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Piloto brasileiro testa Gripen na África e relata impressÕes sobre caÇa

Major É 1º piloto da FAB a voar caÇa sueco apÓs Dilma anunciar decisão.
Governo assina atÉ dezembro compra de 36 Gripen por US$ 4,5 bilhÕes.

 

Tahiane StocheroDo G1, em São Paulo

 

Caças Gripen, que serão comprados pelo Brasil, estão em operação na África do Sul desde a Copa de 2010 [Foto: Frans Dely/South African Air Force)

 

CaÇas Gripen, que serão comprados pelo Brasil, estão em operaÇão na África do Sul desde a Copa de 2010 (Foto: Frans Dely/South African Air Force)

 

Sentado na cabine de comando do novo caÇa comprado pelo Brasil, o Gripen, da empresa sueca Saab, e que sÓ deve chegar ao Brasil oficialmente em 2018, o major da AeronÁutica Renato Leal Leite mira o alvo. Voando a 6 mil metros de altitude e a 1.000 km/h, ele muda a direÇão da aeronave, sem saber o que encontrarÁ pela frente.

Piloto da FAB, major Leite [à direita na foto) voou o Gripen na África do Sul [Foto: Força Aérea Brasileira/Divulgação)
Piloto da FAB, major Leite (à direita na foto) voou  Gripen na África do Sul (Foto: FAB/DivulgaÇão)
 

Neste momento, informaÇÕes chegam ao painel e uma luz verde se acende. A 50 km de distância, bem fora do seu alcance de visão, mas na direÇão para a qual segue, estÁ um avião amigo. Se o alvo ficasse vermelho, haveria perigo: a codificaÇão da aeronave não havia sido decifrada e o caÇa seria um inimigo.

“Tive a sensaÇão de estar em um dos caÇas mais modernos, talvez o mais moderno, do mundo. A certeza de que foi a melhor escolha para o Brasil, sem dúvida. É impressionante as informaÇÕes que chegam com facilidade ao piloto. Uma sensaÇão profissional de estar na ponta da lanÇa e que estaremos no mais alto nÍvel para defender o paÍs”, afirma o major Leite em entrevista ao G1.

Leite foi o primeiro piloto brasileiro a voar o Gripen desde que a presidente Dilma Rousseff anunciou o modelo sueco como o novo avião de combate brasileiro, em dezembro de 2013, deixando para trÁs os concorrentes F-18, da norte-americana Boeing, e o Rafale, da francesa Dassault. Serão compradas 36 unidades ao custo de US$ 4,5 bilhÕes (R$ 10,8 bilhÕes).

O voo ocorreu em junho, quando uma comitiva da AeronÁutica visitou a base de Makhado, no extremo norte da África do Sul. A AeronÁutica sul-africana usa o Gripen para vigilância aÉrea desde a Copa do Mundo de 2010. Antes disso, um piloto da AeronÁutica sÓ tinha voado Gripen em 2009, na SuÉcia, quando houve a avaliaÇão dos trÊs concorrentes durante a negociaÇão.

 

Segundo o brigadeiro JosÉ Augusto Crepaldi Affonso, o contrato com a Saab serÁ assinado atÉ dezembro de 2014 prevendo transferÊncia de tecnologia para que a indústria nacional aprenda como produzir o avião e tenha participaÇão no projeto.

AlÉm disso, o governo negocia com a SuÉcia a cessão de 4 a 6 aviÕes, que deverão chegar ao paÍs no primeiro trimestre de 2016, a tempo das OlimpÍadas, diz o brigadeiro.

“VÁrios sensores, radares e infra-vermelhos estão fundidos no sistema no Gripen, sendo os olhos do piloto lÁ fora. Eu enxergo fÁcil o que ocorre ao redor e consigo identificar as coisas no ambiente externo. Nos aviÕes antigos, não havia esta interface. O piloto tem que gastar energia intelectual para entender o que estÁ acontecendo”, explica o piloto brasileiro.

 

"Tive a sensaÇão de estar em um dos caÇas mais modernos, talvez o mais moderno, do mundo. A certeza de que foi a melhor escolha para o Brasil, sem dúvida. Uma sensaÇão profissional de estar na ponta da lanÇa e que estaremos no mais alto nÍvel para defender o paÍs"
Renato Leal Leite,
major da AeronÁutica
 

“No Gripen, as informaÇÕes chegam prontas e claras. Ele me diz se, naquela posiÇão no espaÇo, tem uma aeronave amiga ou inimiga. Se por ventura eu faÇa alguma coisa errada, ele entende o que eu queria fazer e corrige”, explica o major. “Ao voar um caÇa, a primeira coisa que queremos saber É o que eu não posso fazer? Basicamente, se pode fazer tudo com o Gripen”.

 

Alcance e precisão são diferenciais
O alcance da visão do Gripen, que chega atÉ 50 mil pÉs de altitude (15 mil metros), e a forma como ele pode mostrar aos pilotos dados – com sensores capazes de identificar pessoas e locais em terra ou outras aeronaves e mÍsseis distantes – com precisão, foram fatores que interferiram na escolha do sueco como o novo caÇa do Brasil. A aeronave atinge mais de duas vezes a velocidade do som (cerca de 2.400 km/h).

 

 

arte gripen [Foto: Arte G1)

“VocÊ jÁ voou Gripen? Voar uma aeronave desta, para quem ama aviaÇão e É piloto, É uma satisfaÇão enorme. Por isso ele estÁ transbordando de alegria”, afirma o brigadeiro sobre a vibraÇão do major que testou o Gripen na África do sul.

ConsciÊncia do ambiente externo
No Brasil, o major Leite pilotou os caÇas Mirage, que foram aposentados no fim do ano passado e eram analÓgicos e não conseguiam captar informaÇÕes desta forma.

Atualmente, a AeronÁutica opera o F-5, que comeÇou a ser adquirido na dÉcada de 70 e apresenta limitaÇÕes de velocidade e alcance. “No Mirage, eu não conseguia identificar quem era o outro avião”, diz.

A Base AÉrea de AnÁpolis, em GoiÁs, que abrigava os Mirage, passarÁ por reformas para abrigar novas bancadas de testes de motores e tambÉm um simulador de voo, segundo o brigadeiro Crepaldi. LÁ serão instalados dois esquadrÕes para receber os 36 novos caÇas, fabricados especialmente para o Brasil, a partir de 2018.

Seis pilotos brasileiros irão à SuÉcia, no primeiro trimestre de 2015, aprender a pilotar a aeronave, em um curso de sete meses de duraÇão.

 

 

Last edited by Rogerio77
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Me pergunto pra que centralizar todos os 36 Gripens em Anápolis e ficar o Pampa, o GavCa e o Pacau se virando com os F-5 de 40 anos atrás com "dentadura nova".

Levando em conta que hj todos operam F-5, a quantidade média é 10/12 aviões por unidade. Esses 36 Gripens podiam ser distribuidos a 2 esquadrões, começando a baixar os F-5 mais antigos.

18 no GDA substituindo os Mirage e 18 no Pampa ou no GavCa substituindo os F-5 mais cansados.

Deixando outros dois, Pacau e Pampa/GavCa com os 36 (18 em cada) F-5 em melhores condições, e baixando os demais pra Scrap!

Creio que as informações estão erradas.

 

Acredito em 3 esq. de 12 anvs cada, sendo 1 GDA, e as outras 2 no RJ e RS, ou RN e RJ, ou...    ...sei lá!!!

 

E de 4 a 6 C/D são as que serão entregues antes da Olimpíada do Rio, sendo que deve ser 12 anvs no total até 2018.

Last edited by FІЯЭFФЖ

BASP, Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, próximo ao Aeroporto Internacional de Cumbica.

 

Inclusive é lá que os F-5 pousam para serem levados de caminhão pro Campo de Marte (PAMA) para manutenção.

 

Agora, o que não faz sentido é manter um esq. lá, já que, ou é central, pra defesa do "puder" em Brasília, ou é no perímetro, pra defender as fronteiras secas ou "azul".

 

Em qual cidade mora??? Se não tem cavalaria mecanizada, os motivos são vários, podendo ser o fato de não ter previsão de transporte de tropas, combate a atacantes blindados, etc., não há "pontos sensíveis" de administração pública, militar ou civil, nem de energia, etc., ou contam com apoio de outras áreas que as possuem.

Last edited by FІЯЭFФЖ

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