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O caÇa Mitsubishi "Zero", pilotado pelo suboficial de primeira classe (PO1c) Takeshi Hirano, foi abatido sobre Pearl Harbor e revelou, surpreendentemente, poucos fatos sobre este caÇa misterioso, mas forneceu um mapa que deu pistas interessantes sobre a localizaÇão da frota japonesa.

 

Pouco antes das 8 horas do dia 7 de dezembro de 1941, as forÇas aÉreas japonesas se aproximavam da ilha de Oahu para atacarem seus objetivos. Um sinal de cÓdigo foi enviado para a frota, indicando que as aeronaves de ataque tinham conseguido surpresa total. O tenente comandante Shigeru Itaya, lÍder de todos os caÇas da primeira onda, levou sua prÓpria ala de nove caÇas Mitsubishi A6M2 ao longo do lado ocidental da Serra Koolau. Cada caÇa tinha uma faixa vertical vermelha na fuselagem indicando que pertencia ao porta-aviÕes Akagi. Voando em missão de escolta, eles estavam muito acima e à esquerda dos 26 bombardeiros de mergulho Aichi D3A1 do porta-aviÕes Shokaku que estavam se dirigindo para atacar a EstaÇão AÉrea e Naval da ilha Ford - no meio de Pearl Harbor, e a base aÉrea do Campo Hickam.
Quando Itaya aproximou-se do desfiladeiro de Pali Nuuanu, parte de uma cadeia de montanhas histÓricas do HavaÍ, ele avistou um par de aviÕes de treinamento um pouco acima das nuvens. Sua shotai (unidade formada por trÊs aviÕes) atacou. Itaya errou, mas seus dois alas, suboficiais de primeira classe (PO1c) Takeshi Hirano e (PO1c) Shinaji Iwama, compartilharam a vitÓria sobre um dos aviÕes, um Piper Cub civil. Foi o primeiro avião americano abatido na II Guerra Mundial.
Ao ser atingido pelo fogo concentrado, o motor do Cub foi arrancado ainda fixo em seu suporte. O piloto do Cub, Marcus F. Poston, conseguiu saltar do avião com seguranÇa. Ele era um mecânico de 2ª classe do navio USS Argonne. Ele tinha pensado que aquela manhã de domingo seria agradÁvel para ter uma liÇão de vÔo. Mais tarde, carregando seu paraquedas, Poston desceu a montanha em direÇão à estrada do Vale Kalihi. Um cidadão assustado ligou para a polÍcia com a primeira descriÇão de um paraquedista "japonÊs" utilizando uniforme azul com emblema vermelho. Esta descriÇão correu Oahu, e ordens foram emitidas para os marinheiros americanos mudarem seus uniformes. Entre as alteraÇÕes ordenadas naquele dia estava a mudanÇa da cor do branco utilizada pela Marinha. Os uniformes foram mergulhados no cafÉ. Esses uniformes seriam vistos durante meses.


Deixando a missão de escolta dos bombardeiros de mergulho do Shokaku, os caÇas "Zero" do porta-aviÕes Akagi voaram para o sul sobre a cidade de Honolulu. Com a superioridade aÉrea assegurada, Itaya levou seus nove caÇas "Zero" para o norte para metralhar o aeroporto civil John Rodgers (agora Aeroporto Internacional de Honolulu) e o Campo Hickam, base dos bombardeiros do ExÉrcito dos Estados Unidos.
Sobrevoando o aeroporto John Rodgers, a instrutora Cornelia Fort, de apenas 22 anos, e seu aluno estavam treinando toques-e-arremetidas em um avião civil Interstate Cadet. Ela escreveu: "Manobrando na direÇão do vento para a aterrissagem final, eu estava quase entregando os comandos para o aluno fazer um solo, casualmente olhei em volta e vi um avião militar vindo da direÇão do mar... diretamente para mim. Eu puxei os controles longe do meu aluno e pressionei a vÁlvula reguladora para conseguir passar por acima do avião que se aproximava. Passou tão perto de nÓs que as janelas de celulÓide sacudiram violentamente...". Ela desembarcou com rapidez e seguranÇa, apesar das balas que choveram em torno dela.
Na sua primeira passagem de metralhamento no aeroporto John Rodgers, os caÇas de Itaya atingiram um avião de passageiros Douglas DC-3 das Linhas AÉreas Havaianas cheio de passageiros, que comeÇou a pegar fogo. Milagrosamente, ninguÉm ficou ferido ou foi morto. Na última passagem, um extintor de incÊndio foi atingido, apagando o fogo!
Os atentos pilotos de caÇa do Akagi notaram grandes "aviÕes de transporte" se aproximando para aterrissar no Campo Hickam, na verdade era uma ala de bombardeiros Boeing B-17 que estavam voando desde o continente americano. O suboficial de primeira classe (PO1c) Juichiro Hanyu atacou o primeiro B-17C, pilotado pelo tenente Robert Richards, que escapou com feridos a bordo. Ele buscou seguranÇa ao pousar na pista da base aÉrea do Campo Bellows, mais para o leste.
Itaya comandou seu prÓprio shotai num ataque contra a prÓxima B-17C, pilotada pelo tenente Raymond Swenson. Passando na direÇão oposta do lado de estibordo de Swenson, PO1c Hirano e PO1c Iwama viraram e atacaram por trÁs, mas foram muito rÁpidos em suas passagens errando o alvo. Itaya acompanhou a velocidade do bombardeiro e comeÇou a descarregar a carga de suas metralhadoras de 7,7 milÍmetros na fuselagem do B-17C de uma distância de apenas 100 metros. Sinalizadores alojados no compartimento do rÁdio explodiram, provocando um incÊndio. As balas continuaram a atravessar a fuselagem e atingiram um tanque de combustÍvel vazio e a Área da cabine. O cirurgião de bordo, 1º tenente William Schick, era um dos passageiros, e foi atingido nas costas. Swenson foi capaz de pousar o avião atingido, que rapidamente se incendiou. Schick caminhou atÉ o hospital, mas morreu antes que os mÉdicos pudessem dar atendimento para ele.

 

 

Marcas do caÇa A6M2 de PO1c Takeshi Hirano - porta-aviÕes Akagi.

 

Para continuar as passagens de metralhamento no Campo Hickam, Itaya conduziu sua ala sobre o canal de passagem de navios do porto e sobre o Forte Kamehameha do lado leste da entrada do canal. às 8h10 o destrÓier USS Helm, estava atracado voltado na direÇão do mar, atrÁs do caÇa-minas USS Bobolink, ao longo do canal. O fogo combinado da antiaÉrea dos dois navios e da antiaÉrea no solo teria atingido o caÇa "Zero" pilotado por PO1c Takeshi Hirano.
A bordo do USS Helm, o artilheiro 2ª classe W. O. Huff viu o seu alvo desviar bruscamente e cair atrÁs das Árvores perto do Campo Hickam. Mais tarde, ele recebeu uma comenda oficial. Em Forte Kam, o sargento Casmir Jankauskas e o cabo Charles D. Keith, ambos da 55ª Unidade de Artilharia Costeira, tambÉm receberam elogios oficiais por derrubar o avião. Quatro equipes de outras baterias antiaÉreas tambÉm fizeram reivindicaÇÕes.

 

 

Hirano chocou-se contra uma oficina de reparos de mÁquinas e de muniÇão do Forte Kamehameha.

 

Hirano guiou seu caÇa "Zero" danificado em direÇão a uma rua do Forte Kamehameha. Ao esbarrar a asa de seu caÇa em algumas palmeiras, o manche foi arrancado de sua mão. O caÇa bateu na entrada da oficina de reparos de mÁquinas e de muniÇão. Um homem escapou de ser morto quando mergulhou para o solo e o avião passou raspando sobre suas costas. Muitos homens da 41ª Unidade de Artilharia Costeira, estavam à espera de fuzis e muniÇão, buscaram proteÇão no prÉdio. Joseph Medure lembrou: "O cabo da guarda era um rapaz bonito, cabo Claude L. Bryant, apelidado de "músculos", era um levantador de peso. Ele foi morto pelo impacto do avião. Ele viveria muito tempo, talvez devido à seu fÍsico e constituiÇão forte". Os outros mortos eram Eugene R. Bubb e Donat George Duquette Jr. e Oreste DaTorre. Dois homens foram decapitados. Michael Stabile anotou em seu caderno que Bubb foi identificado somente pelo canÁrio tatuado no ombro esquerdo.
Creed Shortt, o motorista da ambulância do Forte Kam, estava lavando sua ambulância quando o ataque comeÇou. Ele se dirigiu ao local e foi informado da queda do avião. Ele resgatou nove feridos no local. O sargento Eddie Holden responsabilizou o soldado John B. Littrell, para guardar o caÇa danificado. Littrell foi orientado para manter distante os fumantes devido um grande vazamento de combustÍvel. Ele convocou outros soldados para ajudÁ-lo.
O primeiro-tenente R. Glenn Elliott, oficial assistente de operaÇÕes de defesa do porto, recordou: "Eu era o atual oficial sÊnior de plantão no posto de comando na bateria Hasbrook quando alguÉm telefonou ou enviou uma mensagem de que um avião havia caÍdo. Deixei o 2º tenente Elmer Twining como responsÁvel e corri todo o caminho atÉ o acidente. Foi em frente ao prÉdio muniÇÕes de artilharia perto da doca de carregamento. VÁrios militares jÁ estavam no local da queda quando eu cheguei. Lembro-me de ver o soldado Littrell no local do acidente". Elliot disse ao oficial de artilharia sargento Frank Luciano, que chegou em um carro do comando, e ao sargento Ronald D. Moton: "ajudem-me a chegar a cabine, enquanto subo em cima da asa para eu poder alcanÇar o piloto". Um dos dois usou uma capa de chuva para impedir o sangue de manchar sua roupa.
Para certificar-se que o piloto era japonÊs, Moton disse: "Eu levantei a cabeÇa pela parte de cima do capacete e puxei para trÁs e tudo o que eu podia ver e que não fora esmagado eram seus olhos oblÍquos". O cinto de seguranÇa do assento do piloto tinha quebrado e seu corpo arremessado com forÇa substancial contra o painel de instrumentos.
"Ele jÁ estava morto, mas em bom estado, não estava muito ensangÜentado e praticamente intacto", disse Elliott. "Eu peguei um mapa da cabine e procurei por sua identificaÇão. Sua carteira tinha algum dinheiro americano e nomes em inglÊs, bem como em japonÊs. O mapa mostrava as linhas convergindo para um ponto situado 50 milhas ao largo da Ponta Kaena, todos originÁrios da direÇão noroeste. O mapa tinha muitas inscriÇÕes em japonÊs. Tirei tudo e voltei ao posto de comando com o sargento Luciano".

 

 

O estabilizador vertical e o leme do caÇa Zero, mostrando as marcaÇÕes do porta-aviÕes Akagi, estão bastante intactos.

 

CaÇadores de souvenir se aproximaram do avião imediatamente apÓs Elliott sair, e os objetos com escrita japonesa foram retirados. As identificaÇÕes com o nome de Hirano foram removidas de seu uniforme, assim como as placas de dados e o número sÉrie principal pintado em estÊncil. O soldado Leroy Binderup, da 41ª Unidade de Artilharia Costeira, quase pegou a pistola Nambu do piloto, mas um dos guardas de Littrell disse-lhe para devolvÊ-la ao local. No entanto, outro caÇador de souvenir, soldado Harold Gabriel, pegou a pistola.
Elliott enviou o mapa e a carteira com todo o conteúdo para o escritÓrio de contra-espionagem do ExÉrcito em Honolulu. O Segundo-Tenente Malcolm D. Atkin e seu pai, o capitão Robert T. Atkin, ambos ligados ao G-2 (setor de inteligÊncia) sediado em Forte Shafter, tinham sido chamados para seu escritÓrio quando o ataque comeÇou. Eles estavam coordenando as atividades junto com os assistentes do escritÓrio de campo do FBI que ficava ao lado, quando o pacote de Elliott chegou.
Como os tradutores da lÍngua japonesa ainda não tinham chegado, os Atkins foram orientados a levar o mapa para a Sede do G-2 "imediatamente para anÁlise do intÉrprete japonÊs de lÁ", explicou Malcolm Atkin. Mas, em Forte Shafter, o tenente-coronel Kendall Fielder, chefe de inteligÊncia do general Walter Short, tambÉm não tinha um intÉrprete. Fielder sabia que o Campo Hickam se preparava para montar um contra-ataque de retaliaÇão, então ele ordenou a Atkins para entregar o mapa lÁ.
No quartel-general do Campo Hickam, o comandante da ForÇa AÉrea Havaiana, major-general Frederick L. Martin, lembrou: "Depois que despachei o primeiro dos quatro Douglas A-20 às 11h27, recebemos uma carta que tinha sido recuperada de um piloto cujo avião foi derrubado prÓximo do Forte Kamehameha... Este mapa tinha cerca de 10 cursos definidos nele para um ponto a noroeste da ilha de Oahu, que indicava que tanto poderia haver porta-aviÕes lÁ ou que deveriam retornar aos porta-aviÕes por aquela direÇão".

 

 

Um "X" marca o ponto de encontro dos aviÕes japoneses atacantes neste mapa nunca antes publicado e que foi retirado caÇa de Hirano.

 

Os pilotos de trÊs B-17 foram convocados para uma missão de busca. O mapa chegou bem na hora de redirecionar seus vÔos para noroeste da ilha de Oahu. Um acidente na decolagem do primeiro B-17 arruinou suas quatro hÉlices. Os outros dois B-17 continuaram em uma missão infrutÍfera de oito horas. Infelizmente, o mapa mostrava o ponto de encontro dos atacantes, e não a localizaÇão da frota japonesa, ainda que os dois "X" tenham sugerido para os americanos que poderiam ser os porta-aviÕes.
Os restos mortais de Takeshi Hirano foram levados para o necrotÉrio do Forte Shafter, onde foram tiradas as impressÕes digitais. Essa identificaÇão única foi arquivada em Forte Armstrong. O "aviador japonÊs - de identidade desconhecida" finalmente foi enterrado no cemitÉrio do Quartel Schofield no dia 9 de dezembro.
Enquanto isso, os destroÇos em Forte Kamehameha foram carregados sobre uma carreta e transportados para o vizinho Campo Hickam. O caÇa destroÇado foi colocado do lado de fora do hangar do Departamento AÉreo Havaiano (HAD), na noite de 8 de dezembro. Levou toda a terÇa-feira para juntar as peÇas recolhidas e remontar parcialmente o caÇa.

 

 

Trabalhadores do hangar do Departamento AÉreo Havaiano (HAD) comeÇam a montar as partes do caÇa antes de iniciar os exames e avaliaÇÕes.

 

O coronel E. W. Raley, do setor de inteligÊncia do Campo Hickam, foi encarregado da investigaÇão da inteligÊncia tÉcnica de todos os aviÕes que caÍram na jurisdiÇão do ExÉrcito. Ele atribuiu a tarefa de investigar os sistemas do caÇa ao Departamento AÉreo Havaiano (HAD), uma organizaÇão sediada no Campo Hickam. O coronel Raley, em seguida, visitou os escombros e observou que serifas sobre o cÓdigo da cauda eram diferentes em cada um dos lados do estabilizador vertical do caÇa. Esta confusão deixou a dúvida sobre se o cÓdigo de unidade era "A1" ou se era, de fato, "AI".
Raley ordenou ao 2º tenente Charles A. Olson para fazer uma anÁlise dos destroÇos e preparar um relatÓrio preliminar, antes da anÁlise detalhada que seria feito pelo HAD, que seria dirigido pelo subtenente Paul Grossman para confirmar as conclusÕes de Olson. Seu relatÓrio foi apresentado na quarta-feira, 10 de dezembro. Grossman fez 23 fotos, que foram enviadas a Washington, DC, em 22 de dezembro.
Utilizando o mais recente Manual BÁsico do ExÉrcito 30-38, ediÇão da InteligÊncia Militar de julho 1941 sobre identificaÇão de aviÕes japoneses, o tenente Olson classificou corretamente o avião como sendo um "CaÇa Tipo 100". Estes dados vieram a partir de relatÓrios de um adido militar sediado na China, antes de qualquer anÁlise dos destroÇos de um avião derrubado.
Olson pensou que o motor era um Pratt & Whitney, enquanto Grossman sÓ podia dizer que era "made in Japan". As medidas da envergadura e do comprimento da fuselagem foram aproximadas devidos aos danos sofridos pelo avião. O modelo de hÉlice foi relatado como sendo uma "Hamilton Standard...". "Todas as armas não podiam ser disparadas simultaneamente" Olson escreveu. "Acionamento do disparo por um botão para o canhão de 20mm ou para a metralhadora de calibre .30".
Grossman observou não havia placa de blindagem para proteger o piloto, sugerindo que os projetistas japoneses pouco se importavam com seus pilotos. Mas Olson relatou um dispositivo de flutuaÇão feito de borracha, "acondicionado na parte traseira da fuselagem, para manter o avião à tona depois de fazer uma amerissagem, que indicou que os projetistas, na verdade, se preocupavam com a sobrevivÊncia do piloto.
Olson encontrou "um mapa bem detalhado dentro do avião... que foi enviado para o G-2". A descoberta de um segundo mapa foi um milagre, dada a busca inicial feita por Elliott e depois pelos caÇadores de souvenir. Ele era idÊntico ao mapa recuperado de um submarino de bolso japonÊs que encalhou na costa perto do Campo Bellows.
O relatÓrio Olson-Grossman observou tambÉm diversos componentes norte-americano, focando a atenÇão sobre as empresas americanas que lhes tinha fornecido. Grossman sugeriu, "informaÇÕes concretas podem ser obtidas atravÉs de leituras (isto É: as traduÇÕes) de cada placa de instruÇÕes e pela leitura de posiÇão de todos os mostradores, controles e interruptores". Ele foi o primeiro a espalhar o mito de que o "Zero" havia sido desenvolvido a partir de tecnologia americana, quando ele escreveu, "Os tÉcnicos da North American Aviation Company podem ter entregue aos japoneses este projeto".
A cada um dos setores do Departamento AÉreo Havaiano (HAD) foi dado uma semana para o seus relatÓrios finais, iniciando os estudos em 9 de dezembro. Os resultados preliminares foram apresentados em formulÁrios para o coronel Raley. Sua visita ao avião o fez bem consciente de certos itens para procurar nos relatÓrios, e enviou vÁrios pedidos de volta ao HAD para confirmaÇão de detalhes.

 

 

Os examinadores chegaram a muitas conclusÕes equivocadas sobre o AI-154, a maioria baseada na crenÇa da tecnologia americana roubada pelos japoneses.

 

Um memorando inicial ajudou a perpetuar o mito de que o "Zero" e seu motor eram cÓpias de tecnologia norte-americana: "Avião: boa cÓpia de um Vultee construÍdo em 1936 para exportaÇão", em referÊncia ao caÇa Vultee Vanguard então sendo usado na China. O motor foi "uma boa cÓpia do Pratt & Whitney 1535, com mecanismo de reduÇão e cerca de 650 hp de potÊncia".
Enquanto alguns mitos podem ter comeÇado por ele, mais tarde durante uma entrevista, Raley se justificou: "Por favor, note que sobre o motor estÁ escrito cerca de 650 hp de potÊncia, que creio ser um erro. Note tambÉm a afirmaÇão de que não tinha gancho de parada no avião. Eu sei que a partir de minha inspeÇão pessoal que o avião estava equipado com um gancho de retenÇão".
Raley continuou: "A forma como essa informaÇão estÁ apresentada É irrelevante, na verdade, eu queria tÊ-la tão rapidamente quanto possÍvel as informaÇÕes se tornavam disponÍveis. Entanto, eu gostaria de ter a certeza de que cada detalhe de informaÇão recebida fosse resultado da inspeÇão feita por alguÉm e dei a sugestão de que esta pessoa assinasse o documento".
Placas com os dados do fabricante tinham desaparecido, incluindo uma que descrevia a potÊncia real do motor. O problema dos caÇadores de souvenir nos locais de queda dos aviÕes japoneses veio a memÓria. Raley enviou uma solicitaÇão ao coronel Walter C. Philipps, chefe de gabinete do general Short. Em 11 de dezembro, o edital de Philipps saiu para os escritÓrios do G-2: "Todos os equipamentos militares, acessÓrios, etc, peÇas de vestuÁrio e outros artigos que poderiam ser de valor para as equipes de inteligÊncia que forem encontrados em aeronaves inimigas ou com soldados inimigos devem ser entregues o mais cedo possÍvel". O esquadrão S-2 fez uma versão desta ordem: "Todo o material capturado É propriedade do governo dos Estados Unidos. A remoÇão ou retenÇão do mesmo para lembranÇas pessoais É uma ofensa passÍvel de corte marcial.
Enquanto isso ajudou a recuperar alguns fragmentos, muitos soldados defendendo as praias não "entenderam" a mensagem. Os souvenires encontrados por eles jÁ estavam bem guardados em seus armÁrios nos quartÉis. Mesmo hoje, alguns veteranos ainda relutam em mostrar suas relÍquias da Época da guerra por medo de que um funcionÁrio do governo virÁ bater à sua porta. A remoÇão ou retenÇão do mesmo para lembranÇas pessoais ainda É uma ofensa passÍvel de corte marcial.
Os relatÓrios finais foram entregues em 16 de dezembro.
O coronel Raley fez um primeiro esboÇo compilando os relatÓrios do HAD no dia de Natal. Ele incluiu um número de sÉrie 3277 da Mitsubishi para o caÇa AI-154, embora a placa de dados e o estÊncil de onde vieram estas informaÇÕes estarem faltando. Esse número de sÉrie era incorreto, e provavelmente veio de uma peÇa de outra aeronave.
O caÇa AI-154 foi encaixotado e enviado para o Campo Wright, Ohio, para um estudo de laboratÓrio. O caÇa "Zero" de Takeshi Hirano chegou a tempo de ser incluÍdo com outros aviÕes japoneses recuperados no desfile do Dia do ExÉrcito no centro da cidade de Dayton em 5 de abril de 1942.
Hoje em dia conhecemos muito sobre o caÇa "Zero" da Mitsubishi, suas inspiradoras caracterÍsticas de alto desempenho, assim como as suas fraquezas. Mas muita da informaÇão que saiu do hangar no Campo Hickam contribuÍram para a mitologia em torno do então misterioso caÇa, fazendo com que os pilotos aliados tivessem um receio indevido quando entravam em combate com os caÇas "Zero" no inÍcio de 1942. Surpreendentemente, poucos fatos foram revelados pelo exame do AI-154. Foi preciso vÁrios relatÓrios de outros caÇas "Zero" capturados e de um que estava em condiÇÕes de vÔo para realmente descobrir o segredo por trÁs das duas posiÇÕes selecionadas para a hÉlice, o que contribuÍa para o avião ter um longo alcance, e os pontos fortes e vulnerabilidades de combate para ser bem sucedido contra o lendÁrio caÇa japonÊs.

 

Autor: David Aiken
TraduÇão livre: JaponÊs (30/12/2009)

 

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA:
1. Revista AVIATION HISTORY, janeiro de 2009 - artigo: Hirano's Zero escrito por David Aiken, diretor da AssociaÇão de Historiadores de Pearl Harbor.

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