram que a fumaÇa que subia da ilha de Oahu era da queimada realizada nos canaviais. Pensaram que o fogo de artilharia anti-aÉrea era das manobras de treinamento do ExÉrcito. Eles pensaram que as esquadrilhas de aviÕes camuflados de verde escuro pertenciam aos aviadores do ExÉrcito. SÓ quando eles se tornaram alvos da defesa anti-aÉrea ao sobrevoarem Pearl Harbor É que perceberam a realidade.
às 06h15 do dia 7 de dezembro, os porta-aviÕes japoneses lanÇaram sua primeira onda de ataque cerca de 400 quilÔmetros a noroeste da ilha de Oahu. Exatamente neste momento, Halsey ordenou o lanÇamento de seus aviÕes para um vÔo de observaÇão de rotina, para explorar a rota que seria navegada pelo porta-aviÕes Enterprise, dois cruzadores e seis destrÓieres, que faziam parte da ForÇa Tarefa 8. LanÇados de cerca de 320 quilÔmetros a oeste de Oahu, estas unidades de patrulha cobririam um raio de 180 graus à sua frente. A missão seria realizada por nove pares de bombardeiros de mergulho modelos SBD-2 e SBD-3 "Dauntless", formados principalmente por aviÕes de Esquadrão de ObservaÇão 6, mas incluindo alguns aviÕes do Esquadrão de Bombardeio 6. Cada par de aviÕes realizaria um vÔo de observaÇão em ziguezague e em seguida, continuariam voando atÉ aterrissarem na base aeronaval (NAS) localizada na ilha Ford.
às 06h45, minutos apÓs ambas as frotas terem lanÇado seus aviÕes, o destrÓier americano USS Ward atirou e afundou um submarino-anão japonÊs. às 07h05, a estaÇão de radar do ExÉrcito localizada na ponta Opana captou o sinal da primeira onda de ataque na tela. Treze minutos depois, a segunda onda de ataque japonesa foi lanÇada. às 07h49, o comandante Fuchida enviou a mensagem: To-To-To, e o ataque comeÇou.
Por manter restrito silÊncio de rÁdio, Halsey não informou Pearl Harbor sobre a aproximaÇão de suas patrulhas de reconhecimento e quando a notÍcia do ataque chegou atÉ ele, seu primeiro pensamento foi que seus SBD tinham sido confundidos com aviÕes japoneses.
Provavelmente, os primeiros aviÕes a chegarem na Área onde ocorriam os ataques foram o SBD (cÓdigo lateral 6-S-16) tripulado por Frank A. Patriarca (piloto) e DeLuca (operador de rÁdio/artilheiro) e o SBD (cÓdigo lateral 6-S-15) tripulado pelo W. M. Willis (piloto) e Fred J. Ducolon (operador de rÁdio/artilheiro). Eles quase conseguiram aterrissar na EstaÇão Naval e AÉrea da Marinha na ilha Ford. Os dois passaram pela ponta Barbers, circulando a base Ewa e estavam alinhados para sua aproximaÇão final e pouso quando o ataque comeÇou. Eles notaram a aÇão da anti-aÉrea, a fumaÇa e o fogo, mas foi somente quando um bombardeiro de mergulho japonÊs "Val" cruzou seu caminho que Patriarca entendeu que algo estava muito errado. No mesmo instante balas incendiÁrias comeÇaram a zumbir na direÇão de seu avião.
Imediatamente, ele acelerou o motor radial Wright R-1820 de seu SBD e mergulhou e se dirigiu para o alto-mar. Ele decidiu tentar retornar ao porta-aviÕes Enterprise quando percebeu que estava sozinho. Depois de procurar pelo avião 6-S-15 notou que estava com pouco combustÍvel e acabou pousando na base Burns, na ilha de Kauai. Willis e Ducolon nunca mais foram encontrados. Os pilotos dos caÇas "Zero" do porta-aviÕes Soryu, sob a lideranÇa do tenente Masaji Suganami, apÓs seu retorno reivindicaram a derrubada de cinco bombardeiros SBD.
No mesmo horÁrio, o bombardeiro SBD (cÓdigo lateral 6-B-3) tripulado por Manuel Gonzalez (piloto) e Leonard J. Kozelek (operador de rÁdio/artilheiro) e o SBD (cÓdigo lateral 6-B-12) tripulado por Frank T. Weber (piloto) e Keaney (operador de rÁdio/artilheiro) aproximaram-se da ilha de Oahu. NinguÉm sabe exatamente o que aconteceu com Gonzalez naquele dia, mas Weber informou que ele estava voando a 150 metros acima e atrÁs de Gonzalez, quando observou uma esquadrilha formada por muitos "aviÕes do ExÉrcito" circulando sobre a base Ewa a uma altitude de cerca de 1.200 metros. Quando ele olhou para trÁs, Gonzales tinha desaparecido.
A última mensagem de rÁdio de Gonzales - que foi ouvida por vÁrias outras aeronaves SBD - foi: "Não atirem. Este É um avião americano!". Momentos depois ouviu-se Gonzales falar para que seu artilheiro liberasse o bote de borracha porque eles estavam caindo no mar. Nada mais foi ouvido e nenhum vestÍgio deles jamais foi encontrado.
É difÍcil de acreditar que os bombardeiros de mergulho "Val" do porta-aviÕes Shokaku tenham abatido apenas o avião de Gonzalez, e que o avião de Weber não tenha sido atacado. O SBD do piloto Weber comeÇou inocentemente a circular pela Área e realizou quatro ou cinco manobras em S tentando encontrar o avião de Gonzales. Não percebendo que Oahu estava sob ataque e por não encontrar o seu ala 6-B-3, Weber continuou em direÇão da ilha Ford se perguntando por que havia tanta fumaÇa no ar. Seu azar foi o fato de ter orientado seu radiotelegrafista a mudar de frequÊncia para obter uma melhor orientaÇão para sua aproximaÇão de Pearl Harbor e, assim, perdeu a última mensagem enviada por Gonzales.
Finalmente, Weber observou um avião cerca de 6 quilÔmetros à sua frente. Pensando que fosse Gonzales ele aumentou a velocidade e tentou entrar em formaÇão um pouco acima, quando de repente este avião virou 180 graus e se aproximou. Apesar da fumaÇa causada pelo fogo anti-aÉreo e do desaparecimento do avião 6-B-3, Weber fez uma volta lenta para ajudar a outra aeronave que se aproximava. SÓ quando o avião estava bem prÓximo É que, finalmente, Weber foi capaz de ver os cÍrculos vermelhos nas asas, identificando-o como sendo um avião japonÊs. Weber imediatamente aumentou a velocidade e mergulhou a uma altitude de 750 metros.
A aeronave japonesa não seguiu Weber que comeÇou a circular a poucos quilÔmetros ao sul da ponta Barbers quando outros aviÕes do USS Enterprise comeÇaram a chegar.
Por volta das 08h20, o SBD (cÓdigo lateral 6-S-14) tripulado por E. T. Deacon (piloto) e Audrey G. Coselett (operador de rÁdio/artilheiro) e o SBD (cÓdigo lateral 6-B-9) tripulado por W. E. Roberts (piloto) e D. H. Jones (operador de rÁdio/artilheiro) chegaram prÓximos da ponta Kaena. Eles observaram cerca de 30 aeronaves voando em formaÇão parecida com uma longa fileira, a uma altitude de 300 metros e a apenas 1.200 metros de distância. Roberts observou a camuflagem verde e pensou que eram aeronaves da ForÇa Áerea do ExÉrcito americano. Uma destas aeronaves chegou tão perto que Roberts balanÇou suas asas acenando para o avião que passou bem prÓximo. "O significado dos cÍrculos vermelhos nas asas, não me chamou atenÇão atÉ mais tarde".
A formaÇão de aviÕes japoneses não os atacou e nem eles. Mantiveram-se em direÇão a ilha Ford atÉ que ouviram a mensagem de Gonzales: "Não atirem!...". Então eles armaram suas metralhadoras e continuaram a seguir em frente, observando cerca de 20 caÇas voando sobre Pearl Harbor. Cerca de 25 bombardeiros de mergulho japoneses estavam voando em sua direÇão, estes "Val" tinham acabado de recuperar de seus ataques de bombardeio. Os dois pilotos americanos Deacon e Roberts manobraram em direÇão ao solo para fazerem uma aproximaÇão rasante de pouso no campo Hickam, passando diretamente sobre o Forte Weaver. Quando eles estavam passando sobre o Forte Weaver a uma altitude de apenas 600 m, os artilheiros do ExÉrcito abriram fogo. O motor do SBD 6-B-9 comeÇou a falhar e soltou um rastro de fumaÇa. Este avião virou em direÇão à Água. Roberts observou as balas incendiÁrias da anti-aÉrea vindo tambÉm em sua direÇão, mas foi capaz de continuar em frente e aterrissou na base Hickam, apesar de sua asa esquerda ter sido perfurada e estar com um vazamento de gasolina. De lÁ Roberts assistiu a segunda onda de ataque se aproximar e a base Hickam ser novamente alvejada. Seu artilheiro Jones aproveitou a oportunidade para acionar sua metralhadora traseira contra os atacantes, atÉ que sua muniÇão se esgotou.
Enquanto isso, Deacon foi capaz de amerrissar seu avião onde a Água tinha apenas dois metros de profundidade, a uma certa distância da praia. Eles se tornaram alvo dos tiros de soldados do ExÉrcito armados com fuzis e metralhadoras. Coslett foi atingido no braÇo direito e no pescoÇo. Deacon foi atingido de raspão na coxa e outro tiro atravessou seu pÁra-quedas. Abandonando seu avião que jÁ estava afundando, ele usou um cabo do rÁdio para estancar o sangue dos ferimentos de Coslett e liberou o bote salva-vidas, para tentar escapar em direÇão ao mar. Depois de remar cerca de 900 metros da praia, os dois foram recolhidos por um barco de salvamento.
O Tenente Comandante Howard L. "Brigham" Young era o comandante do grupo aÉreo do Enterprise, e estava voando com o tenente Bromfield B. Nichols, um dos oficiais de tÁtica de Halsey, no banco do artilheiro do SBD cÓdigo lateral COMMANDER ENTERPRISE GROUP. Seu ala era o SBD (cÓdigo lateral 6-S-2) tripulado por P. L. Teaff (piloto) e Jinks (operador de rÁdio/artilheiro). Quando eles se aproximaram da ponta Barbers, tambÉm viram uma grande fileira de "aviÕes do ExÉrcito" e por isso passaram de lado e continuaram em direÇão a ilha Ford. Teaff estava voando acima e atrÁs de Young e observou atentamente quando um dos aviÕes do "ExÉrcito" manobrou e atacou. Embora Teaff tenha visto este avião se aproximando por trÁs, ele não fez nenhum esforÇo para escapar. O caÇa nipÔnico abriu fogo quando estava a apenas 70 metros de distância. Nem Teaff e nem Jinks foram atingidos, apesar do seu avião ter sido "costurado" pelas balas japonesas. Ele observou ainda que algumas balas ricochetearam nas asas do SBD.
Reagindo ao ataque, Teaff manobrou para a direita para permitir que seu artilheiro Jinks pudesse disparar uma rajada curta contra o caÇa japonÊs, que continuou em frente para atacar seu prÓximo alvo, o avião do comandante Young. Ao se aproximar, o caÇa japonÊs abriu fogo novamente. Young lembra que este ataque aconteceu no exato momento em que ele "percebeu" que Pearl Harbor estava sob ataque, e imediatamente manobrou mergulhando para longe em ziguezague. Seu avião não sofreu danos.
Young e Teaff continuaram em direÇão da ilha Ford e tentaram aterrissar no meio do ataque. É claro que ambos os aviÕes se tornaram alvos do fogo anti-aÉreo pesado que vinha de todos os lados, mesmo com o trem de pouso abaixado, e as luzes de sinalizaÇão piscando. Young lembrou: "Eu fiquei sob fogo amigo atÉ que minhas rodas tocaram o chão na ilha Ford - algumas das armas atirando de distância de apenas 45 metros".
Os prÓximos aviÕes a se aproximarem parece terem sido o SBD (cÓdigo lateral 6-S-4) tripulado pelo tenente Clarence E. Dickinson (piloto) e William C. Miller (operador de rÁdio/artilheiro) e seu ala SBD (cÓdigo lateral 6-S-9), tripulado por John R. "Bud" McCarthy (piloto) e Mitchell Cohn (operador de rÁdio/artilheiro). Por volta das 08h25 eles estavam se aproximando da ponta Barbers, quando notaram colunas de Água e o fogo anti-aÉreo sobre Pearl Harbor. A Área estava cheia de fumaÇa.
Dickinson ordenou imediatamente que McCarthy se aproximasse em formaÇão fechada e subiram para 1.200 metros. LÁ eles foram atacados por caÇas que se concentraram no avião 6-S-9. Juntos, eles mergulharam para 300 metros, quando foram atacados por mais caÇas. Olhando para trÁs, Dickinson viu o avião de McCarthy pegar fogo no lado direito do motor e no tanque de combustÍvel principal. Este avião perdeu velocidade e comeÇou a girar em direÇão ao solo, atÉ que se chocou em terra. Ele viu apenas um pÁra-quedas. McCarthy tinha conseguido saltar, mas ele quebrou a perna, presumivelmente, ao bater no estabilizador traseiro do seu avião.
Enquanto isso, Dickinson tambÉm foi atacado por cerca de trÊs ou cinco caÇas "Zero". Quando ele mergulhou seu artilheiro abriu fogo e disse: "Sr. Dickinson, eu fui ferido, mas acho que peguei um desses filhos da p...". Poucos minutos depois, ele informou que gastara toda a muniÇão e então deu outro grito. Quando olhou para trÁs, Dickinson viu um avião japonÊs pegando fogo e perdendo altitude e velocidade.
Como o caÇa atacante se afastou acelerando, ele foi capaz de acionar suas metralhadoras dianteiras com duas rajadas, mas que tiveram pouco efeito. Os ataques continuaram e ele sÓ podia assistir, impotente, quando buracos de balas comeÇaram a aparecer em suas asas. Surpreendentemente, ele não estava gravemente ferido, mas seu tornozelo foi atingido de raspão e havia cortes horizontais em sua meia. Em seguida seu tanque de combustÍvel à esquerda estava pegando fogo e ele perdeu todo o controle de sua aeronave. Seu SBD comeÇou a pender para a direita, então Dickinson orientou Miller para abandonar o avião e, em seguida, saltou. Ele chegou ao solo sozinho e sem grandes ferimentos, prÓximo do campo Ewa. O artilheiro Miller não conseguiu saltar.
No solo, Dickinson foi capaz de pegar uma carona com um casal de idosos a caminho de um piquenique que ainda não tinham percebido o que estava acontecendo. Eles sÓ acreditaram quando uma van que seguia a frente deles foi atingida por fogo de metralhadora e canhão. Momentos depois a Van saiu para fora da estrada com seus pneus murchos, cobertos de poeira e com buracos.
Sete SBD ficaram circulando cerca de 1.600 metros ao largo da ponta Barbers, a uma altitude de cerca de 500 pÉs. Acima deles aviÕes inimigos circulavam a cerca de 1.000 ou 1.200 metros. A cerca de dezesseis quilÔmetros em direÇão ao mar outros aviÕes inimigos entravam em formaÇão esperando pelos outros atacantes.
Posteriormente, este grupo de sete aviÕes SBD tentou aterrissar no campo Ewa, mas foram orientados pela equipe de terra a decolar e voaram em direÇão da ilha Ford. Quando eles se aproximaram da ilha Ford, se tornaram alvo das baterias anti-aÉreas, o grupo se desfez. Gallaher, West e Dobson foram persistentes e conseguiram pousar na ilha Ford, enquanto outros voltaram para Ewa, onde desta vez conseguiram aterrissar. Eles foram reabastecidos e rearmados.
Neste momento o piloto C. R. Walters do Esquadrão de Bombardeio 6 fez contato com o que ele descreveu como um porta-aviÕes da classe Soryu e um cruzador da classe Jintsu. Ao tentar observar os navios, ele foi perseguido por um monoplano bimotor "prateado" que possuÍa dois estabilizadores verticais. Walters evitou o ataque e escapou mergulhando a toda velocidade para uma altitude de 750 metros, se dirigindo para a ilha de Kauai e depois para Oahu, conseguindo aterrissar na baÍa de Kaneohe. Nenhum navio japonÊs estava na Área que ele sobrevoou e não se sabe o que ele realmente viu.
Uma das estÓrias mais comuns em livros e revistas sobre o ataque a Pearl Harbor É a da colisão aÉrea entre um "Zero" do porta-aviÕes Kaga e um "Dauntless". Ela foi inventada por um oficial do ExÉrcito Americano que observou os locais da queda do SBD do USS Enterprise, pilotado por Vogt e do Aichi D3A1 (cÓdigo de cauda BII-233) do porta-aviÕes Hiryu e derrubado pelo Ten. Ken Taylor. Ele criou esta estÓria porque os dois locais eram bem prÓximos um do outro a leste da base Ewa. Vogt foi abatido durante o ataque da primeira onda, e o BII-233 caiu durante o ataque da segunda onda. Esta foto foi tirada pelo tripulante de um B-17 que testemunhou o combate aÉreo e a derrubada do "Val".
às 09h30 os aviÕes japoneses sobreviventes escaparam retornando aos seus porta-aviÕes.
às 10h30 Hopping decolou sozinho da ilha Ford para investigar a informaÇão de que dois porta-aviÕes japoneses estavam a cerca de 40 a 64 quilÔmetros a oeste ou sudoeste da ponta Barbers. Ele voltou às 11h45 sendo alvo de uma barragem leve de fogo anti-aÉreo.
às 11h15 Hilton, Kroeger e Weber foram requisitados a acompanhar um vÔo de bombardeiros do ExÉrcito decolando do campo Hickam. Decolaram debaixo de barragem da anti-aÉrea. Ao se aproximarem do campo Hickam não encontraram os bombardeiros do ExÉrcito, então retornaram para a ilha Ford.
às 12h10, nove SBD formaram trÊs alas que consistiam de: Hopping, Teaff e Kroeger; Gallaher, West e Dobson; Dickinson, Hilton e Weber. Eles realizaram vÔos de observaÇão numa Área a 320 quilÔmetros ao norte da ilha de Oahu. Nenhum contato foi feito e eles retornaram às 15h45.
Por volta das 17h00 o porta-aviÕes Enterprise tentou realizar um contra ataque organizado contra os porta-aviÕes japoneses. Dezoito torpedeiros TBD "Devastator", os seis restantes SBD "Dauntless" do Esquadrão de Bombardeio 6 (que estavam equipados com geradores de fumaÇa para proteger os aviÕes torpedeiros) e uma escolta de seis F4F "Wildcat" foram lanÇados para atacar uma forÇa supostamente localizada a sudeste da ForÇa Tarefa Oito. Nada foi encontrado e a maioria dos aviÕes retornaram ao USS Enterprise, todavia o tenente Francis "Fritz" Hebel e seus Wildcats foram direcionados para aterrissar na ilha Ford.
Embora o ExÉrcito e a Marinha tenham sido informados diversas vezes sobre a aproximaÇão dos seis caÇas F4F, às 21h10, a noite escura ficou tragicamente repleta de balas incendiÁrias. Quatro dos "Wildcat" foram derrubados, um aterrisou na ilha Ford e outro escapou e acabou descendo em um pequeno campo de golfe. Dos quatro aviÕes abatidos, apenas um piloto foi capaz de saltar de pÁra-quedas em seguranÇa em um canavial. A respeito dos outros trÊs pilotos, um morreu dentro de seu avião e os outros dois morreram em decorrÊncia dos ferimentos.
O dia 7 de dezembro de 1941 passou para a histÓria, a bravura, as conseqÜÊncias e os erros daquele dia serão examinados e discutidos pelas geraÇÕes vindouras. Mas os homens dos EsquadrÕes de Bombardeiro e ObservaÇão 6, do USS Enterprise, tÊm motivos para se orgulharem de seu papel nos acontecimentos daquele dia. Eles lutaram bem e perseveraram mesmo debaixo de fogo pesado, boa parte dele vindo de sua prÓpria artilharia anti-aÉrea. Eles devem ser sempre lembrados.
P.S.
1. Os caÇas “Zero” do porta-aviÕes Soryu eram liderados pelo tenente Masaji Suganami (buntaicho) que pilotava o avião cÓdigo BI-181. ApÓs atacarem a base aÉrea de Wheeler eles se dirigiram para a base aÉrea Ewa. Eles chegaram no exato momento da chegada dos aviÕes americanos SBD "Dauntless" que haviam decolado do USS Enterprise. Suganami atacou dois dos SBD. O fogo de retorno de um dos SBD atingiu seu ala número dois, ferindo o piloto, que precisou deixar o combate e retornar imediatamente para o porta-aviÕes Soryu.
O ala número trÊs foi capaz de atacar e abater os dois SBD que caÍram em direÇão ao solo. Um dos tripulantes ainda estÁ desaparecido e listado com MIA (Missing In Action - Desaparecido em Combate).
Um caÇa do Soryu que estava voando como cobertura para os aviÕes que atacavam a base Ewa atacou diversos SBD. Ele abateu dois deles. Um destes estÁ perdido atÉ hoje, pois caiu no mar. Este caÇa japonÊs se aproximou para dar o “bote” em um terceiro SBD quando a anti-aÉrea do forte Weaver abateu o SBD.
O piloto PO1c Isao Doikawa alegou trÊs SBD abatidos e o PO3c Shinichi Suzuki alegou dois SBD abatidos. Na verdade este grupo de caÇas do Soryu abateram quatro SBD, cÓdigos laterias 6-S-3 (Vogt), 6-S-4 (Dickinson) e 6-S-9 (McCarthy) sobre a solo prÓximo da base Ewa, 6-S-15 (Willis) sobre o mar. O quinto SBD 6-S-14 (Deacon) foi abatido pela AA do forte Weaver.
2. Os primeiros bombardeiros de mergulho “Val”, pertencentes ao porta-aviÕes Shokaku retornavam do ataque a Pearl Harbor e contra a base de Hickam. Quando chegaram ao ponto de reencontro, cerca de 32 km a noroeste da ponta Kaena, um SBD se aproximou ingenuamente. O avião americano foi atacado por trÊs “Val” e acabou abatido. A tripulaÇão deste sexto SBD (cÓdigo lateral 6-B-3), formada por Manuel Gonzales (piloto) e Kozelek (artilheiro), que caiu no mar estÁ desaparecida atÉ hoje.
TraduÇão livre: JaponÊs (07/08/2010)
BIBLIOGRAFIA:
1. Revista Air Classics, April 2004 - Saga of SCOUTING SQUADRON 6 - by Richard L Hayes.
2. Livro THE WAY IT WAS - PEARL HARBOR - by J. Michael Wenger, Donald M. Goldstein e Katherine V. Dillon
3. Site: http://www.cv6.org/ship/logs/ph/default.htm